Haverá uma herança eterna? A história deste mundo prova que não. As riquezas que os pais deixam para os filhos se gastam. Os reinos passam de mãos.
Creso rei da Lydia (560 A.C.) era famoso por sua riqueza. Para exibir sua felicidade estribada em ouro, mandou chamar Solon, grande pensador e legislador ateniense. Solon, depois de contemplar o luxo e a riqueza do famoso rei disse-lhe que ninguém pode se considerar completamente feliz antes da morte. Quase foi preso pelo soberbo rei. Alguns meses mais tarde, a Lydia, foi invadida por Ciro, o persa. O rei Creso foi aprisionado em Sardes, capital do seu reino e amarrado a um cepo para ser queimado vivo. Assim é este mundo.
Jesus Cristo prometeu aos seus discípulos uma herança eterna. Que herança é esta? “NA VERDADE, NA VERDADE VOS DIGO QUE QUEM OUVE À MINHA PALAVRA, E CRÊ NAQUELE QUE ME ENVIOU, TEM A VIDA ETERNA, E NÃO ENTRARÁ EM CONDENAÇÃO, MAS PASSOU DA MORTE PARA A VIDA” (Jo.5:24). Esta herança fabulosa, segundo Jesus, vinha do Deus Pai. “E A VIDA ETERNA É ESTA: QUE TE CONHEÇAM, A TI SÓ, POR ÚNICO DEUS VERDADEIRO, E A JESUS CRISTO, A QUEM ENVIASTE” (Jo.17:3).
A vida eterna torna eterno tudo o que possuímos de bom ou de mau, assim, quando o mal nos acompanha, não se chama vida, mas morte eterna.
Concedendo vida eterna, Jesus dá aos seus um reino eterno. ”Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pd.1:11). Se o reino é eterno e os herdeiros não são eternos, a herança não é eterna.
A maior herança de Jesus aos seus fieis é a vida eterna, e com a vida eterna, todos os bens são eternos: paz eterna, gozo eterno, alegria eterna, glória eterna e reino eterno. No Velho Testamento não havia herança eterna, nem reino eterno, e nem vida eterna. “Tal como a nuvem desfaz e passa, aquele que desce a sepultura nunca tornará a subir” (Jó 7:9). “Antes que me vá, para nunca mais voltar, à terra da escuridão e da sombra da morte” (Jó 10:21).
No Velho Testamento não havia promessa de vida eterna, mas de morte eterna. Estas são palavras de Salomão, que de Jeová recebeu toda a sabedoria: “Disse eu no meu coração: É por causa dos filhos dos homens, para que Deus possa prová-los, e eles possam ver que são em si mesmos como os animais. Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais; a mesma coisa lhes sucede; como morre um, assim morre o outro, todos tem o mesmo fôlego; e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade. Todos vão para um lugar; todos são pó, e todos ao pó tornarão. Quem adverte que o fôlego dos filhos dos homens sobe para cima, e que o fôlego dos animais desce para baixo da terra?” (Ec.3:18-21)
“Desde manhã até a tarde são despedaçados; E ETERNAMENTE PERECEM sem que disso se faça caso” (Jó 4:20).
No livro de hebreus lemos que os da fé, Abel, Enoque, Noé, Abraão, Isaque e Jacó, não receberam as promessas. Quais promessas? Jeová prometeu salvar Noé e sua família, e salvou. Prometeu chuva e mandou chuva. Jeová prometeu um filho a Abraão e deu, além de outros, outras mulheres. Prometeu dar a terra de Canaã e deu. Prometeu abençoar seu filho e abençoou. As promessas feitas a Abraão, Isaque e Jacó, forma cumpridas, mas lemos que não receberam as promessas (Hb.11:13). Continuando a leitura em Hebreus 11, encontramos os nomes de José, Moisés, Raabe, Gideão, Baraque, Sansão, Jefté, Davi, Samuel, e os profetas. “Todos estes morreram na fé, não alcançaram a promessa” (Hb.11:39). Tudo o que Jeová prometeu a Moisés foi cumprido, e assim com os outros. Quais as promessas que não receberam? A VIDA ETERNA E O REINO ETERNO. O reino prometido por Jeová, foi um reino terreno em Canaã. O primeiro a receber esta promessa foi Abraão. “E te darei a ti e a tua semente depois de ti, a terra das tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpetua possessão, e ser-lhes-ei o seu Deus” (Gn.17:8). O reino que Jeová prometeu também era terreno. “E vós me sereis um reino sacerdotal” (Ex.19:6). Jeová declarou: “Eu sou Jeová, vosso Santo, o criador de Israel, vosso Rei” (Is.43:15).
As palavras de Jesus vão de encontro a estas declarações de Jeová: “O meu reino não é deste mundo” (Jo.18:36). A herança de Cristo não é deste mundo. “Dando graças ao Pai que nos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz; o qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl.1:12-13).
O grande problema do concerto do Velho Testamento, é que os herdeiros foram condenados à morte, e só Jeová, o testador, continuava vivo. A lei de Jeová era o concerto. Vejamos o que o apóstolo Paulo revela: “Deus nos fez capazes de ser ministros dum Novo Testamento, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, e o Espírito vivifica. E, se o ministério da morte gravado com letras em pedras, veio em glória, … como não será de maior a glória o ministério do Espirito?” (2 Co.3:6-8).
“Jesus é mediador de um novo testamento, para que intervindo a morte para remissão dos pecados que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna. Porque onde há testamento, necessário é que intervenha a morte do testador. Porque um testamento tem força onde houve morte; ou terá ele algum valor enquanto o testador vive?” (Hb.9:15-17). Ora, Jesus Cristo não é mediador do Velho Testamento, mas do Novo; e morreu pelo novo concerto e pelas novas promessas. Como ninguém morreu pelo Velho Testamento, ele se tornou nulo. Todas as promessas de Jeová se tornaram nulas. Como Jesus e o Pai são um (Jo.10:30), fica claro que o Pai participa, não do Velho Testamento, mas do Novo com Jesus. Quem permanecer com Jeová, vai herdar a morte, e quem se entregar a Jesus vai herdar a vida eterna num reino eterno.
Autoria: Pastor Olavo S. Pereira