Quando não se conhece o verdadeiro, o falso toma o seu lugar. O falso é a imitação do verdadeiro. Para cada profeta verdadeiro existem mil falsos (2 Pd.2:1). Vamos analisar o falso e o verdadeiro dentro da Bíblia, isto é, os valores espirituais verdadeiros e os valores espirituais falsos. Por exemplo, Paulo declara que o Velho Testamento foi abolido por Jesus Cristo em 2 Co.3:14. Se foi abolido não era verdadeiro, pois se fosse não seria abolido. O Velho Testamento, como história de um povo é verdadeiro, mas como valor espiritual é falso.
Provemos: Se Jesus Cristo não tivesse encarnado, não haveria salvação, como diz Pedro: “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (At.4:12). O Velho Testamento nunca salvou ninguém, logo não é verdadeiro para salvar. Se alguém objetar afirmando que houve salvação no Velho Testamento, pois Abraão, Isaque e Jacó foram salvos, Abel, Enoque, Noé, Moisés, José, etc, a Bíblia afirma que eles foram salvos por Jesus depois da ressurreição. Basta ler Gl.4:4-8 e 1 Co.15:17-18.
Por outro lado, se não houvesse Velho Testamento, e Jesus encarnasse, a salvação estaria garantida, pois Jesus Cristo é o autor e consumador da fé (Hb.12:2). Jesus não precisa do Velho Testamento para salvar os homens, mas o Velho Testamento, sem Jesus, é o concerto da morte e da condenação (2 Co.3:6-7). A conclusão lógica é que, o Velho Testamento tem apenas valor histórico, mas o Novo Testamento tem valor histórico e transcendente, pois nele está a vida eterna, dada pelo Pai, através da cruz de Cristo. Convém frisar também que, se só em Cristo é possível a salvação, a salvação de Jeová no Velho Testamento era falsa, pois não há dois salvadores. Jeová salvou Noé e sua família no dilúvio, mas eles morreram depois, logo essa salvação não foi verdadeira. Jeová se declarou salvador de Israel. “Porque eu sou Jeová teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador” (Is.43:3). Realmente Jeová salvou Israel do cativeiro Egípcio, mas depois matou todos no deserto, logo essa salvação não foi verdadeira, mas falsa, por isso lemos no Novo Testamento: “Mas quero lembrar-vos, como quem uma vez já soube isto, que, havendo Jeová salvo um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu depois os que não creram” (Judas 5). Alguém dirá: Mas Jeová destruiu os que não creram. Eu respondo: Se a salvação foi antes da fé, foi falsa, pois no Evangelho, primeiro vem a fé, depois a salvação (Mc.16:16).
Mas há outras coisas falsas no Velho Testamento, vejamos:
1- Lemos na carta a Tito: “A verdade é segundo a piedade” (Tt.1:1). As palavras de Jeová eram inflamadas de ira e furor, logo não eram verdade. Ler Jr.25:15-16; Na.1:2; Sl.7:11; Dt.32:22-24, etc.
2- Jesus Cristo só mandou o Espírito da verdade (Jo.14:15-17; 16:13; 1 Jo.5:6). Jeová enviava espírito da mentira também, e este espírito é falso (1 Rs.22:23). Ora, do verdadeiro não pode proceder o falso.
3- Pedro declara que os cristãos são o sacerdócio real, e a Igreja era formada por pessoas de diversas raças, logo o sacerdócio levítico não era real, mas fictício e falso, e por isso mesmo foi mudado. “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real …” (1 Pd.2:9). “Porque todos quantos fostes batizados em Cristo, já vos revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; por que todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gl.3:27-28; Hb.7:12).
4– A Justiça do Velho Testamento não era verdadeira, pois os que obedeceram rigorosamente e sinceramente a lei não foram achados justos pelo Pai. “Que diremos pois ? Que os gentios, que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça ? Mas a justiça que é pela fé. Mas Israel, que buscava a lei da justiça, não chegou a lei da justiça. Por que ? Porque não foi pela fé, mas pelas obras da lei …” (Rm.9:30-32).
5– Jeremias declara que Jeová é a verdade (Jr.10:10). “E sua lei é a verdade” (Sl.119:142). Se a lei foi mudada, a verdade foi mudada? (Hb.7:12). E João diz: “Outra vez vos escrevo um mandamento novo que é verdadeiro” (1 Jo.2:8). “Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo” (Jo.1:17; Heb.7:18-19).
6– “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo.8:32). Se a lei de Jeová era a verdade por que não foram libertados? O Velho Testamento que conheciam não era verdade que liberta? Jeová se intitulava Deus e Pai, e fez uma lei que não liberta, e estabeleceu um pacto que não libertou seu povo?
7– Jó declara que, com a luz de Jeová ele caminhava pelas trevas (Jó 29:3). Salomão afirmou que a lei é uma luz em Pv.6:23. O salmista afirmou que Jeová era a sua luz (Sl.27:1). E João declara que Jesus é a luz verdadeira que alumia todo o homem que vem ao mundo (Jo.1:9). Isto equivale dizer que a luz anterior era falsa.
8– João, em sua primeira carta, registra que Jesus é o Deus verdadeiro (1 Jo.5:20). Esta declaração compromete o Deus que se revelou antes de Jesus.
9– O povo de Israel ia a Jerusalém adorar Jeová no templo, e Jesus disse a mulher samaritana, que eles não sabiam a quem adoravam (Jo.4:19-24). Adoravam um deus falso? (1 Sm.1:3; 1 Cr.16:29; Sl.29:2; 96:9; Jr.7:2; Zc.14:17).
10– Jeová plantou a árvore da vida no Jardim do Éden (Gn.2:8-9). E Jesus afirma que ele é a verdadeira árvore da vida plantada pelo Pai (Jo.15:1). Parece que aquela árvore é falsa.
11– Os sacerdotes eram ungidos, assim como os reis e profetas (Lv.21:10-12; 1 Rs.19:15-17). E João afirmou que existe uma unção que é verdadeira e ensina todas as coisas (1 Jo.2:27). Estaria o apóstolo João revelando que as unções do Velho Testamento não eram verdadeiras? É o que está escrito e é o que parece ser.
Autoria: Pastor Olavo S. Pereira