A unção, no Novo Testamento tinha algumas finalidades, e era feita visivelmente derramando azeite sobre a cabeça. Para curar enfermidades espirituais havia unção (Tg.5:14-16). Também aplicavam a unção para curas físicas (Mc.6:13). A grande unção no Novo Testamento foi o derramamento do Espírito Santo, a grande obra de Jesus Cristo. Essa promessa gloriosa foi feita por Jesus. “E, estando com eles determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes” (At.1:4).
Jesus explica os efeitos dessa unção: “Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios d’água viva correrão do seu ventre. E isto disse ele do Espírito que haveriam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não existia, por Jesus não haver sido glorificado” (Jo.7:38-39). Essa palavra: “RIOS D’ÁGUA VIVA” significa virtude, graça, sabedoria, poder de curar, etc. Disse mais Jesus: “E estes sinais seguirão aos que crerem; em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão” (Mc.16:17-18). Estes são os rios d’água viva. O evangelista Lucas descreve como Jesus abriu este caminho glorioso: “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo o bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele” (At.10:38). O apóstolo Pedro foi o primeiro que fez as obras de Jesus, depois de receber a unção:
Curando enfermos – At.3:1-6.
Salvando os perdidos – At.11:13-14.
Ressuscitando mortos – At.9:36-42.
Expulsando espíritos malignos – At.5:16.
Estes prodígios foram realizados por todos os apóstolos, diáconos, e crentes – At.6:8; 8:5-7; 19:11-12; 14:3, etc.
A unção do Espírito Santo, conferida por Jesus, ensina e revela todas as coisas. “A unção, que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, como ela é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis” (1 Jo.2:27). Esta unção não existia no Velho Testamento, pois todos eram cegos e surdos, tanto o povo como os profetas.“Porque Jeová derramou sobre vós, um espírito de profundo sono, e fechou os vossos olhos, os profetas; e vendou as vossas cabeças, os videntes, pelo que toda a visão vos é como as palavras de um livro selado que se dá ao que sabe ler, dizendo: Ora lê isto; e ele dirá: Não posso, porque está selado” (Is.29:10-11). E Jeová chamava o povo de cego e surdo. “Trazei o povo cego que têm olhos; e os surdos, que têm ouvidos” (Is.43:8). E essa cegueira perdurou até o tempo de Jesus (Jo. 12:37-41). E os judeus continuaram cegos e surdos, logo, a unção de Cristo até hoje não veio sobre eles.
A unção, no Velho Testamento não ensinava nada. Vejamos: “Moisés derramou do azeite da unção sobre a cabeça de Arão, e ungiu-o para santificá-lo” (Lv.8:12). – E Arão se rebelou contra Moisés, logo não sabia nada, e em conseqüência Míriam ficou leprosa (Nm.12:1-10). Os três filhos de Arão eram ungidos para administrar o sacerdócio, e dois deles trouxeram fogo estranho perante a face de Jeová; que os matou na hora. Se trouxeram fogo estranho, nada sabiam (Nm.3:3; Lv.10:12).
Salomão foi ungido e predestinado por Jeová. E tão poderosa foi a unção, que Jeová lhe deu sabedoria superior aos homens todos, tanto do passado, como do futuro. Pois o sábio Salomão, amado de Jeová, escolhido por Jeová, glorificado por Jeová, foi o maior idólatra de todos os tempos, rejeitado por Jeová e causa da divisão do reino de Israel (1 Rs.1:32-39; 1 Cr.22:9). Salomão sabia tudo e não sabia o principal. A sua corrupção e queda está em 1 Rs.11:1-11. A pergunta que se faz é esta: Jeová fez de Salomão vaso de honra ou de desonra? Jeová, sendo Deus e tendo escolhido Salomão antes do adultério de Davi, não sabia o que lhe ia acontecer? Jeová foi enganado ou enganou a Davi? Davi orou a Jeová pedindo um coração perfeito para Salomão, já que era eleito e amado por Jeová desde o ventre, mas Jeová não atendeu a sua oração (1 Cr.29:19; 2 Sam.12:24).
Davi, o pai de Salomão e ungido por Jeová (2 Sm.12:7), tinha um coração como o de Jeová (1 Sm.13:14), e foi adúltero e homicida? E tendo sido ungido por Jeová? Para que serviu a unção? A unção não ensinou a Davi a não cometer pecados tão monstruosos? Paulo foi ungido com Espírito Santo e sabia tudo sobre esses pecados capitais, a ponto de se manter casto até a morte.
Havia unções maléficas da parte de Jeová. Saul foi ungido para ser mau rei. Isto está declarado em (1 Sm.8:7-18). Este homem cuidadoso com os pais (1 Sm.9:5). Honrava o profeta de Deus (1 Sm.9:7). Era humilde (1 Sm.9:18-21). Era responsável (1 Sm.9:10). Após a unção de Jeová, Saul se tornou mau rei e desobediente, a ponto de receber como prêmio, um espírito maligno (1 Sam.16:14). Existem outras unções perversas: Jeová mandou Elias ungir três pessoas: “E Jeová lhe disse: Vai, volta pelo teu caminho para a estrada de Damasco; e vem, e unge Hazael rei sobre a Assíria. Também a Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei sobre Israel; e também a Eliseu, filho de Safate, ungirás profeta em teu lugar, E há de ser que, o que escapar da espada de Hazael, mata-lo-á Jeú; e o que escapar da espada de Jeú, mata-lo-á Eliseu” (1 Rs. 19 15-17). É incrível, mas foram unções homicidas e perversas. O negócio não era mudar o caráter das pessoas, mas matar os maus pelas mãos dos bons. Mas Hazael era mau e foi ungido por Jeová (2 Rs.13:22)!! Não houve uma unção boa no Velho Testamento, mas foram todas de Jeová. E os ungidos de Jeová foram substituídos por outros com uma unção verdadeira. “Porque mudando-se o sacerdócio, se faz mudança de lei” (Hb.7:12). E Pedro diz: “Vós sois o sacerdócio real” (1 Pd.2:9). “E a unção que vós recebestes de Jesus, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine, e é verdadeira, e não é mentira” (1 Jo.2:27).
E os frutos da unção de Cristo são: amor, caridade, perdão, justiça, humildade, pureza, santidade, benignidade, etc. porque pelo fruto se conhece a árvore.
Autoria: Pastor Olavo S. Pereira