(421) – A IMPERFEIÇÃO – I

A IMPERFEIÇÃO 1

1. Na carta aos Hebreus, capítulo nove, dos versos um a oito, temos uma descrição do santuário de Jeová, onde se prestava o culto. Havia um tabernáculo, que continha o candeeiro, e a mesa, e os pães da proposição. Depois do segundo véu estava o santo dos santos, que tinha o incensário de ouro, e a arca do concerto, coberta de ouro; em que estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, e as tabuas do concerto da lei. Sobre a arca estavam os dois querubins da glória.Estas coisas estavam preparadas, e a todo tempo entravam os sacerdotes no primeiro tabernáculo, cumprindo os serviços; mas no segundo só o sumo sacerdote, uma vez por ano, não sem sangue, que oferecia por si mesmo e pelas culpas do povo.No verso nove lemos que aqueles dons e sacrifícios da velha aliança nunca aperfeiçoaram, e que consistiam somente em manjares, e bebidas, e varias abluções e justificativas da carne impostas até o tempo da correção (Hb. 9:1-10). ERA A FESTA DA IMPERFEIÇÃO, E COMPLICADA, PARA SER MAIS VALORIZADA.

2. Lemos no capitulo oito de um santuário verdadeiro, o qual Jesus fundou (Hb. 8:1-2). O que não é verdadeiro é o da terra, ordenado por Jeová (Hb. 8:3-5), e construído pelos homens. O verdadeiro está no céu, onde Jesus entrou para comparecer por nós perante Deus (Hb. 9:24). O primeiro, onde os sacrifícios agravam a Jeová, não era perfeito (Lv. 1:9-13, 17; 2:9; 3:5; Nm. 15:3, 14, 24). E não era perfeito porque não agradava a Deus Pai: “Holocaustos e oblações pelo pecado não te agradaram” (Hb.10:6). Se não agradavam o Pai porque eram imperfeitos, por que agradavam a Jeová?

3.  Na mesma carta aos Hebreus está escrito: “De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico, (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão”? (Hb. 7:11). Está escrito de maneira clara que o sacrifício levítico, estabelecido por Jeová, foi e é imperfeito. O texto revela também que o sacerdócio de Melquisedeque não é o mesmo de Arão. São ordens completamente diferentes. Sobre essa diferença infinita, está escrito o seguinte: “Visto ser manifesto que o nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa tribo nunca Moisés falou em sacerdócio” (Hb. 7:14); e mais ainda:“Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei” (Hb. 7:12). O sacerdócio de Jeová não é figura do sacerdócio de Cristo, pois são totalmente diferentes. O apóstolo Pedro, referindo-se ao sacerdócio de Jesus Cristo, que é o do Novo Testamento e da Igreja, diz: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (I Pd.2:9). Ora, o sacerdócio de Cristo é perfeito (Hb. 4:14-15), logo o de Jeová é imperfeito. O sacerdócio da Igreja é real, logo o de Jeová é uma farsa, ou melhor, uma fantasia complicada e ineficaz; por isso foi mudado o sacerdócio.

4. Os sacrifícios ministrados por aqueles sacerdotes de Jeová eram imperfeitos. A carta aos Hebreus é o livro que revela as imperfeições contidas no Velho Testamento. Vejamos a imperfeição dos sacrifícios e holocaustos: “Porque, tendo a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, nunca, pelo mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode ‘aperfeiçoar’ os que a eles se chegam” (Hb. 10:1). E por que são imperfeitos? “Porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados” (Hb. 10:4). Então pergunta-se: Se são imperfeitos, por que Jeová perdoava os pecados com aqueles sacrifícios? Se na congregação de Israel alguém errasse contra algum dos mandamentos de Jeová, então traria um novilho para expiação do pecado (Lv. 4:13-14). Então o sacerdote ungido fazia um complicado ritual, terminando com um holocausto, e o pecado era perdoado (Lv. 4:15-20). Se havia perdão, o sacrifício tinha de ser perfeito; por que na carta aos Hebreus lemos que eram imperfeitos? Porque cada sacrifício só valia pelo pecado daquele dia, ou melhor, pelo pecado trazido ao altar, mas o povo ou a pessoa teria que trazer outro novilho se incorresse no mesmo pecado novamente, por isso está escrito: “E assim todo o sacerdote aparece cada dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar os pecados” (Hb. 10:11). Se um israelita fosse viciado em algum pecado contra a lei de Jeová tinha de ser rico e possuir uma manada de novilhos, pois se não fizesse expiação pelos pecados, morria (Ez. 18:4). O sacrifício imperfeito, então, consistia em perdoar todos os dias o mesmo pecado, e os sacerdotes eram gordos de tanto comer carne (I Co. 10:18). Jeová, o misericordioso, perdoava todos os dias o mesmo pecado, mas jamais tirava do coração do pecador o vicio do pecado. Só que, os sacrifícios e holocaustos alimentavam o pecado, pois se alguém, sendo escravo do pecado, podia alcançar o perdão, gastava tudo o que tinha para alcançar o favor de Jeová e ficar com o prazer mórbido da carne.

Agora vamos ao ensinamento de nosso Senhor Jesus Cristo: “Sacrifício e oferta, e holocaustos e oblações pelo pecado não quiseste, nem te agradaram (os quais se oferecem segundo a lei). Então disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo. Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez” (Hb. 10:8-10). E segue: “Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados” (Hb. 10:14). “Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus; nem também a si mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no santuário com sangue alheio; doutra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo” (Hb. 9:24-26). Aniquilar quer dizer abater, exterminar. Mas o pecado nunca esteve tão vivo como hoje. Todos os cristão dizem: Eu peco e sou salvo. Paulo afirma que o homem pode ser liberto do pecado (Rm. 6:18). E João diz: “Bem sabeis que Cristo se manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado. Qualquer que permanece nele não peca; qualquer que peca não o viu nem o conheceu” (I Jo. 3:5-6). De maneira que, o escravo do pecado deve fazer sacrifícios de novilhos no tabernáculo de Jeová, pois está enquadrado em Hb. 10:11 — Não aniquile o poder de Jesus Cristo pelo prazer de pecar. Lembre-se sempre de que, quem comete pecado é do diabo (I Jo. 3:8). Para não nos tornarmos filhos do diabo, temos que crer no poder libertador de Jesus Cristo, e aborrecer o pecado.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

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