(464) – INCREDULIDADE DE ABRAÃO – II

INCREDULIDADE DE ABRAÃO 2

 

1. Jeová provou Abraão, quando lhe disse: Sacrifica a mim o teu filho Isaque. A história foi assim: “Toma agora o teu filho, o teu único filho, a quem amas, e vai à terra de Moriá, e oferece-o em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi” (Gn. 22:2). A mente de Abraão girou a mil, e pensou: Jeová me prometeu um filho, cuja linhagem seria como as estrelas do céu (Gn. 15:3-5). Já prometeu muitas vezes, dizendo que a minha descendência seria uma grande bênção para todas as nações da terra. É claro que ele não iria tirar a vida do meu filho, que ele mesmo gerou no ventre de Sara. Ele está blefando, ou quer saber alguma coisa. Pois eu vou colocar Isaque no altar, e ele não vai permitir o sacrifício.

E Abraão, deixando os moços que iam com ele, partiu para o monte Moriá. Tomou a lenha do holocausto, e a pôs sobre Isaque, seu filho; e ele tomou fogo e o cutelo. E Isaque falou a Abraão, seu pai, dizendo: “Pai, o fogo e a lenha para o holocausto estão aqui, mas onde está o cordeiro para o holocausto? E disse Abraão: Jeová proverá para si o cordeiro. Abraão e Isaque vieram ao lugar determinado por Jeová, e edificou Abraão o altar, e pôs em ordem a lenha, e amarrou Isaque, seu filho, e deitou-o sobre o altar, em cima da lenha. Estendeu Abraão a sua mão, e tomou o cutelo para imolar o seu filho. Mas o anjo de Jeová lhe bradou desde os céus, e disse: Abraão, não estendas a tua mão sobre o moço, e não lhe faças nada; porque agora sei que temes a Jeová, e não me negaste o teu filho, o teu único”

(Gn. 22:5-12).

Abraão pensou certo. Jeová não pretendia matar seu filho Isaque. Como é que podemos saber que Abraão não creu na ordem de Jeová sobre o holocausto? Porque Abraão falou a seus moços, dizendo:“Eu e o moço iremos até ali; e havendo adorado, tornaremos a vós” (Gn. 22:5). Se Abraão tivesse certeza de que seu filho seria sacrificado em holocausto a Jeová, teria dito: E subirei com o moço, e voltarei depois de ter adorado. Mas Abraão disse: Voltaremos os dois; logo, não creu no projeto de Jeová.

2. Jeová, como todos sabemos, chamou Abraão quando estava residindo em Harã. Quem saiu com toda a família de Hur dos caldeus, foi Terá, pai de Abraão. Diz o texto: “E tomou Terá a Abrão, seu filho, e a Ló, filho de Harã, filho de seu filho, e a Sarai, sua nora, mulher de seu filho Abrão, e saiu com eles de Hur dos Caldeus, para ir à terra de Canaã; e vieram até Harã, e habitaram ali. E foram todos os dias de Terá duzentos e cinco anos; e morreu Terá em Harã” (Gn. 11:31-32).

Jeová, então, se manifesta a Abraão pela primeira vez, e diz-lhe: “Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção. E Abrão partiu, como Jeová lhe tinha dito, e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos, quando saiu de Harã, e foram à terra de Canaã. E passou Abrão por aquela terra até o lugar de Siquém, até o carvalho de More; e estavam os cananeus na terra. E apareceu Jeová a Abrão, e disse: À tua semente darei esta terra. E edificou ali um altar a Jeová, que lhe aparecera. E moveu-se dali para a montanha à banda do oriente de Betel, e armou a sua tenda, tendo Betel ao ocidente, e Ai ao oriente; e edificou ali um altar a Jeová. Depois caminhou Abrão dali, seguindo ainda para a banda do sul. E havia fome naquela terra; e desceu Abrão ao Egito, para peregrinar ali, porquanto a fome era grande na terra” (Gn. 12:1-10). Abraão então pensou: Jeová me chamou para ir a Canaã, e agora, por causa da fome, sou obrigado a descer ao Egito. Estou confuso. Finalmente qual será o meu lugar? Na carta aosHebreus, lemos: “Pela fé, Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que haveria de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia” (Hb. 11:8). A terra prometida era Canaã, e não o Egito. Abrão, já incrédulo, falou a Sarai, sua mulher: “Ora, bem sei que és mulher formosa à vista; e será que, quando os egípcios te virem, dirão: Esta é sua mulher. E me matar-me-ão a mim, e a ti te guardarão em vida. Dize, peço-te, que és minha irmã, para que me vá bem por tua causa, e que viva a minha alma por amor de ti. E aconteceu que, entrando Abrão no Egito, viram os egípcios a mulher, que era mui formosa. E viram-na os príncipes de Faraó, e gabaram-na diante de Faraó; e foi a mulher tomada para a casa de Faraó. E fez bem a Abrão por amor dela; e ele teve ovelhas, e vacas, e jumentos, e servos, e servas, e jumentas, e camelos” (Gn. 12:10-16).

Se Abrão cresse que Jeová era realmente Deus, creria que Jeová o guardaria, e também a Sarai, o que não aconteceu. Jeová não os guardou. Sarai se tornou amante de Faraó o tempo suficiente para Abrão ficar rico, e depois feriu Jeová com pragas a Faraó.

Ora, quatrocentos anos mais tarde, Jeová ia dar uma lei pela qual, uma mulher casada, sendo dada a outro marido, não podia mais voltar ao primeiro, depois que foi contaminada (Dt. 24:1-4). Sarai foi contaminada na cama de Faraó, e Abrão a recebeu de volta, e tudo bem? Jeová tem dois pesos e duas medidas? Também, se a casada praticasse adultério, seria apedrejada. Sarai adulterou, e ficou tudo bem? (Dt. 22:22). Novo pecado de Jeová. O fato é que Abrão não esperava nada de Jeová. Protegeu-se com a formosura de Sarai. Por outro lado, as leis que Jeová escreveu nas tábuas não faziam parte do seu código moral, pois com Abraão agiu diferente.

Fantástico! Não crendo em Jeová, Abraão se tornou pai da fé

(Gl. 3:7-9).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

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