JESUS E JEOVÁ
Existem três correntes teológicas. Uma afirma que Jesus e Jeová são a mesma pessoa. Outra afirma que Jeová é o pai e Jesus é o filho. Outra ainda, afirma que Jeová é um ser estranho, que se elegeu a si mesmo; dá testemunho de si mesmo; sofre de ataques de fúria incontroláveis, que só acalma com sangue; um ser odioso e vingativo, inventor de males e pragas, coisas incompatíveis com o Pai revelado por Jesus, cheio de amor, graça, perdão, e que não condena ninguém. Se Jesus e Jeová são uma mesma pessoa, as obras de ambos, no Velho e Novo Testamentos, não podem ser conflitantes. Se Jeová fosse o pai e Jesus o filho, não poderiam ter planos diferentes para os homens, pois Jesus declara que ele e o Pai são um (Jo. 10:30). Vejamos se há afinidade espiritual entre os atos de Jeová e de Jesus:
1. Jeová é o deus dos ricos: “A bênção de Jeová é que enriquece, e não acrescenta dores” (Pv. 10:22). Davi declara que de Jeová vem as riquezas (I Cr. 29:12; I Rs. 3:13; I Cr. 29:26-28). O Deus que Jesus revelou como Pai, escolheu os pobres para serem herdeiros do reino celestial (Tg. 2:5). E Jesus aconselha a não ajuntar tesouros na terra (Mt. 6:19-20). A um rico que quis segui-lo, Jesus mandou vender tudo o que possuía, para depois segui-lo (Mt. 19:16-21). Excluindo as dádivas de Jeová, Jesus exclui Jeová.
2. Jeová ordena o juramento: “Ao Senhor teu deus temerás, e a ele servirás, e pelo seu nome jurarás” (Dt. 6:13). E Jeová profetiza que no futuro, se dobrarão todos os joelhos, e afirma: “POR MIM JURARÁ TODA A LÍNGUA” (Is. 45:23). Jeová declara que no novo céu e na nova terra que vai criar, os homens jurarão pelo deus da verdade (Is. 65:16-17). Jesus, em contrário, declarou: “Ouvistes o que foi dito: Cumprirás os teus juramentos à Jeová. Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o escabelo dos seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande rei; nem pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto; seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna” (Mt. 5:33-37). Ao excluir o juramento, Jesus excluiu Jeová do plano do Pai.
3. Jeová matava criancinhas inocentes. Num momento de fúria incontida contra o seu povo, Jeová declara que vai exterminá-los com setas mortais, seriam comidos de carbúnculo, de peste amargosa, devorados por feras, mordidos por serpentes peçonhentas, e também mortos pela espada; morreriam mancebos, virgens, velhos, e crianças de mama (Dt. 32:22-25). E Jesus proclamou bem alto: “Deixai vir a mim os meninos, e não os impeçais; porque dos tais é o reino de Deus” (Mc. 10:13-14). Ao salvar os que Jeová matava, Jesus exclui Jeová.
4. Ao libertar o povo de Israel da escravidão egípcia, Jeová os levou ao monte Sinai e disse-lhes: “Vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo” (Ex. 19:6). E declarou ao seu povo: “Eu sou Jeová, vosso santo, o Criador de Israel, vosso Rei” (Is. 43:15). Jesus, em contrário, declarou a Pilatos: “O meu reino não é deste mundo” (Jo. 18:36). O que agrava as declarações de Jeová, é que João, no seu evangelho, registrou as palavras de Jesus, dizendo: “Quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida” (Jo. 5:24). Sendo assim, Jesus exclui Jeová, que fundou o reino de defuntos. Quando um judeu, membro do falido reino de Jeová, ao crer em Cristo, pediu para sepultar o pai morto, Jesus lhe disse: “Segue-me tu, e deixa aos mortos sepultarem os seus mortos” (Mt. 8:21-22).
5. Ao dar a lei no monte Sinai, foi estabelecida a lei da vingança, que diz: “Olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe” (Ex. 21:24-25). Ao estabelecer a lei do perdão, Jesus exclui Jeová. A lei de Jesus é: “Se perdoardes aos outros as suas ofensas, também o vosso Pai celestial vos perdoará a vós; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas” (Mt. 6:14-15). Jesus exclui a lei do olho por olho com a lei do perdão, logo exclui Jeová.
6. Jeová vendia o seu povo por causa do pecado contra a lei. Ao entrar na posse da terra prometida, como Jeová não cumpriu a promessa de expulsar os povos corrompidos da terra, o povo de Israel se misturou com os cananeus, heteus, amorreus, heveus, perizeus e jebuseus, tomando as mulheres para seus filhos, e deram suas filhas para seus filhos, e serviram a seus deuses. Então a ira de Jeová se acendeu, e os vendeu na mão de Cusã-Risataim, rei da mesopotâmia. Só no livro dos juizes, Israel foi vendido sete vezes (Jz. 3:1-8; Jz. E:12-14; 4:1-3; 6:1; 10:42; 10:6-8; 13:1). O salmista declara que Jeová vendia o seu povo por nada, e sem obter lucro algum (Sl. 44:12). E Jesus compra com o seu sangue, exatamente aqueles que Jeová vendeu, logo, anulou a obra de Jeová (I Pd. 1:18-19).
7. Moisés fez um pedido a Jeová, dizendo: “Rogo-te que me mostres a tua glória. Jeová respondeu: Não poderás ver a minha face, porquanto homem nenhum verá a minha face, e viverá” (Ex. 33:20). E Jesus declarou: “A vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo. 6:40). Quem vê Jeová, morre; e quem vê a Jesus vive. Jesus estava sempre excluindo Jeová.
8. No reino de Jeová havia maus e bons, limpos e imundos, justos e injustos. E Jeová mandava chuva para os justos e bons, e retinha para os injustos e maus (Am. 4:7-8). E o Pai de Jesus, fazia chover sobre justos e injustos, limpos e imundos (Mt. 5:45). Logo, Jeová amava menos que o Pai. Com esta declaração Jesus excluiu Jeová.
9. Jeová é tido como Deus, e fundou neste mundo o seu reino (Ex. 19:6). Jesus, entretanto, declarou: “A lei e os profetas duraram até João Batista; desde então é anunciado o reino de Deus, e todo homem emprega força para entrar nele” (Lc. 16:16). E em outra ocasião Jesus disse: “Se eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, conseguintemente é chegado a vós o reino de Deus” (Mt. 12:28). Com estas declarações Jesus declarou que o reino de Jeová não é o reino de Deus, logo exclui Jeová.
10. Jeová se deu a conhecer aos homens no Velho Testamento, segundo o profeta Ezequiel: “Assim diz Jeová: No dia em que escolhi a Israel, levantei a minha mão para a descendência da casa de Jacó, e me dei a conhecer a eles no Egito” (Ez. 20:5). Se Jeová declara que se deu a conhecer, ninguém pode argumentar o contrário. E quando o povo ignorava, Jeová insistia em se fazer conhecido, dizendo: “Eis que lhes farei conhecer, desta vez lhes farei conhecer a minha mão e o meu poder; e saberão que o meu nome é Jeová” (Jr. 16:21). Isto falou ao seu povo. E, se até os estranhos o conheciam, quanto mais Israel. Eis o que Jeová declarou: “Dentre os que me conhecem farei menção de Raabe e de Babilônia” (Sl. 87:4). Vejamos agora a declaração de Jesus: “TODAS AS COISAS ME FORAM ENTREGUES POR MEU PAI; E NINGUÉM CONHECE O FILHO, SENÃO O PAI; E NINGUÉM CONHECE O PAI, SENÃO O FILHO, E AQUELE A QUEM O FILHO O QUISER REVELAR” (Mt. 11:27). Quando Jesus declara: NINGUÉM, é ninguém. Nem homens ou anjos. Ninguém nunca o conheceu antes de Cristo. Nem Israel, nem Raabe, nem Babilônia. João disse: “Deus nunca foi visto por alguém. O Filho Unigênito, que está no seio do Pai, esse o fez conhecer” (Jo. 1:18).
Com estas declarações, Jesus exclui a Jeová, que se deu a conhecer com pragas, pestes, maldições; guerras, cativeiros, vinganças e mortes. Jesus, entretanto, revelou o deus verdadeiro, o Deus Pai, amoroso e salvador de todos (I Tm. 4:10). É este Pai que nós conhecemos, adoramos, servimos e glorificamos.
Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira