O TRONO DE JEOVÁ I
Pelas Escrituras, onde estava o trono de Jeová? O rei Davi responde: “Jeová está no seu santo templo; o trono de Jeová está nos céus; os seus olhos estão atentos, e as suas pálpebras provam os filhos dos homens” (Sl. 11:4). Agora fala o profeta Isaías: “Assim diz Jeová: O céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés” (Is. 66:1). Agora, fala novamente Davi: “Jeová tem estabelecido o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo” (Sl. 103:19).
Jeová, entretanto, faz uma extraordinária revelação. Ele planeja mudar o seu trono do céu para a terra. Logo depois que o povo de Israel, liberto do jugo egípcio, passou o mar vermelho, Moisés no seu cântico, disse: “Tu os introduzirás, e os plantarás no monte da tua herança, no lugar que tu, ó Jeová, aparelhaste para tua habitação, no santuário, ó Jeová, que as tuas mãos estabeleceram. Jeová reinará eterna e perpetuamente” (Ex. 15:17-18). Mas Jeová sabia que, desde a queda do homem no jardim do Éden, não podia confiar em homem nenhum. Do homem, a escritura declara: “Olhou Jeová desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos e se fizeram imundos juntamente; não há quem faça o bem, não há sequer um” (Sl. 14:2-3).
Jeová, então, procurou e achou um homem confiável; esse homem foi Abraão, do qual disse: “Porque eu o tenho conhecido, que ele há de ordenar os seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho de Jeová, para obrarem com justiça e juízo; para que Jeová faça vir sobre Abraão tudo o que acerca dele tem falado” (Gn. 18:17-19). Jeová vigiou a linhagem de Abraão, que até Davi foram quatorze gerações (Mt. 1:17). Davi era um homem segundo o coração de Jeová (I Sm. 13:14). Com Davi Jeová fez juramento sobre o trono messiânico eterno: “Jeová jurou a Davi com verdade, e não se desviará dela: Do fruto do teu ventre porei sobre o teu trono” (Sl. 132:11). Nesse projeto Jeová mudaria do céu para a terra:“Porque Jeová elegeu a Sião; desejou-a para sua habitação, dizendo: Este é o meu repouso para sempre; aqui habitarei, pois o desejei” (Sl. 132:13-14). E Jeová declarou: “Não quebrarei o meu concerto, não alterarei o que saiu dos meus lábios. Uma vez jurei por minha santidade que não mentirei a Davi. A sua descendência durará para sempre, e o seu trono será como o sol perante mim. Será estabelecido para sempre como a lua; e a testemunha no céu é fiel” (Sl. 89:34-37).
Jeová acreditou no seu projeto e se mudou para a terra. Esdras, o escriba, disse: “E alguns dos chefes dos pais, vindo à casa de Jeová, que habita em Jerusalém, deram voluntárias ofertas para a casa de deus, para a fundarem no seu lugar” (Ed. 2:68). “Bendito seja Jeová desde Sião, que habita em Jerusalém” (Sl. 135:21). Antes de entrar em Canaã, Jeová disse: “Não contaminareis a terra na qual vós habitareis, no meio da qual eu habitarei; pois eu, Jeová, habito no meio dos filhos de Israel” (Nm. 35:34). Jeová já tinha dado uma ordem ao povo, dizendo: “Ordena aos filhos de Israel que lancem fora do arraial a todo leproso, e a todo o que padece fluxo, e a todo imundo por causa de contato com algum morto; desde o homem até a mulher os lançareis; fora do arraial os lançareis, para que não contaminem os seus arraiais, no meio do qual eu habito” (Nm. 5:2-3). Jeová tem o seu trono em Jerusalém (Jr. 3:17).
É de se notar que, o trono de Satanás é na terra, pois o seu império é o da morte, e Cristo nunca desceu à terra para aniquilar o império da morte. O texto diz: “E visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que, pela morte, aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo, e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão” (Hb. 2:14-15). É estranho que Jeová tenha se mudado para a terra, no meio do império de Satanás, sem nenhuma intenção de destruí-lo, e ainda tendo no meio do seu povo, leprosos, homens e mulheres com blenorragia, e outras enfermidades malignas. E ainda por cima, o povo onde Jeová habitava, chegando à terra da promessa, se misturou com outros povos corruptos, tomando de suas filhas para seus filhos, e dando suas filhas a seus filhos, e por fim servindo aos seus deuses (Jz. 3:1-8).
Jeová, vendo seus planos frustrados, se divorciou de Israel (Is. 50:1). Dividiu o reino em dois por causa da corrupção de Salomão (I Rs. 11:1-12). Depois, o próprio Jeová trouxe Salmanazar, rei da Assíria, que levou todo o Israel para o cativeiro, e o destruiu (II Rs. 17:3-6; 19-23). Ficou só o reino de Judá, onde está o santuário de Jeová e o trono. Cento e trinta anos mais tarde, Jeová trouxe a Nabucodonosor, rei de Babilônia, e levou o povo de Judá para o cativeiro. As palavra de Jeová foram: “Também a Judá hei de tirar de diante da minha face, como tirei a Israel, e rejeitarei esta cidade de Jerusalém que elegi, como também a casa de que disse: Estará ali o meu nome” (II Rs. 23:27). E foi o que Jeová fez pelas mão de Nabucodonosor, seu servo. E disse Jeová triunfante: “A virgem de Israel caiu, nunca mais tornará a levantar-se” (Am. 5:2). “Jeová me disse: Que vês tu, Amós? E eu disse: Um prumo. Então disse o Jeová: Eis que eu porei o prumo no meio do meu povo Israel; nunca mais passarei por ele” (Am. 7:8). E em seguida disse Jeová: “Chegou o fim sobre o meu povo Israel; daqui por diante nunca mais passarei por ele“ (Am. 8:1).
Fazem 2.600 anos que acabou o reino de Israel. E o trono de Jeová, para onde foi? E a arca do concerto, para onde foi? Acabou tudo. Até o nome de Jeová não aparece no Novo Testamento nenhuma vez. E Jeová? Para onde foi? Talvez ande por lugares áridos, buscando repouso, e não ache…
Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira