AMOR DE JEOVÁ
O amor mais forte que existe é do matrimônio. Todos os outros amores não fundem dois seres para formar um só. O amor entre homem e mulher é tão forte, tão poderoso, que a mulher deixa de ser indivíduo para ser corpo daquele a quem ama. “Os maridos devem amar a suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo” (Ef. 5:28). E Jesus declara: “Portanto deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne” (Mt. 19:5). Jesus está explicando que o amor de um esposo é tão forte que ele deixa o pai e a mãe pela mulher amada.
Se, porém, esse amor louco acaba, o homem aborrece a esposa, despreza-a, maltrata-a, e dá-lhe carta de repúdio, e casa com outra.
Vejamos a amor de Jeová por Israel, a quem chama menina dos seus olhos: “Porque a porção de Jeová é o seu povo; Jacó é a corda de sua herança. Achou-o na terra do deserto, e num ermo solitário cheio de uivos; trouxe-o ao redor, instruiu-o, guardou-o como a menina do seu olho” (Dt. 32:9-10). “Porque assim diz Jeová dos exércitos: Depois da glória ele me enviou às nações que vos despojaram; porque aquele que tocar em vós toca na menina do seu olho” (Zc. 2:8).Zacarias foi o penúltimo profeta, e provavelmente nasceu no cativeiro Babilônico. Isso quer dizer que Israel foi a menina dos olhos de Jeová até o fim do reino de Judá, de tanto que Jeová amou seu povo Israel. Jeová declara isso a Judá: “POIS COM AMOR ETERNO TE AMEI, TAMBÉM COM AMORÁVEL BENIGNIDADE TE ATRAI” (Jr. 31:3). Israel, em realidade, era a esposa de Jeová; e esposa amada. O profeta Ezequiel descreve os lances desse casamento, dizendo da parte de Jeová: “Passando eu por ti, vi-te, e eis que o teu tempo era tempo de amores; e estendi sobre ti a ourela do meu manto, e cobri a tua nudez, e dei-te juramento, e entrei em concerto contigo, diz o Senhor Jeová, e tu ficaste sendo minha” (Ez. 16:8). “Assim foste ornada de ouro e prata, e o teu vestido foi de linho fino, e de seda e bordadura; nutriste-te de flor de farinha, e de mel e óleo; e foste formosa em extremo, e foste próspera, até chegares a ser rainha” (Ez. 16:13). E esse encantador casamento, essa divina união matrimonial aconteceu no monte Sinai, logo que Moisés tirou Israel do jugo egípcio.“Eis que dias vêm, diz Jeová, em que farei um concerto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme o concerto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porquanto eles invalidaram o meu concerto, apesar de eu os haverdesposado, diz Jeová” (Jr. 31:31-32). O esposo era um Deus; a esposa era humana e carnal. Não podia ser um tratamento de igual para igual, sem que o amor tivesse grande peso nessa relação. O amor tudo suporta, tudo sofre, e tudo espera, tudo crê (I Co. 13:7). E Jeová declarou amor eterno. Temos de crer na declaração de um Deus. Examinemos detalhes desse colóquio amoroso, no qual a esposa foi escolhida e buscada pelo deus Jeová, que disse:
1– “Se me não ouvirdes, mas ainda andares contrariamente comigo, também eu convosco andarei contrariamente em furor; e vos castigarei sete vezes mais por causa dos vossos pecados. Porque comereis a carne de vossos filhos, e a carne de vossas filhas comereis” (Lv. 26:27-29). Mas isso é jeito de tratar a esposa amada? Andar contra? O esposo tem que prender com amor e bondade, e não apavorar com furor. Não há mulher que ame esse marido. O pior, é obrigar a mulher a devorar os próprios filhos. Mas os filhos são do próprio pai, isto é, de Jeová. O pai que obriga a mulher a devorar os filhos é canibalesco e destrói a esposa. Jeremias revela que mulheres piedosas eram obrigadas a esse ato selvagem: “As mãos das mulheres piedosas cozeram seus próprios filhos; serviram-lhes de alimento na destruição da filha do meu povo” (Lm. 4:10). Jeová declara que os israelitas são seus filhos: “FILHOS SOIS DE JEOVÁ VOSSO DEUS” (Dt. 14:1). E obrigou a esposa a comer os filhos? E Jeová confessa que foi ele que contaminou a esposa nos seus dons: “E os contaminei em seus próprios dons, nos quais faziam passar pelo fogo tudo o que abre a madre; para os assolar, para que soubessem que eu sou Jeová” (Ez. 20:26). Que marido é este que contamina e assola a esposa, fazendo passar pelo fogo os primogênitos? E os cristãos cegos ficam cantando aleluia a esse deus? Aleluia quer dizer: Louvai a Jeová. Quando cantam louvam, isto é, aprovam esses atos de canibalismo e essas assolações impostas sobre a esposa amada. Não há mulher que agüente essa tortura.
2- Jeová desposou Israel (Jr. 31:32), e ordenou uma lei dizendo: “Será porém que, se não deres ouvidos à voz do Senhor teu deus, para não cuidares em fazer todos os seus mandamentos e os seus estatutos, que hoje te ordeno, então sobre ti virão todas estas maldições, e te alcançarão” (Dt. 28:15). Maldições não consolidam matrimônios, antes os destróem, porque desgastam os relacionamentos e sentimentos. Entre nós, os humanos, quando sabemos que um pai lançou maldição contra o filho, execramos esse pai por esse crime hediondo. Não é humano o pai que amaldiçoa o filho, ou à mãe de seus filhos. Pois Jeová amaldiçoa e obriga a passar as maiores humilhações. O povo se lamenta, dizendo: “Nossa pele se enegreceu como um forno, por causa do ardor da fome. Forçaram as mulheres em Sião, as virgens nas cidades de Judá. Os príncipes foram enforcados pelas mãos deles; as faces dos velhos não foram reverenciadas. Aos mancebos obrigam a moer, e os moços tropeçaram debaixo da lenha” (Lm. 5:10-13).
3- A esposa maltratada, ferida, apavorada, foge do marido tentando esconder-se. O marido, que é o todo poderoso El Shaday, vocifera lá do seu trono: “Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? diz Jeová. Porventura não encho eu os céus e a terra?” (Jr. 23:24). E Jeová continua ameaçando: “Se te elevares como águia, e puseres o teu ninho entre as estrelas, dali te derribarei, diz Jeová” (Ob. 4). “Ainda que cavem até o inferno, a minha mão os tirará dali; e, se subirem ao céu, dali os farei descer. E, se se esconderem no cume do Carmelo, buscá-los-ei, e dali os tirarei; e se se ocultarem aos meus olhos no fundo filho mar, ali darei ordem a serpente, e ela os morderá” (Am. 9:2-3). Pobre virgem de Israel, cujo amor do marido acabou em ódio eterno, e com seus divinos poderes a persegue no céu, na terra, no fundo do mar, para atormentá-la com veneno de serpente (Dt. 32:22-25). Basta de amor mórbido, e falemos do amor de Jesus pelos perdidos e condenados de Jeová; que, com as suas pestes, pragas, maldições, guerras e mortandades, cativeiros e espíritos malignos tornou este mundo em um abismo. Esses males infernais são o abismo com o qual Jeová cobriu a terra (Sl. 104:6). No Apocalipse de João lemos que Abadom, que quer dizer perdição, é o rei desse abismo medonho, infestados de germes, micróbios, vírus, bactérias, todos colocados por Jeová para destruir a vida dos homens.
Pois Jesus, por amor aos condenados de Jeová, desceu a este abismo para salvar quem cresse no seu amor (Rm. 10:6-9). E o amor de Jesus está provado pelo fato de não condenar ninguém, e na cruz maldita expiar os pecados de todos; por isso Paulo diz: “Mas Deus, o Pai, prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm. 5:8).
Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira.