245 – A TENTAÇÃO
Nós cremos na Trindade, isto é, no poder absoluto do Pai, Filho e Espírito Santo sobre tudo, e sobre todos os que crêem, pois está escrito: “Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda a criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado” (Mc. 16:15-16). Existem os filhos do diabo, e esses não estão debaixo do poder da Trindade. Lemos isso em I Jo. 3:8. Jesus chamou os fariseus religiosos e zelosos da lei de Jeová de filhos do diabo (Jo. 8:44). Paulo perseguia em nome de Jeová e não era filho de Deus (At. 22:3-5). Para ser filho de Deus, teve de se converter a Cristo (At. 22:6-10). E teve de ser lavado dos pecados sendo batizado (At. 22:14-16). O que faz o verdadeiro cristão não é a fidelidade a um credo religioso, mas as obras (Tt. 1:15-16). Judas era apóstolo e era filho do diabo (Jo. 6:70; Lc. 22:1-5). Jesus disse: “Por seus frutos os conhecereis. Não se colhem uvas de espinheiros, nem figos de abrolhos. Toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus” (Mt. 7:16-17). Se Jesus manda amar nossos inimigos, e bendizer os que nos maldizem; e manda fazer bem aos que nos odeiam (Mt. 5:44-45), fica claro que quem persegue e injuria, ou difama é filho do diabo.
Falemos da Trindade.
O Evangelho é obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo (I Co. 12:4-6; Ef. 4:4-6).
O Evangelho é mistério revelado só no Novo Testamento (Ef. 6:19).
O mistério do Reino de Deus só surgiu no Novo Testamento (Lc. 6:16; Mt. 12:28).
Pelo Evangelho nos apropriamos de Reino de Deus (Mt. 13:9-11).
Como no Velho Testamento não havia a Trindade, pois o governo era regido por Jeová e todo o exército do céu, como lemos em I Rs. 22:19-23 e Sl. 103:19-22, não havia nem reino de Deus e nem Evangelho. Continuemos a análise:
O Pai é a fonte da verdade, o Filho é a verdade, e o Espírito Santo é o revelador da verdade (Jo. 14:6; 14:16-17; 16:13; I Co. 2:7-10).
O Pai só envia; o Filho é enviado e envia. O Espírito Santo só é enviado (Jo. 16:7; 20:21-22).
O Pai santifica perdoando; o Filho santifica pelo sangue derramado; e o Espírito Santo santifica agindo no homem (Mt. 6:14-15; Hb. 10:14, 29; II Ts. 2:13; Rm. 1:4).
O Pai salva através do Filho (Jo. 3:16-17). O Filho salva dando a própria vida (Jo. 10:17-18; 15:13). O Espírito Santo salva regenerando (I Co. 6:10-11; Tt. 3:5-7; Jo. 3:3-6).
O amor vem do Pai, através do Filho e do Espírito Santo (Jo. 3:16; Rm. 5:5).
A graça vem por Jesus Cristo (II Co. 8:9; Hb. 12:2). A comunhão vem pelo Espírito Santo (II Co. 13:13).
O Pai, o Filho, e o Espírito Santo são três pessoas distintas, porém com um só propósito e objetivo. Os três pensam e agem da mesma maneira. Os três deliberam sempre da mesma forma. São três operações iguais, de três pessoas distintas. Não há discordância em nada. Quando Jesus disse: “EU E O PAI SOMOS UM” (Jo. 10:30), Jesus está declarando que são um em natureza, em intenção, e em obras. Se Jesus fizesse algo que o Pai não faria, não diria: “Eu e o Pai somos um.” Ora, o Espírito Santo procede do Pai e do Filho, e é o que eles são: os três são um. João, o apóstolo, disse: “Porque três são os que testificam no céu; o Pai, a palavra e o Espírito Santo; e estes três são um” (I Jo. 5:8).
Tiago, a respeito de Deus, o Pai, declarou: “Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta” (Tg. 1:13). Ora, se o Pai não tenta, o Filho também não tenta, e o Espírito Santo não pode tentar, pois é procedente do Pai e do Filho. Se o Filho tentasse alguém, deixaria de ser um com o Pai e destruiria a unidade da Trindade. Jeová caiu na tentação de Satanás, entregou-lhe Jó, duvidando da sua fidelidade. O próprio Jeová confessa isso (Jó 2:3). Satanás investiu contra Jesus, como fez com Jeová, mas Jesus não entregou os apóstolos (Lc. 22:31-32). Acontece que Jesus não tenta a ninguém e não coopera com Satanás, como fez Jeová.
É óbvio que o Espírito, procedente do Pai, e também do Filho não podem tentar a ninguém, pois neste caso procederia do diabo, ou Satanás. Mas em Mateus 4:1, lemos que Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. Como fica?
O texto de Mt. 4:1 é meio vago, mas Lucas fala mais claro: “E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto; e quarenta dias foi tentado pelo diabo” (Lc. 4:1-2). Lucas se refere a dois espíritos. O Espírito Santo do Pai é que fortalece o cristão para vencer a tentação. E por que cremos que o espírito de Jeová conduz o homem ao local da tentação? Porque Jeová é o deus que tenta. Tentou Abraão (Gn. 22:1-2). Tentou o seu povo Israel no deserto por 40 anos (Dt. 8:2). Tentou o rei Ezequias, servo fiel (II Cr. 32:31). Ora, se Jeová tenta, o espírito que procede dele também tenta.
Espírito Santo não tenta, e nem pode tentar pelos seguintes motivos:
A tentação procede da fraqueza carnal, e o Espírito Santo ajuda nas fraquezas (Rm. 8:26; II Co. 12:7-10; Gl. 4:14).
As paixões dos pecados residem na carne (Rm. 7:5). E da carne surgem as tentações (I Co. 10:13). O Espírito Santo luta contra a carne (Gl. 5:16-17). Quando habita em nós, mortifica nossa carne (Rm. 8:13; Gl. 4:14), logo não poderia tentar, pois é a força contrária à carne.
A tentação causa tristeza no coração do cristão (I Pd. 4:12-13), mas o Espírito Santo é só alegria (At. 13:52; Rm. 14:17). A unção com Espírito Santo é a unção da alegria (Hb. 1:9).
Saul foi ungido de Jeová. Davi declarou isso (I Sm. 24:6; 26:9), logo Saul foi figura do Messias que havia de vir. Jeová colocou um espírito maligno em Saul para destruí-lo. E porque Jeová fez isso? Porque Saul perdoou Agaque, rei dos amalequitas (I Sm. 15:1-9). Não matar alguém é pecado mortal? Jesus ensinou outra coisa (Mt. 5:43-48). Ora, Jesus perdoou a todos, bons e maus, injustos, adúlteros e adúlteras, ladrões e honestos. Jesus não obedeceu as ordens de Jeová, dadas no Velho Testamento. Se as coisas do Velho Testamento são figuras (I Co. 10:6,11), então Saul é figura de Jesus Cristo, e o espírito mau que veio sobre Saul é o mesmo que conduziu Jesus ao deserto para ser tentado pelo diabo com o fim de derrubá-lo. Mas Jesus, cheio de Espírito Santo, triunfou; e todos nós triunfaremos se estivermos cheios do Espírito Santo (Mt. 4:1; Ef. 5:18).
autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA
ABIP – ASSOCIAÇÃO BÍBLICA INTERNACIONAL DE PESQUISA