FIGURAS 1
Muitas coisas do Velho Testamento são figuras de coisas do Novo Testamento. Jesus focalizou algumas delas. A de Noé por exemplo. À respeito da sua segunda vinda, assim falou: “Porém daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas unicamente meu Pai. E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem. Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem. Então, estando dois no campo, será levado um, e deixado outro” (Mt. 24:36-40). Três coisas tem que ser observadas nesta figura.
Primeira: Ninguém jamais poderá saber quando Jesus vai voltar. Alguns tolos têm marcado o dia, e têm sido publicamente humilhados.
Segunda: “No dia em Noé entrou na arca”. Como entender isto? Jesus vai se manifestar aos seus escolhidos que compõem a Igreja espiritual, da qual os carnais não fazem parte” (Rm. 8:5-8). No mesmo texto Jesus explica a entrada na arca: “Ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus” (Mt. 24:31).
Terceira: “O dilúvio os levou a todos”, isto é, não ficou ninguém vivo. Será que quando Jesus levar para o céu a sua Igreja, ficará alguém vivo na terra? Sim: Os que crêem na grande tribulação de sete anos. Estes sete anos são a última semana da profecia de Daniel, que segundo o pai desta interpretação, afirma isso (Dn. 9:25). O verso vinte e quatro declara que: “Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer justiça eterna, e selar a visão e a profecia, a para ungir o Santo dos santos” (Dn. 9:24). O texto é claro, dizendo: “SETENTA SEMANAS ESTÃO DETERMINADAS”, para que estas coisas aconteçam da parte de Deus Pai.
Se falta uma semana, só se cumpriram sessenta e nove. Mas o texto declara que são setenta. Se não se completaram as setenta semanas, então não foi extinguida a transgressão, e assim a graça não foi manifestada, e não houve a reconciliação dos homens com Deus, como proclamou o apóstolo Paulo, dizendo: “DEUS ESTAVA EM CRISTO RECONCILIANDO CONSIGO O MUNDO, NÃO LHES IMPUTANDO OS SEUS PECADOS; E PÔS EM NÓS A PALAVRA DA RECONCILIAÇÃO” (II Co. 5:19).
Quarta: Se falta uma semana para se completarem as setenta, não foi dado fim aos pecados, e a carta aos Hebreus está errada quando diz: “AGORA, NA CONSUMAÇÃO DOS SÉCULOS, UMA VEZ SE MANIFESTOU, PARA ANIQUILAR O PECADO PELO SACRIFÍCIO DE SI MESMO” (Hb. 9:26). Onde o pecado reina, também reina a morte; é o que diz Paulo: “Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para desfazer o corpo do pecado, para que não sirvamos mais o pecado. Porque aquele que está morto está justificado do pecado. Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos; sabendo que, havendo Cristo ressuscitado dos mortos, já não morre; a morte não mais tem domínio sobre ele. Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado, mas, quanto a viver, vive para Deus. ASSIM TAMBÉM CONSIDERAI-VOS COMO MORTOS PARA O PECADO, MAS VIVOS PARA DEUS EM CRISTO JESUS NOSSO SENHOR” (Rm. 6:6-11). Isto só é possível se Jesus Cristo deu fiam aos pecados. Se quem está em Cristo continua pecando, a nova criatura não é nova, e as coisas velhas não passaram, e também os que não nasceram de novo, nascem com a mesma maldição de Adão (II Co. 5:17; Jo. 3:3-6).
Jesus disse: “TUDO É POSSÍVEL AO QUE CRÊ” (Mc. 9:23). Se não é possível ao homem não pecar, neste caso Jesus não falou a verdade, pois não deu fim aos pecados; mas como falta uma semana para se cumprir, Jesus não deu fim aos pecados, pois ainda não foi sacrificado para extinguir os pecados, conforme Daniel 9:24.
O que complica a vida dos que dizem: “Eu peco e sou salvo”, é o que o apóstolo João diz: “Qualquer que comete o pecado, também comete iniqüidade; porque pecado é iniqüidade. E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado. Qualquer que permanece nele não peca; qualquer que peca não o viu nem o conheceu” (I Jo. 3:4- 6). E João ainda esclarece que quem comete pecado é do diabo (I Jo. 3:8). Voltando às setenta semanas, encontramos algumas contradições na tese que afirma que falta uma semana para cumprir-se a profecia:
Em Lc. 16:16, Jesus declara que “a lei e os profetas duraram até João Batista; desde então é anunciado o reino de Deus”. As profecias do Velho Testamento acabaram em Jesus Cristo. Lucas também registrou que foi dado a Jesus o livro do profeta Isaías. Ele leu o seguinte: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar o quebrantados de coração, a apregoar liberdade aos cativos, e dar vista aos cegos; e pôr em liberdade os oprimidos; a anunciar o ano aceitável doSenhor” (Lc. 4:17-19). Jesus cerrou o livro, deu-o ao ministro, e disse-lhe: “Hoje se cumpriu esta escritura em seus ouvidos” (Lc. 4:20-21). Cumpriu-se a profecia de Isaías. Acabou! Então Jesus cerrou o livro. Fim. E Paulo diz: “Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê” (Rm. 10:4). Todas as profecias a respeito do Messias se cumpriram em Cristo. Agora, o próprio Jesus, autor e consumador da fé, anuncia o reino de Deus, que no Velho Testamento não existia, com nova justiça (Rm. 9:30-33); com novas promessas (II Pd. 1:3-11); nova vida (Jo. 3:3-6); nova criação (II Co. 5:17); nova herança (I Pd. 1:3-4). A herança de Jeová era só para Israel, e era terrena, isto é, a terra de Canaã. O Cristo nascido em carne anunciava isso (Mt. 15:24). Mas o Cristo ressuscitado revelou a graça para todos, e o reino dos céus para todos (Tt. 2:11).
Como está escrito em Dn. 9:24 que setenta semanas estão determinadas para expiar a iniqüidade e trazer justiça eterna, E SELAR A VISÃO E A PROFECIA, E UNGIR O SANTO DOS SANTOS, e dizem que falta uma semana, nesse caso Jesus ainda não morreu na cruz, e tudo o que falamos acima não se cumpriu. Será que não se cumpriu? Vejamos o que diz a profecia: “Desde a saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas (483 anos), será tirado o Messias, e não será mais” (Dn. 9:25-26). Não será mais, isto é, o Cristo ressuscitado é outro, pois o plano é outro (Rm. 7:4). O Cristo que morreu, era o Messias de carne, o que ressuscitou atravessava paredes pois seu corpo foi glorificado (Rm. 1:3-4; I Co. 15:45-50).
Quem deu a ordem, do ponto de vista profético, foi Ciro, o persa (Ed. 1:1-3). E Esdras, e Zorobabel, e mais quarenta e dois mil e trezentos e sessenta varões foram, não só para construir o templo, mas também a cidade de Jerusalém e os muros, mas os inimigos escreveram a Artaxerxes falando mal de Israel (Ed. 2:64; 4:12-16). O rei Artaxerxes deu ordem para que não se edificasse a cidade e os muros (Ed. 4:21). Fica assim provado que Ciro tinha ordenado também a restauração dos muros e da cidade. Neemias, sabendo do acontecido, e sendo o copeiro do rei Artaxerxes, angustiado, pediu permissão para ir continuar a edificação, no que foi atendido.
A ordem de Ciro foi dada no ano 457 AC, que somados aos 33 anos da vida de Cristo, cumpridos na cruz, perfazem 490 anos. O concerto de uma semana de Dn. 9:27, foi: Metade, no seu ministério com os discípulos, e a outra metade, depois da ressurreição com o violento derramamento do Espírito Santo. Assim se cumpriram as setenta semanas de Dn. 9:24.
Para terminar, Jesus declara que não haverá uma semana depois da sua volta para levar a Igreja espiritual, nem haverá tribulação. Ele diz, explicando a parábola do joio e do trigo: “O que semeia a boa semente, é o Filho do homem. O campo é o mundo; e a boa semente são os filhos do reino; e o joio são os filhos do maligno; o inimigo que semeou, é o diabo; e a ceifa é o fim do mundo; e os ceifeiros são os anjos. Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo. Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que causa escândalo e os que cometem iniqüidade. E lançá-los-ão na fornalha de fogo” (Mt. 13:37-43). Depois o trigo irá para o celeiro. Não vai ficar ninguém, logo, as setenta semanas já se cumpriram.
Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira