O TODO PODEROSO 2
Já vimos no estudo No 158 que Jeová se declarou a Abraão como sendo o El Shaday (o todo poderoso). Registramos naquele estudo farto material documentando os poderes de El Shaday, isto é, Jeová, ou Javé, ou Jaldabaot, como queiram os estudiosos.
Jesus também se declara o Todo Poderoso após a ressurreição, quando deu as últimas instruções aos apóstolos: “E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra” (Mt. 28:18). A diferença entre Jeová e Jesus é que Jeová declarou: “Antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá” (Is. 43:10). Jesus, ressuscitado, falou: “É-me dado todo o poder no céu e na terra” (Mt. 28:18). Quem deu a Jesus todo o poder era maior que ele. Para Jesus havia um Deus antes dele, e para Jeová não. Jeová afirmou que depois dele nenhum deus haveria (Is. 43:10). Paulo revela que quando Jesus tiver todas as coisas debaixo dos pés, e tiver aniquilado todo império, potestade, e força, então o mesmo Jesus se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos (I Co. 15:24-28).
Vamos analisar textos bíblicos que falam da divindade de Cristo:
- Parece que Cristo encarnado não era Deus, pois Tiago declara que Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta (Tg. 1:13). E Jesus confessou que era tentado, quando disse: “Vós sois os que tendes permanecido comigo nas minhas tentações” (Lc. 22:28). Sendo assim, o Cristo encarnado não era Deus. Além disso, na carta aos Hebreus, lemos: “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hb. 4:15). O descendente de Davi segundo a carne era tentado como qualquer homem, mas foi declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de Santificação, pela ressurreição dos mortos (Rm. 1:3-4).
- “Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas aquele que lhe disse: Tu é meu Filho, hoje te gerei” (Hb. 5:5). Ora, esta palavra foi dita pelo Pai na ressurreição de Jesus: “Nós vos anunciamos que a promessa que foi feita aos pais Deus a cumpriu, a nós, seus filhos, ressuscitando a Jesus; como também está escrito no salmo segundo: Meu filho és tu, hoje te gerei” (At. 13:32-33). Jesus Cristo foi gerado Deus na ressurreição. Tomé, ao vê-lo, exclamou: “Senhor meu, e Deus meu” (Jo. 20:27-28). E foi também gerado sacerdote eterno (Hb. 7:23-24).
- Jesus, antes da cruz, não era Senhor, muito pelo contrário, era servo, e o mais humilde. Na carta aos Filipenses, lemos o seguinte: “Sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz” (Fp. 2:6-8). Em conseqüência disto “Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o SENHOR, para a glória de Deus Pai” (Fp. 2:9-11). Jesus antes da ressurreição não era Senhor, pois havia outro.
- O apóstolo Pedro declarou aos príncipes dos sacerdotes, dizendo: “O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, ao qual vós matastes, suspendendo-o no madeiro. Deus com a sua destra o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e remissão dos pecados” (At. 5:30-31). Antes da ressurreição Jesus não era nem príncipe nem salvador, pois foi elevado a essa posição após a ressurreição. Na carta aos Hebreus lemos a mesma coisa: “Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu. E, sendo ele consumado, veio a ser a causa de eterna salvação para todo os que lhe obedecem” (Hb. 5:8-9).
- Lemos mais na carta aos Hebreus: “E quando outra vez introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem” (Hb. 1:6). Jesus entrou neste mundo duas vezes. Quando nasceu na manjedoura, e quando ressuscitou, mas antes da ressurreição não era adorado pelos anjos, logo não era todo poderoso e nem Senhor.
- Pedro, referindo-se ao dilúvio como figura do batismo, assim falou: “Também como uma verdadeira figura, agora vos salva, batismo, não do despojamento da imundícia da carne, mas da indagação de uma boa consciência para com Deus, pela ressurreição de Jesus Cristo; o qual está à destra de Deus, tendo subido ao céu; havendo-se-lhe sujeitado os anjos, e as autoridades, e as potências” (I Pd. 3:21-22). Deus, o Pai, submeteu os anjos a Jesus. Isso prova que eram rebeldes. E os anjos despojados por Jesus eram submissos a Jeová e cumpridores de suas ordens (Sl. 103:19-20).
- Jesus, antes da unção com o Espírito Santo, não tinha poder nem virtude para operar prodígios e milagres. A unção de Deus só veio sobre Jesus Cristo porque amou a justiça e aborreceu a iniqüidade (Hb. 1:9). É essa unção gloriosa no batismo de Jesus. “E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus, vindo sobre ele em forma de pomba” (Mt. 3:16). No livro de Atos está escrito: “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo o bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele” (At. 10:38). Concluímos que Jesus não era todo poderoso antes da cruz.
- Jesus, antes da ressurreição, não era juiz dos vivos e dos mortos, segundo a palavra de Pedro, que disse: “A este ressuscitou Deus ao terceiro dia, e fez que se manifestasse, não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus antes ordenara; a nós, que comemos e bebemos juntamente com ele, depois que ressuscitou dos mortos. E nos mandou pregar ao povo, e testificar que ele é o que por Deus foi constituído juiz dos vivos e dos mortos” (At. 10:40-42).Se foi constituído depois da ressurreição não era antes. E Jesus só julgará na sua volta e no seu reino (II Tm. 4:1). Mas havia um juiz antes de Cristo (Sl. 94:1-2; Jr. 11:20). E era juiz injusto (Ez. 21:3-4).
- Antes de receber de Deus Pai todo poder, toda a honra e glória, Jesus teve de ser aprovado. Leiamos o texto das palavras de Pedro: “Varões israelitas, escutai estas palavras: A Jesus Nazareno, varão aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem o sabeis” (At. 2:22). Jesus não foi aprovado antes de descer a este mundo, pois o texto diz que foi aprovado entre os israelitas.
Afirmar que Jesus era o mesmo deus que no Velho Testamento destruía reinos, promovia guerras, mortandades, vinganças cruéis, etc., é anular as revelações do Novo Testamento. “Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente” (Hb. 13:8).
No que Jesus foi aprovado? No amor com o qual deu a vida pelos culpados. Foi aprovado, na cura dos enfermos, no perdão aos pecadores, na humildade com que serviu aos homens, na mansidão, na renúncia da glória, etc. Isto quer dizer que aquele cheio de furor e vingança, aquele que destruiu seu próprio povo não foi aprovado. Aqueles sacrifícios inúteis, não agradaram a Deus, por isso não foi aprovado. “Sacrifício e oferta, e holocaustos e oblações pelo pecado não quiseste, nem te agradaram (Os quais se oferecem segundo a lei). Então disse: Eis que venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo” (Hb. 10:8-9).
Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira