Deus, o Pai não é inimigo de nenhum homem, pois ama a todos, maus e bons: “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm.5:8).
Os inimigos de Deus são os homens como diz Paulo: “Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida” (Rm.5:10). Os homens se constituem em inimigos de Deus amando este mundo maligno, “Qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tg.4:4).
Deus, o Pai das misericórdias, nem deste mundo caótico é inimigo: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo.3:16). O Apóstolo Paulo declara que há muitos cristãos que são inimigos da cruz de Cristo, sendo a cruz o instrumento da paz entre os homens e Deus. Pois os homens são tão perversos que usam o esforço divino para fazer a paz, isto é: a cruz, usando-a como instrumento de maior inimizade: “Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo, cujo fim é a perdição, e cujo Deus é o ventre” (Fl.3:18-19). Se a cruz não é, nem pode ser inimiga de ninguém, como pode ser usada para inimizade entre o homem e Deus? Assim são os homens: “Havendo Deus por Cristo feito a paz, pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliou todas as coisas consigo mesmo, tanto as que estão nos céus como as que estão na Terra, A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas más obras, agora contudo vos reconciliou” (Cl.1: 20-21).
A cruz é o poder reconciliador do Pai para com os homens, e há inimigos da cruz? Por que? Porque há espíritos malignos controlando a vontade do homem: “Noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência, entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne e dos pensamentos, e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também” (Ef.2:2-3).
Deus, o Pai, é amigo dos homens, sempre foi e sempre será, por isso quer salvar todos os homens: “Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, que quer que todos se salvem, e venham ao conhecimento da verdade” (1 Tm.2:3-4).
Sendo pois Deus amigo de todos e estabelecendo na cruz a paz com todos, como explicar que Jeová era inimigo de alguns povos? Jeová declarou a Israel: “Mas se diligentemente ouvires a sua voz, e fizeres tudo o que eu disser, então serei inimigo dos teus inimigos, e adversário dos teus adversário” (Ex.23:22). Com estas palavras Jeová declara que não quer a salvação de todos os homens, mas só os da ‘panelinha’. Protege um em detrimento de outros. “E Jeová teu Deus porá todas estas maldições sobre os teus inimigos, e sobre os teus aborrecedores, que te perseguirem” (Dt.30:7). Falando do seu povo Israel, Jeová era inimigo dos inimigos: “Levante-se Deus, e sejam dissipados os teus inimigos” (Sl.68:1).
Mas Jeová se fez inimigo do seu povo, alegando desobediência, isto é, Deus nivelando seus atos pelos atos do homem. “E eu pelejarei contra vós com mão estendida, e com braço forte, e com ira, e com indignação, e com grande furor” (Jr.21:5). “Armou o seu arco como inimigo, firmou a sua dextra como adversário, e matou todo o que era formoso à vista; derramou a sua indignação como fogo na tenda da filha de Sião. Tornou-se Jeová como inimigo e devorou Israel” (Lm.2:4-5).
Sendo Jeová um Deus que muda, de amigo para inimigo, o seu Espírito Santo também: “Mas eles foram rebeldes, e contristaram o seu Espírito Santo; pelo que lhes tornou em inimigo, e ele mesmo pelejou contra eles” (Is.63:10).
Jeová fez mil promessas a Jeroboão, como rei de Israel (1 Rs.11:37-40). Jeroboão pecou fazendo ídolos, e Jeová destruiu a casa de Jeroboão como inimigo, pois Baasa conspirou contra o filho de Jeroboão, matando-o e assentando-se no trono. Então exterminou a descendência de Jeroboão, inspirado por Jeová (1 Rs.15:25-29). Jeová era assim. Um pecava e Jeová matava o pai, a mãe, a mulher, os irmãos, os filhos e os netos. Imaginemos que ele não fosse misericordioso ….
O mesmo Jeová fez com Baasa, porque este pecou (1 Rs.16:1-4). Mas há outras casas contra as quais Jeová pelejou como inimigo, destruindo-as completamente. A casa de Acabe foi aniquilada por Jeová (2 Rs.10:6-11). Jeová pelejou contra a casa de Gideão, por um pecado, matando seus 70 filhos (Jz.8:27-30; 9:5). Acã pecou e Jeová destruiu a sua casa (Js.7:24-26). Jeová, como inimigo, destruiu as casas de Datã e Abirão, que se levantaram contra Moisés (Nm.16:26; 16:29-34). Jeová pelejou contra a casa do justo Jó sem motivo.
O pior aconteceu com Davi, depois do seu pecado: “Porque, pois, desprezastes a palavra de Jeová, fazendo o mal diante dos seus olhos? A Urias o heteu, feriste a espada, e a sua mulher tomaste por tua mulher. Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa” (2 Sm.12:9-10). E Jeová destruiu a casa de Davi, seu servo, com quem tinha feito juramento eterno. E se fez isso com Davi, ai de nós. Um Deus, que sendo amigo, se torna em inimigo, não merece confiança, todos os que confiaram em Jeová morreram ou foram cativos.
Amigo leitor, olhe para a cruz, e sai debaixo da maldição e da inimizade.
Autoria: Pr. Olavo Silveira Pereira