277 – SATANÁS
No folheto de número 41, vimos que a palavra Satanás é uma adaptação da palavra hebraica SHATÃ, isto é, quando lemos na Bíblia a palavra satã ou satanás, é a palavra original, sem ser traduzida. Quando lemos “ADVERSÁRIO”, é a palavra hebraica traduzida para o português, pois SHATà QUER DIZER ADVERSÁRIO. Mas perguntamos: Quem é Satanás? Um espírito? Um homem com cabeça de bode? Um anjo caído do céu? Um demônio imundo? Mas, quem é Satanás? Satanás é a personificação do mal em todas as suas formas; é o inimigo do bem e da verdade, por isso a palavra “SATÔ quer dizer adversário; é a enfermidade do corpo e da alma dos viventes; é o vício, a droga, a cachaça, o cigarro e a maconha; é o ladrão das almas; é o crime, a imoralidade, a violência e o estupro; é o autor das deformações mentais e morais que contaminam e destroem a sociedade humana; é aquele que instila o veneno peçonhento que destrói os negócios, os matrimônios, a harmonia, a paz, e o amor entre irmãos. É o adversário da honra, da dignidade, da fidelidade, da nobreza, dos bons costumes, do bem falar, do respeito filial, e de tudo que é contrário aos dons da virtude. Satanás é um rei, o rei do estrume e do lixo, é o rei do império da morte, como lemos na carta aos hebreus (Hb. 2:14-15). Satanás é o “manda chuva” no inferno, e procura tornar a vida do cristão um inferno, para que este volte atrás na fé. Jesus declarou que Satanás é ladrão e salteador (Jo. 10:10). Deus, o Pai, é bom (Mt. 19:16-17). Deus Pai é amor (I Jo. 4:7-8); e Satanás é o oposto de Deus. Mas o leitor estará pensando: Essa explicação não é convincente. Deve haver mais mistérios envolvendo esse personagem. Será satã fruto da imaginação dos homens para justificar suas obras malignas? Será satã uma arma da religião para coibir os excessos da crueldade e da loucura humana? As Escrituras Sagradas nos fornecem detalhes elucidativos sobre satanás:
- Há seis mil anos atrás, este mundo já era habitado por bilhões de pessoas. A ciência e a antropologia, e também a arqueologia provam isso. Então Jeová deus plantou um jardim particular caprichado e regado por quatro rios. Fez brotar da terra toda árvore agradável à vista e boa para comida. No centro do jardim plantou árvores especiais. A árvore da vida, e a da ciência do bem e do mal. Formou um homem do pó da terra e o colocou no jardim para o lavrar e o guardar. Jeová, pelas tardes, passeava nesse jardim. A entrada a esse jardim era vedada aos homens que viviam fora, pois eram homens das cavernas e primitivos. Mas Jeová colocou dentro do jardim uma serpente venenosa para destruir o homem (Gn. 3:1-6). Será a serpente maligna um instrumento de Jeová colocada no Jardim para destruir os homens? (Ap. 12:9).
- Será Satanás a força propulsora de Jeová para incitar a prática do mal? Em II Sm. 24:1, lemos: “A ira de Jeová se tornou a acender contra Israel, e incitou a Davi contra eles, dizendo: Vai, numera Israel e a Judá”. Também em I Cr. 21:1, lemos: “Então Satanás se levantou contra Israel, e incitou Davi a numerar Israel”. Quem era contra Israel? Jeová ou Satanás? O fato é que, quando Jeová é contra, Satanás também é contra, e quando Satanás é contra, Jeová também é contra. Não é isso que está escrito no livro de Jó 1:6-12 e 2:1-7? Os dois são um. O paradoxal é que a lei de Jeová é contra seu povo(Dt. 31:26). Neemias confirma esta verdade (Ne. 9:34). A lei acusa e não defende. Como Moisés foi o mediador entre Jeová e Israel na hora que pronunciou a lei no Sinai, Jesus fala que Moisés é o acusador, mas na realidade o acusador é o autor da lei: Jeová (Jo. 5:45).
- Quem é Satanás? É o que se assenta no trono do império da morte, cujo autor foi Jeová quando deu a lei no Sinai. Paulo assim se expressa: “Somos ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; por que a letra mata, mas o espírito vivifica. E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória, que era transitória, como não será de maior glória o ministério do Espírito?” (Hb. 2:14; II Co. 3:6-8). Esse império de Satanás fundado por Jeová no Jardim do Éden quando disse: “No dia que comeres do fruto proibido, morrerás” (Gn. 2:16-17), essa morte de Jeová, passou como herança a todos (Rm. 5:12). Houve acordo entre Satanás e Jeová para fundar esse império, ou Jeová caiu no laço do diabo. Parece que não, pois foi Jeová quem colocou Satanás no jardim. Foi plano dele (Gn. 3:1).
- Insistimos na pergunta: Quem é, afinal, Satanás? Satanás foi aquele que ofereceu, num ato de tentação, todos os reinos deste mundo, e a sua glória, reinos esses que Jeová tinha oferecido profeticamente ao messias, no Sl. 2:7-8. Jeová profetizou, Satanás deu cumprimento a profecia. Os dois são aliados.
- Satanás é o leão devorador de cristãos que não vigiam (I Pd. 5:8). Na realidade, Satanás está apenas imitando outro leão devorador, que devorou o reino de Israel inteiro numa bocada: “Serei, pois, para eles como um leão, como leopardo espiarei no caminho. Como urso que tem perdido seus filhos, lhes encontrarei, lhes romperei as teias do coração e ali os devorarei como leão” (Os. 13:7-8). “Andarão após Jeová; ele bramará como leão” (Os. 11:10). “Bramiu o leão, quem não temerá? Falou Jeová, quem não profetizará?” (Am. 3:8). São dois leões, e dois apetites vorazes. O de Jeová é mais forte: “A espada de Jeová está cheia de sangue, está cheia de gordura de sangue de carneiros e de bodes porque Jeová tem sacrifício em Bozra, e grande matança em Edom” (Is. 34:6).
- Jeová e Satanás trabalharam tão unidos, e de forma tão coesa, que o anjo de Jeová que deveria tentar salvar o profeta Balaão de sua loucura, chegou-se e então: “A ira de Jeová deus acendeu-se, porque ia, e o anjo de Jeová pôs-se-lhe no caminho por Satanás” (Nm. 22:22). No original em hebraico, está escrito Shatã, que é satanás. Balaão não via ao anjo, ou satanás, só o jumento o via. Mais à frente Jeová abriu os olhos de Balaão, que viu satanás, isto é, o anjo de Jeová (Nm. 22:31). E o anjo lhe disse: “Por que já três vezes espancaste a jumenta? Eis que saí para ser teu satanás, porquanto o teu caminho é perverso diante de mim” (Nm. 22:32).
No Novo Testamento, Deus Pai enviou o seu unigênito Filho para desfazer as obras do satanás (I Jo. 3:8); para libertar do diabo, ou satanás (At. 26:18); para fortalecer os cristãos, afim de que vençam satanás (Tg. 4:7). Mas Jeová usava o diabo para atormentar seu povo. Numa profecia contra Israel, o profeta Amós bradou: “Se se esconderem no cume do monte Carmelo, buscá-los-ei, e dali os tirarei; e, se se ocultarem aos meus olhos no fundo do mar, ali darei ordem à serpente, e ela os morderás” (Am. 9:3). No livro de Apocalipse lemos que a serpente é satanás (Ap. 12:9). Satanás é, portanto, o servo de Jeová. Se Jó vivesse depois de Cristo, não teria sofrido o que sofreu. Pois era só clamar o nome de Cristo, e Satanás, num estouro sumiria. Só ficaria o cheiro de enxofre; que também existe no fogo destruidor de Jeová (Gn. 19:24).
Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira