CIDADE DE JEOVÁ
A Jerusalém terrena foi cidade conquistada por Davi das mãos dos jebuseus (II Sm. 5:6-7). Saindo da mão dos jebuseus passou a ser cidade santa, depois que passou a ser cidade de Jeová dos Exércitos(Is. 48:2). Jerusalém passou então a ser, como cidade de deus, no seu monte santo, o monte Sião, a alegria de toda a terra; a cidade do grande rei (Sl. 48:1-2). A cidade de Jerusalém será confirmada para sempre (Sl. 48:8).
“Coisas gloriosas se dizem de ti, ó cidade de Deus” (Sl. 87:3). O escriba Esdras declarou que Jeová habitava em Jerusalém (Ed. 2:68). O rei Davi cantou num salmo, dizendo: “Por que saltais, ó montes elevados? Este é o monte que Jeová desejou para a sua habitação, e Jeová habitará nele eternamente” (Sl. 68:16).
Por que Jeová habita na cidade de Jerusalém? Porque era a capital do reino de Israel, e Jeová habitava no meio do seu povo, do qual disse, quando ainda estava peregrinando no deserto: “Não contaminareis pois a terra na qual vós habitareis, no meio da qual eu habitarei; pois eu, Jeová, habito no meio dos filhos de Israel” (Nm. 35:34). A garantia da cidade de Jerusalém era a presença de Jeová dos Exércitos, o todo poderoso El Shaday, por isso se dizia entre o povo: “Olha para Sião, a cidade das nossas solenidades; os teus olhos verão a Jerusalém, habitação quieta, tenda que não será derrubada; cujas estacas nunca serão arrancadas, e das suas cordas nenhuma se quebrará” (Is. 33:20).
Mas a cidade de Jerusalém, habitação de Jeová deus, tinha alguns problemas. Era cheia de deuses estranhos, e nos terraços das casas queimavam incenso a todo o exército dos céus. Jeremias é quem diz: “E as casas de Jerusalém, e as casas dos reis de Judá, serão imundas como o lugar de Tofete; como também todas as casas, sobre cujos terraços queimaram incenso a todo o exército dos céus, e ofereceram libações a deuses estranhos” (Jr. 19:13). A idolatria era o pecado mais grave em Israel, e o mais combatido por Jeová, que, cansado de proibir, disse: “Quanto a vós, ó casa de Israel, assim diz o Senhor Jeová: Ide, sirva cada um os seus ídolos, pois que a mim não me quereis ouvir; mas não profaneis o meu santo nome com as vossas dádivas e com os vossos ídolos” (Ez. 20:39). Mas Jerusalém era a cidade dos ídolos, como diz Jeremias: “Portanto, assim diz Jeová: Eis que trarei mal sobre eles de que não poderão escapar, e clamarão a mim, e eu não os ouvirei. Então irão às cidades de Judá e os habitantes de Jerusalém, e clamarão aos deuses a quem lhes queimaram incenso; eles porém de nenhuma sorte os livrarão no tempo do seu mal, porque, segundo o número das tuas cidades, foram os teus deuses, ó Judá! e segundo o número das ruas de Jerusalém, levantaste altares à imprudência, altares para queimar incenso à Baal” (Jr. 11:11-13).
Então Jeová ordena a Jeremias, dizendo: “Tu, pois, não ores por este povo, nem levantes por eles clamor nem oração; porque não os ouvirei no tempo em que eles clamarem a mim, por causa do seu mal” (Jr. 11:14). “O pecado de Judá está escrito com uma ponteira de ferro, com ponta de diamante, gravado na tábua do seu coração e nos ângulos dos seus altares” (Jr. 17:1).
Além da idolatria havia em Jerusalém rapazes escandalosos, ou melhor, os homossexuais, que havia desde o tempo de Jeroboão, filho de Nebate, que reinou após a morte de Salomão (I Rs. 14:24; II Rs. 23:7).
Isaías diz: “Como se fez prostituta a cidade fiel! ela que estava cheia de retidão! A justiça habitava nela, mas agora homicidas” (Is. 1:21; Ez. 16:33-35). O reino de Israel foi destruído no ano 720 AC pelos assírios, sob o comando de Salmanazar, rei da Assíria (II Rs. 17:20-23). O reino de Judá, a cidade de Jerusalém, o templo de Jeová com o santuário, foi destruído e queimado a fogo no ano 587 antes de Cristo por Nabucodonosor, rei de Babilônia (II Cr. 36:17-20).
As perguntas que se fazem são as seguintes:
- Jeová, o Todo poderoso El Shaday não teve poder para guardar Jerusalém, o lugar da sua eterna habitação, que, pelas palavras de Isaías, jamais seria derrubada? (Is. 33:20).
- Como, sendo Jeová um deus santo, pôde habitar no meio da idolatria por mil anos? Onde está a sua onipotência? Como pôde habitar em meio prostituição, corrupção e idolatria por mil anos? Como pôde tolerar as feitiçarias, imolações de crianças a Moloque, e sacrifícios feitos aos diabos? (Dt. 32:17).
- Como pôde Jeová iludir os cristãos com uma promessa futura de algo que não conseguiu realizar no passado? Promete mudar o coração de pedra em coração de carne, e que lhes daria um espírito novo para que andassem nos seus juízos e estatutos? (Ez. 11:19-20). Mas a lei de Jeová foi abolida por Jesus, e os estatutos e juízos de Jeová já eram. Paulo diz: “Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê” (Rm. 10:4). E diz mais: “E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por Jesus é justificado todo aquele que crê” (At. 13:39).
Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira