(396) – JEOVÁ E SATÃ

JEOVÁ E SATÃ

         “Chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipo, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem? E eles disseram: Uns João Batista, outros Elias, e outros Jeremias ou um dos profetas. Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou? E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do deus vivo. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus” (Mt.  16:13-17). Os outros três evangelistas não citam a palavra “deus vivo”. Marcos diz somente “tu és o Cristo” (Mc. 8:29). Lucas 9:20, diz: “Tu és o Cristo de deus”. João 6:69 diz: “Tu és o Cristo, o Filho de deus”. Somente Mateus fala Filho do deus vivo.

Quem é o deus vivo? É Jeová. Como provar? Seguindo o texto de Mateus, lemos: “Então Jesus mandou aos seus discípulos que a ninguém dissessem que ele era o Cristo” (Mt. 16:20). Ora, o Messias era promessa de Jeová (Sl. 2:2; Jr. 23:5; 33:15; Rm. 1:3). Jesus só foi declarado Filho de Deus na ressurreição, e depois das crucificação, como lemos em At. 13:29-33. Se Jesus só se tornou Filho do Deus Pai após a ressurreição, e se Pedro declara que Jesus era o filho do deus vivo antes de morrer na cruz, então o deus a quem Pedro se referia só podia ser Jeová, e não o Pai, pois Jesus já era o filho do deus vivo antes da ressurreição.

Paulo nos dá outro argumento: “Acerca de seu Filho Jesus, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne, declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos — Jesus Cristo Nosso Senhor” (Rm. 1:3-4). O Cristo gerado no ventre de Maria, era o Cristo segundo a carne, e gerado por Jeová, o deus vivo; mas Deus, o Pai, não gera filhos na carne, como diz João: “Mas, a todos que o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” (Jo. 1:12-13).

Continuando o texto de Mateus, lemos: “Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muito dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia. E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreende-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso. Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para traz de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreende as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens” (Mt. 16:21-23). Ora, Pedro se opôs aos padecimentos, e à morte de Cristo e foi chamado de Satanás. Isto nos revela que Satanás era contra a morte de Cristo na cruz. E por que? Porque Satanás lhe ofereceu todos os reinos deste mundo, e a sua glória, com a condição de Cristo adorá-lo (Lc. 4:5-8). Se Cristo o adorasse, Satanás estaria consagrado como Deus. Acontece que Jeová lhe fez a mesma promessa, quando disse: “Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e os fins da terra por tua possessão. Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro (Sl. 2:8-9). Para Jeová também, não interessava a morte de Cristo. O chocante, é que Jeová e Satanás fizeram a mesma proposta. Isto nos revela que a vontade de um, é também, a vontade do outro. Os dois tem o mesmo projeto. Há, na Bíblia, outros momentos em que trabalham de acordo. No caso de Jó, homem sincero e reto, temente a deus, e que desviava-se do mal (Jó 1:8), Satanás propôs a Jeová macerá-lo, na certeza de que não há homem que não blasfeme de Deus, quando provado. Jeová imediatamente concordou com Satanás, pois são sócios no projeto de destruir os homens (Jó 1:6-12; 2:1-7). Temos mais um caso. Em II Sm. 24:1, lemos que a ira de Jeová se tornou a acender contra Israel, e incitou a Davi, contra eles, dizendo: “Vai, numera a Israel e a Judá”. Já em I Cr. 21:1, lemos que quem incitou foi Satanás. Quando há dois autores do projeto, qualquer um deles assina. Temos ainda outro caso dessa sociedade tenebrosa de Jeová e Satanás. Jeová declarou por boca de Isaías que vai criar um novo céu e uma nova terra, e que não haverá lembrança das coisas passadas, mas criaria para Jerusalém perpétua alegria, e também gozo eterno para seu povo. Não haverá mais pranto nem clamor. Nunca mais plantarão vinhas para que outros comam do fruto, nem edificarão casas para que outros habitem nelas. Não trabalharão debalde nem terão filhos para perturbação, pois são semente dos benditos de Jeová. Três coisas, porém, permanecerão no novo céu e na nova terra: Pecado, morte e maldição (Is. 65:20). E Jeová termina a predição, dizendo: “O lobo e o cordeiro se apascentarão juntos, e o leão comerá palha como o boi; e pó será a comida da serpente” (Is. 65:25). É de espantar! A serpente, isto é, Satanás, faz parte do plano de Jeová para a eternidade futura. Eles estarão eternamente unidos. Jeová matando pela lei, e a serpente se alimentando do pó, isto é, da morte (Sl. 22:15). É uma sociedade perfeita. Mas este fato futuro nos revela que no Jardim do Éden, Satanás não era inimigo de Jeová, mas trabalhavam juntos (Gn.3:1-6). Se trabalhavam juntos, o projeto de ambos é destruir os homens (Gn. 6:7; Lc. 9:51-56).

O projeto de Jesus e do Pai é salvar os malditos de Jeová, por isso Paulo diz: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós, porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro” (Dt. 21:22-23; Gl. 3:13). Note-se que está escrito: Maldição da lei, e não maldições da lei. Maldições, são as pronunciadas por Jeová, descritas na lei (Dt. 28:15-68). Como está escrito maldição da lei, o apóstolo declara que a lei é uma maldição. Cristo, na cruz, pela morte, nos resgata da maldição da lei, pois a lei opera as paixões carnais e pecaminosas que matam (Rm. 7:5). A lei é a força do pecado (I Co. 15:56). A lei separa de Cristo (Gl. 5:1-4). A lei opera a ira (Rm. 4:15). Os de Cristo não estão mais debaixo da lei (Rm. 6:14). Pois onde não há lei não há imputação de pecado (Rm. 5:13).

João declara que quem comete pecado é de Satanás, logo Satanás é beneficiado pela lei, que imputa o pecado (I Jo. 3:8). E Jesus veio para desfazer as obras de Satanás. Desfazendo as obras de Satanás, Jesus desfaz também as obras de Jeová, que ordenou a lei (Is. 30:9; 51:4; Nm. 9:13-14).Concluímos que Jesus é contra Jeová, que prepara a comida da serpente. Jesus mudou a lei (Hb. 7:12).

Jesus diz: “Eu e o Pai somos um” (Jo. 10:30). Logo, o Pai também é contra Jeová. É fácil ver na Bíblia que Jesus é contra Jeová, pois Jeová é o autor do Velho Testamento, o qual Cristo aboliu (II Co. 3:14). Jeová instituiu a lei, e Cristo nos liberta da lei (Rm. 7:6). Jeová é o autor da morte (Gn. 2:16-17) e Cristo aboliu a morte, e trouxe a luz e a vida pela incorrupção do evangelho (II Tm. 1:9-10). Jeová instituiu o regime da escravidão ordenando o concerto da lei no monte Sinai (Gl. 4:21-25). Jesus Cristo liberta o cristão dessa escravidão tenebrosa (Jo. 8:36).

E Jesus declarou: “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. E a vontade do Pai que me enviou é esta: que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia. Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: que todo aquele que vê o Filho e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo. 6:38-40).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

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