PÃO DO CÉU
Diz o provérbio: “Nem tudo que reluz é ouro”. O primeiro banquete que o homem participou foi servido pelo diabo. Jeová proibiu Adão de tocar na árvore da ciência, mas seduzido pela mulher que estava associada a Satã, comeu do fruto proibido e morreu. Jeová não foi responsável, pois proibiu Adão de comer do fruto. A culpa de Jeová está em deixar a porta do Jardim aberta para Satanás. A conseqüência foi inevitável e cruel. Essa história fúnebre está em Gênesis 3:1-6 e 3:22-24. Foi a ceia da morte. Se alguém pensa que a cena não se repete está enganado, pois Paulo, o apóstolo, revela na Igreja do seu tempo: muitos cristãos ceavam na mesa de Jesus nas reuniões, mas saindo, sentavam-se na mesa de Satanás. “Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios” (I Co. 10:21). O fato é que hoje, muitos cristãos seguem o exemplo de Adão, e não o exemplo de Jesus Cristo. O exemplo de Adão foi tão difundido que culminou com a condenação de toda a humanidade no dilúvio (Gn. 6:2-7). É possível que o fato esteja se repetindo hoje.
Jeová formou um povo para servi-lo, adorá-lo e glorificá-lo. “A todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para a minha glória; eu os formei, sim, eu os fiz” (Is. 43:7). O povo de Israel estava cativo no Egito, e Jeová o libertou com suas dez pragas, usadas para quebrar a soberba de Faraó. O povo, saindo do Egito, se deparou com o mar vermelho. A passagem pelo mar era o caminho da salvação operada por Jeová. Foi então instituída a Páscoa; no hebraico PESAH, cuja tradução é PASSAGEM. Na hora da Páscoa, o sangue do cordeiro, ou cabrito, era passado nos umbrais das portas dos israelitas, e quando Jeová passasse pelo Egito matando os primogênitos, pouparia os de Israel. Por isso, páscoa quer dizer passagem.
O paradoxo é que, ao sair do Egito, o povo de Israel passou pela morte sem morrer, mas antes de entrar em Canaã morreram no deserto (Nm. 14:29).
A segunda ceia servida por Jeová a seu povo foi a do maná. O povo, debaixo de um sol abrasador, e sem água, vendo os filhinhos chorando, murmurou pedindo comida. Jeová, compadecido, fez chover o pão do céu, isto é o maná. Este maná, o pão do céu, dado por Jeová, apodrecia de um dia para o outro(Ex. 16:20). E Jesus, referindo-se ao pão do céu de Jeová, disse: “Moisés não vos deu o pão do céu; mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu” (Jo. 6:32). Essa referência de Jesus dá a entender que o pão de Jeová era falso. Falso porque não dava vida. E Jesus continua dizendo: “Eu sou o pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão viverá para sempre” (Jo. 6:48-51). É preciso lembrar que, em seguida ao maná, Jeová fez chover carne do céu, pois codornizes caíram como areia do mar. Eles começaram a comer, e ainda estavam com a comida na boca quando a morte levou os escolhidos de Israel (Sl. 78:24-31).
É verdade que o povo de Israel era pecador, e chegado à desobediência. Mas eram humanos e rudes. Jeová se dizia o misericordioso e piedoso (Ex. 34:6). Mas Jeová baixou o padrão da sua ceia. Mandou seu povo para o cativeiro, dizendo: “Assim comerão os filhos de Israel o seu pão imundo, entre as nações, para onde serão lançados” (Ez. 4:13). O pobre Ezequiel se negou a comer. Os protetores de Jeová insistem em dizer que as fezes serviram para fazer o fogo e não para amassar o pão. Mas quando Ezequiel reclamou, Jeová disse: “Vê, tenho-te dado esterco de vacas em lugar do esterco de homem, E COM ELE PREPARARÁS O TEU PÃO” (Ez. 4:12-15). Parece que os defensores de Jeová se enganam. Jeová tinha uma certa predileção para servir ceia de esterco. Jeová mandou o povo ao cativeiro para comer pão imundo, isto é, esterco. O profeta Isaías profetiza sobre o assunto: “Desperta, desperta, levanta-te, ó Jerusalém, que bebeste da mão de Jeová o cálice do seu furor, bebeste e sorveste as fezes do cálice da vacilação” (Is. 51:17). No Salmo está escrito: “Porque, na mão de Jeová há um cálice, cujo vinho ferve, cheio de mistura, e dá a beber dele; certamente todos os ímpios da terra sorverão e beberão as suas fezes” (Sl. 75:8). Francamente! Jeová usa um linguajar que ficaria bem na boca de um pai humano, porém cruel. Digamos que um pai, hoje, tivesse um filho de 14 ou 15 anos, rebelde, irresponsável e desobediente. O pai, como castigo lhe diz: Vou te dar, como castigo, fezes para comer até você obedecer. O que o filho iria pensar a respeito desse pai? Mas, se essa linguagem, usada pelo pai, fosse em sentido figurado? O mínimo que poderia acontecer com o filho seria: em primeiro lugar a revolta, e em seguida, quando tivesse um desafeto, iria fazer o que aprendeu com o pai, isto é, dar fezes para comer. A pedagogia e a psicologia condenam esse tratamento nos homens; porque os cristãos acham natural esse método num deus que se diz justo, reto, perfeito? Foge a qualquer análise racional (Dt. 32:4). Se nos homens, a quem Jeová compara com os vermes (Jó 25:6), esse tipo de comportamento é reprovável, para um deus que é tido como justo, verdadeiro e reto, esse comportamento é abominável, e reprovado pelo mesmo homem, se é que pensa e compara as coisas e os fatos.
Mas, Jeová fica forjando males para atormentar os homens (Jr. 18:11). E Jeremias, o profeta, nos conta dos manjares oferecidos e servidos por Jeová. “Assim diz Jeová dos Exércitos, Deus de Israel: Eis que darei a comer alosna a este povo, e lhe darei de beber água de fel” (Jr. 9:15). Que é alosna? É uma planta cuja raiz é amarga como o absinto, que também é uma planta amarga. O fel é um líquido muito amargo, segregado pelo fígado do homem e de alguns animais; bilis; vesícula, que contém esse líquido; coisa azeda ao estremo. Jesus aceitou todo tipo de flagelo por amor as almas perdidas, mas na cruz quiseram lhe dar vinho misturado com fel, e isso Jesus não suportou (Mt. 27:34). O pior manjar, ou a melhor ceia servida por Jeová foi preparada com a carne das criancinhas inocentes, pois não há maior tormento. Uma das maldições da lei de Jeová era essa; “Comerás o fruto do teu ventre, a carne dos teus filhos e de tuas filhas, que te der Jeová teu Deus, no cerco e no aperto com que os teus inimigos te apertarão” (Dt. 28:53-58). No tempo de Jorão, rei de Israel, 780 anos depois, Jeová deu cumprimento a essa maldição pavorosa (II Rs. 6:24-30). Após a divisão do reino nos dias de Roboão, filho de Salomão, a ceia de canibalismo se repete no cativeiro Babilônico, conforme nos conta Jeremias. “Os mortos à espada mais ditosos são do que os mortos a fome; porque estes se esgotam como traspassados, por falta dos frutos do campo. As mãos das mulheres piedosas cozeram seus próprios filhos; serviram-lhes de alimentos na destruição da filha do meu povo” (Lm. 4:9-10).
Jesus, vendo lá do céu, tantas atrocidades cometidas contra Israel, concebeu o plano da redenção. Ele disse ao Pai: “Pai, deixa-me descer entre o povo de Israel, tomando a carne dos homens (Jo. 1:14); vou pagar o mais alto preço para resgatá-los para ti. E eu servirei a minha carne e o meu sangue numa ceia de amor e misericórdia. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue terá vida eterna. O Pai lhe disse: Vai filho, eu aprovo o teu plano; todos os que crêem em ti receberei como filhos do meu amor”. Pouco antes de ser crucificado, para expiar os pecados de todos, Jesus reuniu os discípulos, e na ceia disse: “Eu sou o pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne que eu darei pela vida do mundo” (Jo. 6:48-51).
autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA