COISAS QUE SE VÊEM
II Co. 4:18
Jesus disse: “Não cuideis que eu vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir” (Mt. 5:17). E para cumprir a lei, nasceu debaixo da lei. Paulo diz: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” (Gl. 4:4-5). E para cumprir a lei, Jesus Cristo tinha de nascer na carne, para se fazer igual a nós, pecadores perdidos.
O apóstolo João diz: “E o verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e verdade” (Jo. 1:14). E qual foi a glória de Jesus? NÃO PECAR: “Porque não temos um sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hb. 4:15). A glória de Jesus não era curar cegos, coxos, leprosos e aleijados. Esses milagres Jesus fazia às centenas, mas proibia que os divulgassem. Depois do sermão do monte Jesus desceu, e seguia-o uma grande multidão. E eis que veio um leproso, e o adorou, dizendo: “Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo. E Jesus, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: Quero, sê limpo! E logo ficou purificado da lepra. Disse-lhe então Jesus: Olha, não o digas a ninguém” (Mt. 8:1-4).Jesus tinha vergonha de ser glorificado por sinais exteriores e físicos, mas os que eram curados proclamavam. Em outra ocasião Jesus curou dois cegos, e para que não contassem a ninguém, Jesus ameaçou-os, dizendo: “Olhai que ninguém o saiba” (Mt. 9:27-30).
Jesus era glorificado com os milagres invisíveis operados no coração dos que eram regenerados. Jesus foi glorificado quando Paulo morreu para a lei de Jeová, e nasceu para o evangelho de Cristo (Gl. 2:19-20; 1:11-12). Jesus foi glorificado quando uma mulher pecadora, porém convertida, entrou na casa do fariseu Simão, onde Jesus estava comendo. A mulher entrou na casa com um vaso de ungüento, e em prantos regava-lhe os pés com lágrimas, e enxugava-lhos com seus cabelos; beijava-lhe os pés, e ungia-lhos com ungüento (Lc. 7:36-38). Jesus não era glorificado nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem, porque as que se vêem são temporais, e as que não se vêem são eternas (II Co. 4:18).Nisto residia a glória de Jesus.
No Velho Testamento, a glória do deus Jeová se revelava em pestes e pragas, varas que se transformavam em serpentes, águas se convertendo em sangue, coluna de fumo de dia, e coluna de fogo à noite. Jeová mesmo o declara, dizendo: “todos os homens que viram a minha glória e os meus sinais, que fiz no Egito e no deserto, e me tentaram estas dez vezes, e não obedeceram a minha voz, não verão a terra de que a seus pais jurei” (Nm. 14:22-23).
A santidade, para Jeová, estava nas coisas exteriores. Por exemplo: Quando Moisés viu a sarça ardendo em fogo sem se queimar, ao pé do monte Horebe, estranhou o fato, e chegando perto para ver, Jeová disse: “Moisés, Moisés! E ele disse: Eis-me aqui. E Jeová disse: Não te chegues para cá; tira os teus sapatos de teus pés, porque o lugar em que tu estás é terra santa” (Ex. 3:1-5). Terra é terra; qualquer animal imundo poderia sujar aquele local. Ou será que era santa por ser propriedade de Jeová? Outro exemplo: O templo de Jeová era santo. Dentro estava o santuário, e depois do segundo véu estava o santo dos santos, onde estava a arca do concerto com as tábuas da lei. Pois o templo de Jeová, lugar da sua habitação, foi destruído por Nabucodonosor no ano 597 antes de Cristo. Também destruiu a cidade santa, isto é, Jerusalém (II Cr. 36:19). Jeová é dono do ouro e da prata (Ag. 2:8). Dentro do templo havia o lugar do tesouro de Jeová; tesouro santo; toneladas de ouro e prata. Tudo foi levado para Babilônia, e passou a fazer parte dos tesouros de Nabucodonosor (II Cr. 36:18). Mas quem é Nabucodonosor? É o grande rei de Babilônia. E que é Babilônia? É Babel, e Babel quer dizer CONFUSÃO, CAOS (Gn. 11:1-9). Jeová foi saqueado por Nabucodonosor: seus vasos santos (Ex. 40:9-11), seu templo santo, onde habitava (I Rs. 8:12-13). A santa cidade de Jerusalém, onde Jeová habitava também(Ed. 2:68; Sl. 132:13-14; 135:21). Tudo o que era santo foi roubado ou destruído. Jeová então, profetizou a restauração da cidade santa, e do templo santo. Os livros de Esdras e Neemias narram esse grandioso episódio. Esdras e Zorobabel foram enviados com uma companhia de 1.800 homens. Foram a Jerusalém para restaurar o templo e a cidade. Jeová falou que a glória do segundo templo seria maior que a glória do primeiro, edificado por Salomão; mas foi destruído novamente no ano setenta depois de Cristo, e nunca mais. Já se passaram 2.500 anos. No lugar do templo está a mesquita de Omar, templo muçulmano que está lá há 1.400 anos. O templo de Salomão não ficou nem 500 anos.
Vamos abordar outro assunto. Nabucodonosor é figura de Satanás. Jeremias, o profeta, revela que o rei de Babilônia é um dragão devorador, e o dragão é Satanás (Ap. 12:9; Jr. 51:34). Há na Bíblia um outro argumento mais forte. No livro de Isaías temos uma profecia dirigida a Nabucodonosor. Ela começa assim: “Então proferirás este dito contra o rei de Babilônia, e dirás: Como cessou o opressor! a cidade dourada acabou! já quebrantou Jeová o bastão dos ímpios e o cetro dos dominadores. Aquele que feria os povos com furor, com praga incessante, e que com ira dominava as nações, agora é perseguido, sem que alguém o possa impedir” (Is. 14:4-6). E a profecia que segue contra Nabucodonosor, é aplicada a Satanás pelos teólogos, pelos cristãos em geral, e por todas as igrejas cristãs desde os tempos apostólicos (Is. 14:11-17).
Se Nabucodonosor é realmente figura de Satanás, Jeová foi vencido e saqueado por Satanás.
- O reino que Jeová fundou foi destruído pelo diabo (II Rs. 23:27).
- A lei e o sacerdócio de Jeová foram destruídos pelo diabo (Hb. 7:12-19; Ml. 2:1-3).
- O povo de Jeová foi seduzido pelo diabo (Jo. 8:44).
- O concerto de Jeová foi destruído pelo diabo (Jr. 31:31-34).
- O concerto de Jeová não é o de Cristo. Paulo explica em Gl. 4:21-31.
Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira