O SANTO DE ISRAEL 3
Jeová declarou a Moisés: “Tenho visto atentamente a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheci as suas dores. Portanto desci para livrá-lo da mão dos egípcios, e para fazê-lo subir daquela terra, a uma terra boa e larga, a uma terra que mana leite e mel” (Ex. 3:7-8). Quem lê este pronunciamento conclui que Jeová é deus misericordioso e piedoso, e que busca o bem dos aflitos e necessitados. Mas a realidade é decepcionante. Jeová usou Moisés, dando-lhe poder para produzir sinais e pragas, maravilhas nunca antes vistas pelos homens, com o único fim de se tornar famoso. O salmista nos revela isso: “Nossos pais não atentaram para as tuas maravilhas no Egito, não se lembraram da multidão das tuas misericórdias; antes foram rebeldes junto ao mar Vermelho. Não obstante, ele os salvou por amor do seu nome, para fazer conhecido o seu poder” (Sl. 106:7-8).
Jeová não salvou Israel por amor a eles, mas por amor do seu nome que ia se tornar conhecido e famoso. Que Jeová andava atrás de fama, é fácil provar: “Naquele dia levantei a minha mão para eles, para os tirar da terra do Egito para uma terra que tinha previsto para eles, a qual mana leite e mel, e é a glória de todas as terras. Então lhes disse: Cada um lance de si as abominações dos seus olhos, e não vos contamineis com os ídolos do Egito; eu sou Jeová vosso deus. Mas rebelaram-se contra mim, e não me quiseram ouvir; ninguém lançava de si as abominações de seus olhos, nem deixava os ídolos do Egito; então eu disse que derramaria sobre eles o meu furor, para cumprir a minha ira contra eles no meio da terra do Egito. O que fiz, porém, foi por amor do meu nome, para que não fosse profanado diante dos olhos das nações, no meio das quais eles estavam, a cujos olhos me dei a conhecer a eles, para os tirar da terra do Egito” (Ez. 20:6-9). E repete logo em Ez. 20:14. As nações são a platéia, e o palco caprichosamente preparado por Jeová pelo espaço de 400 anos, foi o Egito, nação poderosa, rica e famosa (Gn. 15:13-4).
O que importava para Jeová era o seu grande nome, Israel que sofresse nos cativeiros publicitários. Quanto mais Israel era oprimido por Jeová, e isso porque não obedeciam as suas leis, mais as nações tremiam diante desse nome, por isso o salmista diz: “Jeová reina; tremam as nações; ele está entronizado entre os querubins; comova-se a terra” (Sl. 99:1).
Moisés sabia que Jeová andava atrás de fama. Quando os doze espias, ao voltar, injuriaram a terra(Nm. 14:31-33), Jeová se encheu de furor, e decidiu mandar uma peste para destruir a todos. Moisés, então, disse a Jeová: “Assim os egípcios o ouvirão; porquanto com a tua força fizeste subir este povo do meio deles. E o dirão aos moradores desta terra, que ouviram que tu, ó Jeová, estás no meio deste povo, que de cara a cara, ó Jeová, lhes apareces, que a tua nuvem está sobre eles, e que vais adiante deles numa coluna de nuvem de dia, e numa coluna de fogo de noite. E se matares este povo como a um só homem, as gentes pois, que ouviram a tua fama, falarão, dizendo: Porquanto Jeová não podia pôr este povo na terra que lhes tinha jurado, por isso os matou no deserto” (Nm. 14:11-16). Jeová então os perdoou, não porque os amasse, mas para não macular a sua gloriosa fama; mas os matou a todos no deserto, o que prova que não amava seu povo, e só se importava consigo mesmo e com a fama do seu nome (Nm. 14:19-23, 34-35).
Que santidade podemos ver nesse deus homicida e enganador?
Israel é o escabelo dos pés de Jeová. No livro de Lamentações, lemos: “Como cobriu Jeová de nuvens na sua ira a filha de Sião! derribou do céu à terra a glória de Israel, e não se lembrou do escabelo de seus pés, no dia da sua ira. Devorou Jeová todas as moradas de Jacó, e não se apiedou” (Lm. 2:1-2; Sl. 99:5). Escabelo é um banquinho onde os monarcas descansam os pés. Israel é escabelo, pois, é a base do projeto de glorificação de Jeová, por isso Isaías, o profeta, escreveu da parte de Jeová, dizendo: “Não temas, pois, porque estou contigo; trarei a tua semente desde o oriente, e te ajuntarei desde o ocidente. Direi ao norte: Dá; e ao sul: Não retenhas; trazei meus filhos de longe, e minhas filhas das extremidades da terra. A todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para minha glória; eu os formei, sim, eu os fiz. Trazei o povo cego que tem olhos, e os surdos que tem ouvidos” (Is. 43:5-8). Israel é o capacho onde Jeová limpa os pés. O mesmo Isaías escreveu o seguinte: “O tempo vem em que ajuntarei todas as nações e línguas; e virão, e verão a minha glória. E porei entre eles um sinal, e os que deles escaparem enviarei às nações, a Társis, Pul, e Lude, flecheiros, a Tubal e Javã, até às ilhas de mais longe, que não ouviram a minha fama, nem viram a minha glória; e anunciarão a minha glória entre as nações” (Is. 66:18-19).
Fica assim provado que o santo de Israel, nunca esteve interessado na salvação de Israel, mas em se tornar famoso e obter glória, ser adorado e louvado, por isso habita no meio dos louvores, não só de Israel, mas de todas as nações (Sl. 22:3).
Jeová também nunca cogitou na salvação dos homens deste mundo infernal, pois odiava os gentios, isto é, todos os povos não judeus (Sl. 10:16). O santo de Israel sempre foi ansioso por fama e glória pessoal. E quem busca fama e glória, não é santo! Jesus declarou: “Quem fala de si mesmo busca a sua própria glória, mas o que busca a glória daquele que o enviou, esse é verdadeiro, e não há nele injustiça” (Jo. 7:18; 8:50).
Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira