CAMINHOS DE JEOVÁ
- “Justo é Jeová em todos os seus caminhos, e santo em todas as suas obras” (Sl. 145:17). Jeová tem muitos caminhos. Um deles é o deserto: “Derrama o desprezo sobre os príncipes, e os faz andar desgarrados pelo deserto, onde não há caminho” (Sl. 107:40). Por que no deserto não há caminho? Porque o vento move a areia e apaga as marcas dos pés, e um caminho é uma trilha que une dois lugares. Sem a trilha não se chega a lugar nenhum. Então porque Jeová levou o seu povo ao deserto? Porque não os levaria a nenhum lugar. O plano era matá-los no deserto. No mesmo salmo lemos: “Andaram desgarrados pelo deserto, por caminhos solitários; não acharam cidade onde habitassem” (Sl. 107:4). Jó acrescenta algo mais sobre o assunto: “Tira o coração aos chefes das gentes da terra, e os faz vaguear pelos desertos, sem caminho” (Jó 12:24). O povo de Israel andou errante e desgarrado quarenta anos, mas Jeová os guiava: “Assim partiram de Sucote, e acamparam em Etã, à entrada do deserto. E Jeová ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo, para os alumiar, para que caminhassem de dia e de noite. Nunca tirou de diante da face do povo a coluna de nuvem, de dia, nem a coluna de fogo, de noite” (Ex. 13:20-22). Já imaginaram Jeová matando no deserto oitenta a cem pessoas por dia durante quarenta anos? Foi ele que os condenou à morte nesses quarenta anos (Nm. 14:27-35).Este foi o caminho de Jeová no deserto. Caminho da morte.
- O segundo caminho de Jeová é o mar. Ele disse: “Pelo mar foi o teu caminho, e tuas veredas pelas grandes águas; e as tuas pegadas não se conheceram. Guiaste o teu povo como a um rebanho, pela mão de Moisés e Arão” (Sl. 77:19). É claro que o caminho a que Jeová se refere é a passagem pelo mar Vermelho, quando a mar se abriu e Israel passou a pé enxuto; e quando os exércitos de Faraó os seguiram, o mar se fechou e destruiu os carros de Faraó, matando os cavalos e os cavaleiros(Ex. 14:27-31). O apóstolo Paulo se refere a este episódio dramático com as seguintes palavras:“Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem, e todos passaram pelo mar. E todos foram batizados na nuvem e no mar” (I Co. 10:1-2). Batismo, no grego, se traduz por imersão. Os egípcios foram batizados na nuvem e no mar, pois foram imersos nas águas do mar Vermelho, e morreram todos. O povo de Israel passou a pé enxuto, logo não foi batizado e por isso não morreram. Jeová, no seu batismo os salvou, para matá-los no deserto durante os quarenta anos. Na epístola de Judas, lemos: “Mas quero lembrar-vos, como a quem uma vez já soube isto, que havendo Jeová salvo um povo, destruiu depois os que não creram” (Jd. 5). O batismo de Jeová é caminho da morte e condenação (Is. 43:16-17).
- O terceiro caminho de Jeová é o caminho da repreensão: “Porque o mandamento é uma lâmpada, e a lei uma luz; e as repreensões da correção são o caminho da vida” (Pv. 6:23). Mas está escrito que a vara é para as costas do tolo (Pv. 26:3; 10:13), isto é, a vara não resolve. Jeová declarou o seguinte: “Retive a chuva no campo, e andaram vagabundos de cidade em cidade; e contudo não vos convertestes a mim. Feri-vos com queimadura e ferrugem. As vossas hortas, as vossas vinhas, as vossas figueiras, as vossas oliveiras, foram comidas pela locusta; contudo não vos convertestes a mim, diz Jeová. Enviei a peste contra vós, à maneira do Egito, os vossos mancebos matei à espada, os vossos cavalos deixei levar presos, o fedor dos vossos exércitos fiz subir aos vossos narizes; contudo não vos convertestes a mim, disse Jeová. Subverti alguns dentre vós, como deus subverteu Sodoma e Gomorra, contudo não vos convertestes a mim, disse Jeová” (Am. 4:7-11). Logo a frente, Jeová vocifera dizendo: “Que vês, Amós? E eu disse: Um cesto de frutos do verão. Então Jeová me disse: Chegou o fim sobre o meu povo Israel; daqui por diante nunca mais passarei por ele” (Am. 8:2). Está provado que repreensão e vara não resolvem. Um cão que apanha muito, fica vira-lata.
- Jeová tem o seu caminho na tormenta: “Jeová toma vingança e é cheio de furor” (Na. 1:2). Vejamos o que fazem as tormentas de Jeová: “Eis que Jeová mandará um homem valente e poderoso; como uma queda de saraiva, uma tormenta e destruição, e como uma tempestade de impetuosas águas que transbordam, violentamente a derrubará por terra a coroa de soberba dos bêbados de Efraim” (Is. 28:2-3). “Eis que saiu com indignação a tempestade de Jeová; e uma tempestade penosa cairá cruelmente sobre a cabeça dos ímpios. Não se desviará a ira de Jeová, até que execute e cumpra os pensamentos do seu coração” (Jr. 23:19-20). “Porque Jeová tem contenda com as nações, entrará em juízo com toda a carne; os ímpios entregará à espada, diz Jeová. Assim diz Jeová dos exércitos. Eis que o mal sairá de nação para nação, e grande tormenta se levantará dos confins da terra. E serão os mortos de Jeová, naquele dia, desde uma extremidade da terra até a outra extremidade da terra. Não serão pranteados, nem recolhidos, nem sepultados, mas serão como estrume sobre a face da terra” (Jr. 25:31-33). É difícil crer que Jeová é refúgio contra a tormenta (Is. 25:4). E Jeová tem outros caminhos, mas todos levam à morte.
Davi, o inocente, declarou que o caminho de Jeová é perfeito (Sl. 18:30). Trovões, terremotos, tufões de vento, tempestade, granizo, labareda de fogo consumidor, nunca foi caminho perfeito (Is. 29:6).
Deus, o Pai, estabeleceu um caminho perfeito, que une céus e terra, que acalma as tormentas e tempestades (Mt. 8:23-27). Jesus não tem caminhos neste mundo; Jesus é o caminho. Ele disse: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo. 14:6).
Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira