FÉ NA RESSURREIÇÃO
Jesus chamou doze varões escolhidos para formar o colégio apostólico e para realizar a grande obra da evangelização dos povos após a sua assunção: “Ora o nome dos doze apóstolos são estes: O primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Lebeu, apelidado Tadeu; Simão cananita, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu” (Mt. 10:2-4). É claro que Jesus os ensinava nas coisas concernentes a grande missão. Muitas vezes Jesus falou de como seria a sua morte e ressurreição. Citamos uma: “Ora, achando-se eles na Galiléia, disse-lhes Jesus: O filho do homem será entregue nas mãos dos homens; e mata-lo-ão, e ao terceiro dia ressuscitará. E eles se entristeceram muito” (Mt. 17:22-23). Será que os apóstolos entendiam o que Jesus lhes falava? Parece que não. Eles esperavam o Messias que não ia morrer, mas sim reinar com vara de ferro conforme a promessa feita por Jeová: “Recitarei o decreto: Jeová me disse: Tu és meu filho, eu hoje te gerei. Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e os fins da terra por tua possessão. Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro” (Sl. 2:7-9).Jesus falando que ia morrer e ressuscitar estava completamente fora da profecia e da esperança judaica. No Sl. 47:3, lemos: “Jeová nos submeterá os povos e porá as nações debaixo de nossos pés”.
O primeiro que não creu na morte e ressurreição foi Pedro, a pedra. Leiamos o texto: “Jesus mandou aos seus discípulos que a ninguém dissessem que ele era o Messias (Cristo). Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muito dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto; e ressuscitar ao terceiro dia. E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso. Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens” (Mt. 16:20-23). Por não crer na morte e ressurreição de Cristo, por estar convicto de que o Messias veio para reinar, e não para morrer, foi chamado de Satanás. Este fato nos ensina que a morte de Cristo não estava nos planos de Satã. O mais interessante é que Pedro foi chamado de Satanás logo depois que teve a revelação feita por Deus, que Jesus Cristo era o Messias, e recebeu de Jesus o primado da Igreja (Mt. 16:13-20). Fantástico! Recebe das mãos de Jesus as chaves do reino dos céus, e em seguida é chamado de Satanás porque não creu na morte e na ressurreição?
O segundo que não creu foi Judas Iscariotes, que traiu Jesus vendendo-o aos sacerdotes por trinta moedas (Mt. 26:47-56). E Judas arrependido, foi se matar (Mt. 27:1-5).
O terceiro incrédulo na ressurreição foi Tomé. O caso foi assim: Os outros nove discípulos, com medo dos judeus, estavam confabulando numa sala fechada a sete chaves. Jesus então apareceu no meio deles, que maravilhados foram contar a Tomé, que estivera ausente. Este disse: “Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos e não meter o dedo no lugar dos cravos, e não meter a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei” (Jo. 20:25). Oito dias depois estavam novamente reunidos, e Tomé com eles. “Chegou Jesus, estando as portas fechadas… e disse: Paz seja convosco. Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente. Tomé respondeu e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu” (Jo. 20:26-28).
E os outros nove discípulos? Eles creram na morte e ressurreição de Jesus Cristo? Leiamos o que escreveu o evangelista Lucas: “E, tomando consigo os doze, disse-lhes: Eis que subimos a Jerusalém, e se cumprirá no filho do homem tudo o que pelos profetas foi escrito; pois há de ser entregue às gentes, e escarnecido, injuriado e cuspido; e havendo-o açoitado, o matarão; e ao terceiro dia ressuscitará. E eles nada disto entendiam, e esta palavra lhes era encoberta, não percebendo o que se lhes dizia” (Lc. 18:31-34). Jesus tentava ensinar os doze discípulos, mas o deus deste mundo cegou-lhes o entendimento com uma promessa que não se cumpriu (II Cor. 4:4).Jesus tinha ao seu lado doze incrédulos na sua morte e ressurreição. A morte de Jesus pôs fim na promessa do Messias. Provemos: Após a morte de Jesus, foram as duas Marias, de madrugada, ao sepulcro de Jesus (Mt. 28:1). A pedra do sepulcro fora removida; elas atemorizadas viram dois varões com vestidos resplandecentes, que lhes disseram: “Por que buscais o vivente entre os mortos? Não está aqui mas ressuscitou, como predisse aos discípulos” (Lc. 24:1-7). Elas foram onde estavam os onze, e os demais, e contaram o acontecido. E as suas palavras lhes pareceram como desvario, e não as creram (Lc. 24:9-11). E se não creram, não eram salvos, pois só quem crê na ressurreição é justificado diante de Deus. Paulo escreveu: “Mas também por nós, a quem será tomado em conta, os que cremos naquele que dos mortos ressuscitou a Jesus nosso Senhor; o qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação” (Rm. 4:24-25). A morte de Jesus reconcilia mas não salva ninguém. Leiamos o texto: “Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida” (Rm. 5:10). Jesus esteve três anos com seus doze apóstolos incrédulos e carnais. Pedro, o principal deles, o negou vergonhosamente: “Ora Pedro estava assentado fora, no pátio; e aproximando-se dele uma criada, disse: Tu também estavas com Jesus, o galileu. Mas ele negou diante de todos, dizendo: Não sei o que dizes. E, saindo para o vestíbulo, outra criada o viu, e disse aos que ali estavam: Este também estava com Jesus, o nazareno. E ele negou outra vez com juramento: Não conheço tal homem. E, daí a pouco, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: Verdadeiramente também tu és deles, pois a tua fala te denuncia. Então começou ele a praguejar e jurar, dizendo: Não conheço esse homem” (Mt. 26:69-74). O que é de espantar é que os apóstolos não eram nem convertidos. Leiamos Lucas: “Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; Mas eu roguei por ti para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos” (Lc. 22:31-32). Este fato ocorreu antes da crucificação.
O evangelista Marcos narra com precisão a incredulidade: “E, ouvindo eles que vivia, e que tinha sido visto por ela, não o creram. E depois manifestou-se noutra forma a dois deles, que iam de caminho para o campo. E, indo estes, anunciaram-no aos outros, mas nem ainda estes creram. Finalmente apareceu aos onze, estando eles assentados juntamente, e lançou-lhes em rosto a sua incredulidade” (Mc. 16:11-14).
Sabem quem creu na ressurreição, antes de Jesus morrer? Sabem? Foi Dimas, o ladrão crucificado com Jesus. Era o único crente. Eram três cruzes e três crucificados: “E um dos malfeitores que estavam pendurados blasfemava dele, dizendo: Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo, e a nós. O outro repreendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação? E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez. E disse a Jesus: SENHOR, LEMBRA-TE DE MIM, QUANDO ENTRARES NO TEU REINO. E disse-lhe Jesus: EM VERDADE TE DIGO QUE HOJE ESTARÁS COMIGO NO PARAÍSO” (Lc. 23:39-43). Dimas foi mais crente que os doze apóstolos! E você leitor?
Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira