242 – SIM, SIM; NÃO, NÃO!
Disse Jesus: “Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis, nem pelo céu porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande rei; nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto. Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disso é de procedência maligna” (Mt. 5:34-37). Cristão não pode jurar e depois quebrar o juramento, pois ao jurar, garante que é sim; mas não cumprindo o juramento, diz não ao que deveria dizer sim. Todo juramento deveria ser sim, sim; um sim quando jurou, e outro sim quando cumpriu o juramento. Jeová é quem age sim e não. Jurou que ia introduzir o povo em Canaã, e depois, indignado, jurou que não entrariam na terra que jurou dar. O texto diz: “Ouvindo pois Jeová a voz das vossas palavras, indignou-se e jurou, dizendo: Nenhum dos homens desta maligna geração verá esta boa terra que jurei de dar a vossos pais” (Dt. 1:34-35).
Vejamos se Jesus age de igual maneira. Ele declarou: “Se alguém ouvir as minhas palavras, e não as crer, eu não o julgo, porque eu vim, não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo” (Jo. 12:47). Se Jesus não julga, também não condena. Jeová julgou e condenou Moisés. O próprio Moisés declarou isso: “Também Jeová se indignou contra mim por causa de vós, dizendo: Também tu lá não entrarás” (Dt. 1:37). “Então subiu Moisés das campinas de Moabe ao Monte Nebo ao cume de Pisga, que está defronte de Jericó; e Jeová mostrou-lhe toda a terra desde Gileade até Dã” (Dt. 34:1). “E disse-lhe Jeová: Esta é a terra de que jurei a Abraão, Isaque, e Jacó, dizendo: A tua semente a darei; mostro-ta para a veres com teus olhos, porém para lá não passarás. E ali morreu Moisés” (Dt. 34:4-5).
Se Jesus fosse Jeová, quando todos os crentes chegassem à sua presença, no último dia, ouviriam o seguinte: “Moisés não entrou na terra por um pequeno deslize. Vocês todos que diziam: ‘Peco e sou salvo’, não entram no meu reino.” Graças a Deus, Jesus não condena ninguém (Jo. 3:17; 8:11).
Jesus também não acusa ninguém: “Não cuideis que eu vos hei de acusar diante do Pai. Há um que vos acusa, Moisés, em quem vós esperais” (Jo. 5:45). Jesus não acusa ninguém, porque é o advogado, e o advogado só defende. João disse da parte de Jesus: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e se alguém pecar, temos um advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo” (I Jo. 2:1). “Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se achegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hb. 7:25). Em Jesus Cristo não existe Não, nem NÃO, NÃO. Com ele é sempre SIM, e SIM, SIM. E Jesus não muda como Jeová, que dizia sim a Davi, e mudou para não. O próprio Davi o declara. Primeiro o sim (Sl. 89:3, 20). Em seguida vem o não. “Mas tu rejeitaste e aborreceste; tu te indignaste contra o teu ungido. Abominaste o concerto do teu servo; profanaste a tua coroa, lançando-a por terra. Derribaste todos os muros; arruinaste as suas fortificações. Todos os que passam pelo caminho o desprezam; tornou-se o opróbrio dos seus vizinhos. Exaltaste a destra dos seus adversários; fizeste com que todos os seus inimigos se regozijassem. Também embotaste o fio da sua espada, e não o sustentaste na batalha. Fizeste cessar o seu resplendor e deitaste por terra o seu trono” (Sl. 89:38-44).
Deus, o Pai, como Jesus, é só sim, e nunca não, segundo as palavras do apóstolo Paulo, que disse: “A graça de Deus se há manifestado trazendo salvação a todos os homens” (Tt. 2:11). O amor do Pai é sim para todos, bons ou maus, justos e injustos, pecadores ou santos. “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nos ainda pecadores” (Rm. 5:8). Agora vai falar João, o apóstolo do amor: “Nisto está a caridade, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados” (I Jo. 4:10).
A salvação do Pai é para todos. “Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade” (I Tm. 2:3-4). Pedro confirma as palavras de Paulo, dizendo: “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham ao conhecimento da verdade” (II Pd. 3:9).
A salvação de Jeová era só para Israel e não para o Egito. “Porque eu sou Jeová teu Deus, o santo de Israel, o teu salvador; dei o Egito por teu resgate” (Is. 43:3). “Mas Israel é salvo por Jeová, com uma eterna salvação; pelo que não sereis envergonhados nem confundidos” (Is. 45:17). A idéia de que outros homens hão faziam parte do plano de Jeová, está em que Pedro se negou a ir pregar na casa do Centurião Cornélio, de naturalidade romana (At. 10:1-20). Jeová foi ‘sim’ para Israel e ‘não’ para o Egito. Depois foi ‘sim’ para Israel e ‘não’ para os cananeus, habitantes de Canaã (Lv. 20:23-24). O livro dos juízes de Israel é o livro do sim e não. Israel pecava, Jeová os entregava como escravos, dizendo sim para os cananeus, e não para Israel. Depois levantava um juiz libertador, dizendo sim a Israel e não para os cananeus. É só examinar os seguintes textos: Jz. 2:13-16; 3:7-11; 3:12-22; 4:1-7; 6:1-12; 10:6-10. E Jefté os salvou (Jz. 13:1). E Sansão os salvou. O livro de Juízes é um show de sim e não. Uma hora está do lado do rei da Síria, outra hora do lado de Israel, outra do lado dos moabitas, depois volta para Israel, outra hora está do lado de Jabim, rei de Canaã, depois do lado de Israel, outra do lado dos midianitas, outra do lado de Israel pela mão de Gideão, ainda outra vez, Jeová estava do lado dos amonitas, (malditos de Jeová), e mais tarde volta para o lado de Israel pela mão de Jefté. Por fim passa para o lado dos filisteus, entregando Israel em suas mãos por quarenta anos; depois volta para Israel por mão de Sansão. Jeová usava os bárbaros, perversos e corruptos para tentar mudar o comportamento do seu povo, pelo ‘sim’ e pelo ‘não’. O Pai usou somente o seu Filho unigênito, Jesus Cristo, que deu a vida para nos salvar.
Mas Jeová não parou o seu método tenebroso. Passou para o lado do rei da Assíria para assolar Israel, um dos reis mais bárbaros da história, que decapitava os vencidos, ou emparedava, ou ainda esfolava vivos. Os reis e príncipes era puxados por uma corrente com uma argola presa no lábio inferior. Por esse método liquidou o reino de Israel. Cento e vinte anos depois, declarou que Nabucodonosor, rei da Babilônia, era seu servo e lhe agradava aos olhos. E entregou todos os reinos nas suas mãos cruéis, tão cruéis como os assírios, e fez uma declaração: a nação ou reino que se rebelasse, ele, Jeová, destruiria a tal nação ou reino pela espada, pela fome, e pela peste. Essas duas histórias finais e macabras estão em Isaías 7:17; 8:7-8.
O Emanuel da profecia de Jeová foi a seguinte geração levada em cativeiro para morrer. A história de Nabucodonosor, o servo de Jeová, que lhe agrada aos olhos, está em Jr. 27:1-8. É de pasmar. E dizer que esse deus do ódio é o mesmo Deus do amor e Pai de Jesus, é blasfemar do Pai (I Jo. 4:7-10).
Mas nós cremos que o Pai só salva, e jamais condena (I Tm. 2:3-4; I Pd. 3:9). Cremos no seu Filho Jesus Cristo, que por amor deu a vida por nós, malditos de Jeová, o usurpador; e cremos no Espírito Santo, que da parte do Pai e do Filho, derrama o amor do céu em nossos corações, para que, como eles, perdoemos e se possível, demos nossas vidas pelos maus (I Jo. 3:16). Glória ao Pai, que é só ‘sim’! (II Co. 1:18-20).
autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA
ABIP – ASSOCIAÇÃO BÍBLICA INTERNACIONAL DE PESQUISA