DEUS DA GLÓRIA 1
Estêvão era um dos sete diáconos eleitos para servir as mesas (At. 6:1-5). Estêvão era homem cheio de fé e poder, e fazia prodígios e grandes sinais entre o povo (At. 6:8). A principal virtude de Estêvão era a sabedoria. No capítulo sete do livro de Atos, é nítido o conhecimento que Estêvão tinha do povo de Israel, seu povo. Como o seu prestígio crescia, levantaram-se alguns que eram da sinagoga chamada dos libertinos, e dos cirineus e dos alexandrinos, e dos que eram da Cilícia e da Ásia, e disputavam com Estêvão. E não podiam resistir à sabedoria, e ao espírito com que falava (At. 6:8-10).
Estêvão fez a seguinte narrativa histórica: “Varões irmãos, e pais, ouvi. O Deus da Glória apareceu a nosso pai Abraão, estando na Mesopotâmia, antes de habitar em Harã” (At. 7:2).Comparando com Gênesis 12:1-4, notamos que Jeová chamou Abraão quando estava em Harã, ao passo que pela narrativa de Estêvão, este nos revelou que o Deus da glória chamou Abraão quando ainda habitava em Hur dos Caldeus, antes de habitar em Harã. Foram portanto dois chamados semelhantes, porém com promessas diferentes.
A pergunta que fazemos é: QUEM É O DEUS DA GLÓRIA? É O PAI? Analisemos a Bíblia. Falando da acepção de pessoas na Igreja, Tiago diz na sua epístola: “Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da Glória, em acepção de pessoas” (Tg. 2:1). Quando a Bíblia fala de Jesus como Senhor, revela que em matéria de glória, tudo o que se pode cogitar está debaixo da autoridade de Cristo. Cristo é o Senhor da glória no céu e na terra, no tempo e fora do tempo, por isso mesmo, o apóstolo Pedro diz: “Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o poder para todo o sempre” (I Pd. 4:11). A Jesus Cristo pertence a glória para todo o sempre, porque é o Senhor da Glória. Os judeus não tiveram olhos para identificar o Senhor da Glória. Quem disse isso foi Paulo: “Mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos tempos dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu, porque, se a conhecessem, nunca crucificariam o Senhor da Glória” (I Co. 2:7-8). O detalhe fantástico deste texto é que os príncipes deste mundo são os sacerdotes do velho concerto, e a Bíblia revela que nenhum deles conheceu a sabedoria de Deus, e por isso crucificaram o Senhor da Glória, isto é, rejeitaram-no como falso Senhor.
Paulo nos faz a segunda revelação sobre o Deus da Glória: “Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o PAI DA GLÓRIA, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação” (Ef. 1:17). Jesus é o Pai da glória. Quem é o Pai da Glória? É aquele que gerou a glória; é aquele que trouxe à luz a glória, por isso é o Pai da Glória. Jesus é o Pai da glória porque antes dele não havia glória; e porque fora dele não há glória; e porque sem ele não haveria glória.
A Glória de Deus não haveria sem Jesus Cristo. É Paulo que faz essa revelação: “Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da Glória de Deus, na face de Jesus Cristo” (II Co. 4:6). É tremendo! A Glória de Deus só pode ser conhecida na face de Jesus Cristo. Como explicar isso? A resposta é tão simples e lógica. Paulo outra vez, trazendo luz para nós, dizendo: “Aquele que tem, ele só, a imortalidade, e que habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver; ao qual seja honra e poder sempiterna. Amém” (I Tm. 6:16). Este texto revela que Deus, o Pai, nunca foi visto por homem algum, e que jamais poderá ser visto por homens. Deus, o Pai, não está ao alcance dos homens, pois habita na luz inacessível. No entanto, o apóstolo João declarou: “Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o fez conhecer” (Jo. 1:18). Se Deus só pode ser conhecido em Jesus Cristo, Cristo é o Pai da Glória, pois sem Jesus a glória de Deus Pai jamais seria conhecida.
Na epístola aos Hebreus está escrito: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos neste últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo resplendor de sua glória, e a expressa imagem de sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à dextra da majestade nas alturas” (Hb. 1:1-3). No verso três deste texto temos quatro grandes verdades:
1. Jesus é o resplendor da glória de Deus, isto é, sem Jesus a glória de Deus seria apagada. Resplendor é resplandecer com grande fulgor, brilhar com grande fulgor; é manifestar-se brilhantemente. Enquanto os críticos não cristãos condenam a ira e o furor do deus de Israel no Velho Testamento; condenam as vinganças sangrentas e as matanças; condenam as injustiças do deus tribal que faz acepção de pessoas; o deus que mata crianças inocentes pelo pecado dos pais; olhando para Jesus Cristo no Novo Testamento, são obrigados a reconhecer a bondade, a caridade e a misericórdia de Deus Pai, pois Cristo é o resplendor da Glória de Deus (Hb. 1:3).
2. Jesus é a expressa imagem de Deus. Jesus é manso e humilde, logo, Deus é manso e humilde. Jesus amou tanto os perdidos, que deus a sua vida na cruz para salvá-los, e para livrá-los deste mundo, segundo a vontade de Deus (Gl. 1:4). Deus, que é amor, não poupou seu Filho unigênito, antes o entregou por todos nós, provando amar como o Filho amou, porque Jesus é o resplendor da sua glória. Deus Pai revestiu Jesus de Glória e honra, quando da magnifica glória falou: “Tu és o meu Filho amado, em quem me tenho comprazido” (II Pd. 1:17). E Jesus declarou: “E eu dei-lhes a glória que a mim me destes, para que sejam um, como nós somos um” (Jo. 17:22). Qual é a glória que Jesus nos deu? Que fôssemos chamados filhos de Deus: “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef. 2:10). O que Jesus quer para nós, os cristãos, é que Deus, o Pai, comprazendo-se nas nossas obras, possa dizer para cada um de nós: “Tu és meu filho amado em quem me comprazo” (II Pd. 1:17; Jo. 17:22). E sabem por que Jesus faz esse prodígio? Porque é o Pai da Glória; é o resplendor da glória; e a expressa imagem de Deus.
3. Jesus sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder, e assim as suas promessas não mudam quando o homem fracassa, por isso Paulo disse: “Se formos infiéis, ele permanece fiel: não pode negar-se a si mesmo” (II Tm. 2:13). Jesus é o autor e consumador da fé. Jesus salva os crentes para que possam ver a glória de Deus, e possam viver eternamente na glória, por isso Paulo declarou:“Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória” (Cl. 3:4). QUAL A CONCLUSÃO QUE ESTE ESTUDO NOS TRAZ? O DEUS DA GLÓRIA, A QUEM ESTÊVÃO SE REFERE EM ATOS 7:2 É JESUS CRISTO, QUE APARECEU A ABRAÃO EM HUR DOS CALDEUS, E LHE PREGOU O EVANGELHO.
Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira