DRAGÃO 8
DINASTIA SATÂNICA
O que é uma dinastia? Série de soberanos de uma mesma família. Governo dinástico é aquele que os sucessores seguem o mesmo sistema de governo dos que os precederam. Os Faraós, reis do Egito, formavam uma dinastia de governo draconiano, isto é, despótico, tirânico. A Escritura declara que o Faraó egípcio era grande dragão. “Assim diz Jeová: Eis-me contra ti, ó Faraó, rei do Egito, grande dragão, que pousas no meio dos teus rios, e que dizes: O meu rio é meu, e eu o fiz para mim” (Ez. 29:3). Segundo o dicionário enciclopédico, dragão é um animal fantástico, criado pela imaginação dos antigos, que o representavam com garras de leão, asas de águia e cauda de serpente. Garras de leão porque despedaça e devora os adversários, asas de águia porque voa pelas alturas do céu, e desce para pegar a presa, e cauda de serpente porque é o gênio do mal.
1) O primeiro dragão de que se tem conhecimento, foi a serpente do Éden, criada por Jeová dentro do paraíso com amplos poderes para derrubar os primeiros pais da humanidade conhecida, Adão e Eva. Quem nos revelou esse mistério foi a apóstolo João, dizendo: “E houve batalha no céu: Miguel e seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhava o dragão e os seus anjos; mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o diabo, e satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram precipitados na terra com ele” (Ap. 12:7-9).
2) O segundo dragão, que a Bíblia faz referência é o Faraó que oprimiu o povo de Israel, impôs um jugo tirânico obrigando-os a construir as cidades de Píton e Ramesses. Os pobres cativos eram obrigados a fabricar os tijolos de barro e palha. Todas as crianças do sexo masculino eram mortas para enfraquecer o poderio israelita. Comparado ao grande dragão, Faraó é comparado a Satanás. As dez pragas que Jeová produziu no Egito, e o endurecimento do coração de Faraó revelam que quem produz a maldade de satanás é o próprio Jeová, que se declara único autor do mal em Amós 3:6, que diz: “Tacar-se-á a buzina na cidade e o povo não estremecerá?Sucederá qualquer mal à cidade, e Jeová não o terá feito? Ora, se Faraó é figura de Satã, pois ambos são dragões, o endurecimento de Faraó é figura do endurecimento de Satã para perseguir os cristãos; Satã jamais desiste. Segue os textos do endurecimento de Jeová:Êxodo 4:21; 7:2-3; 10:1; 10:20; 10:27; 11:10; 14:4; 14:8; 14:17.
3) O terceiro dragão mencionado na Bíblia é também de uma dinastia de quatro reis da Assíria. A dinastia de Salmanazar ou Salmanessér (II Rs. 18:9). Esses reis reinaram no século oito e século nove antes de Jesus Cristo. Por causa do pecado e corrupção de Salomão, Jeová dividiu o reino em dois reinos, sabendo que não subsistiriam (Mt. 12:25-26). O rei da Assíria levou o reino do Norte formado por dez tribos. Esse rei da Assíria é comparado a Faraó por Jeová. Na realidade, Faraó é comparado ao rei da Assíria no texto (Ez. 31:2-3; 31:18). O rei da Assíria foi maior dragão que Faraó.
4) O quarto dragão mencionado no Velho Testamento foi Nabucodonosor . Jeremias, o profeta, o declarou: “Nabucodonosor, rei da Babilônia, me devorou, pisou-me, fez de mim um vaso vazio, como dragão me tragou” (Jr. 51:34). Este grande dragão devorou os reis de Judá, seus filhos e filhas, e levou os príncipes e os nobres para o cativeiro em Babilônia. No livro das lamentações, Jeremias relata os padecimentos insofríveis do povo judeu. Desonra, escravidão, fome, água a preço de sangue, violação de mulheres e virgens. Esta é a água de fel que Jeová deu de beber a seu povo escolhido (Jr. 9:15; 8:14).
Pois bem, esses quatro reis da Babilônia; e satanás, o rei deste mundo, são também quatro rios. Em Ez. 29:3 lemos que Faraó repousa no meio dos seus rios, e diz: O meu rio é meu, eu o fiz para mim. E o profeta Jeremias disse: “O Egito vem subindo como o Nilo, e as suas águas se movem como os rios; ele disse: Subirei, cobrirei a terra, destruirei a cidade, e os que habitam nela” (Jr. 46:8). Os rios de Faraó são seus exércitos. O rei da Assíria é o segundo rio. Isaías, o profeta é quem fala: “Eis que Jeová fará vir sobre eles às águas de um rio, isto é, o rei da Assíria, com toda a sua glória; e subirá sobre todos os seus leitos, e transbordará por todas as suas ribanceiras, e passará a Judá, inundando-o, e chegará até o pescoço, ó Emanuel” (Is. 8:7-8). A Babilônia também é um rio, pois Jeremias diz: “Acabando de ler o livro, o atarás a uma pedra, e o lançarás no meio do rio Eufrates. E dirás: Assim será afundada a Babilônia, e não se levantará” (Jr. 51:63-64). E falando do cativeiro, Jeová declara que Judá é um cinto jogado no rio Eufrates até apodrecer. O quarto rei, que também é um rio, é o dragão, ou serpente, ou Satanás. No livro do Apocalipse lemos: “E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para que pela corrente a fizesse arrebatar” (Ap. 12:15).
O fantástico dos mistérios de Jeová, que falou por enigmas (Sl. 78:2), é que o Jardim do Eden era regado por quatro rios. O Pison, que é o Jordão, o Giom, que é o Nilo; O tigre e o Eufrates (Gn. 2:10-14). Estes quatro rios regavam o Jardim de Jeová. O primeiro rio a regar o Jardim de Jeová foi de Satã, que regou com engano, rebelião, pecado e morte (Gn. 3:1-6; Rm. 5:12). O segundo rio com o qual o Jardim foi regado foi o Nilo ou Egito. Esse rio regou o Jardim com sodomia, corrupção, prostituição e idolatria(Ez. 23:2-4). O terceiro rio foi o tigre, que simboliza a Assíria (Gn. 2:14). Este rio regou com impudicícias, violência e destruição. O quarto rio regou com jugo de ferro, escravidão, estrupos, prostituição, miséria, desintegração da personalidade (Lm. 5:1-16).
Alguém dirá: Que comparação descabida. Pois saiba o leitor que o profeta Ezequiel revela no capítulo31 do seu livro, que houve um Jardim do Éden nos tempos de Faraó e Assíria, e que a Assíria regava o Jardim com suas águas podres (Ez. 31:1-9). O Jardim do Éden de Gn. 2 é uma pálida figura material e física do verdadeiro Jardim espiritual de Jeová, que pretendia curar a ferida do povo com violência e corrupção. Jeová sabia o que ia acontecer porque foi ele que planejou.
Com Jesus é diferente. Ele amou tanto os pecadores perdidos, as vítimas da violência e da corrupção, que encarnou por amor, e derramou o próprio sangue para salva-los. Resgatou-nos daquele estado de miséria com seu próprio sangue (I Pd. 1:18-19). Jesus regou o verdadeiro Jardim de Deus com o amor de Deus Pai, pois Deus é amor, e não usa ira e furor (Jo. 3:16-17; I Jo. 4:8). Regou com a misericórdia e o perdão (II Co. 1:3; I Jo. 2:12). Regou com as dádivas celestiais, tão ricas e gloriosas, que os bens e riquezas deste mundo em convulsão agonizante, se tornam em lixo desprezível, e até esterco, como disse Paulo (Fl. 3:7-8).
Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira