A DOUTRINA DE JESUS
Jesus tinha doutrina própria. E era uma doutrina nova, pois quando pregava os Judeus ficavam admirados, pois era diferente do que estavam acostumados a ouvir no templo ou nas sinagogas. “E aconteceu que, concluindo Jesus o discurso, a multidão se admirou da sua doutrina” (Mt. 7:28). Foi o fim do sermão da montanha. Num Sábado, Jesus entrou na sinagoga, e começou a ensinar. Os ouvintes maravilhados da sua doutrina, ouviam atentos. Estava ali um homem com um espírito imundo que foi libertado “E todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si, dizendo: Que é isto? Que nova doutrina é esta? Pois com autoridade ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem” (Mc. 1:21-28). Os sacerdotes que serviam no templo achavam normal vender pombos, ovelhas e bois para os sacrifícios. Havia no templo uma verdadeira feira. Jesus expulsou os cambiadores, dizendo: “Está escrito: A minha casa será chamada por todas as nações casa de oração. Mas vós a tendes feito covil de ladrões” (Mc. 11:17). “Os escribas e os príncipes dos sacerdotes, tendo ouvido isto, buscavam ocasião para o matar, porque toda a multidão estava admirada da sua doutrina” (Mc. 11:18). Fica claro, que, se Jesus pregasse a mesma coisa que os sacerdotes do templo de Jeová pregavam, eles não pensariam em matá-lo. O que Jesus estava pregando era totalmente novo e assombroso. O vinho velho que estava nos odres velhos era a doutrina de Moisés e de Jeová, com quem Moisés aprendeu. O vinho novo, se colocado em odres velhos, ia romper os odres. Isto está em Mateus 9:16-17. Jesus ensinava a maior parte da sua doutrina por parábolas, para não enfurecer os fariseus, escribas, e sacerdotes. O evangelistas Marcos narra a parábola do semeador, dizendo no começo: “Jesus ensinava-lhes muitas coisas por parábolas, e lhes dizia na sua doutrina: Eis que saiu o semeado a semear” (Mc. 4:2-3). Jesus era obrigado a ensinar por parábolas para não ser apedrejado, pois os fiéis de Jeová não aceitavam a nova doutrina.
Na festa dos tabernáculos, numa certa hora, Jesus subiu ao templo e começou a ensinar. “Os judeus. maravilhados, diziam: Como sabe este letras, não as tendo aprendido? Jesus lhes respondeu: A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se eu falo de mim mesmo” (Jo. 7:15-17). Se Jesus pregava a doutrina de Deus, porque os escribas e sacerdotes queriam matá-lo? Se queriam matá-lo é porque pregava contra a velha doutrina de Jeová e Moisés. Na doutrina de Moisés, eram as ovelhas, bodes e bezerros que morriam pelo pecado no altar do sacrifício. Na nova doutrina Jesus afirma que ele mesmo daria a vida pelas ovelhas (Jo. 10:11). No Velho Testamento as ovelhas morriam pelos pecados, e no Novo Testamento, o Sumo Pastor morre pelas ovelhas? Isso era demais para os ouvidos dos sacerdotes, escribas e fariseus. Então diziam: “Ele tem demônio” (Jo. 10:20). No Velho Testamento nunca ninguém expulsava espíritos malignos, pois era Jeová que os mandava entrar nos homens. No primeiro livro dos reis lemos que Jeová pôs espírito da mentira na boca dos 400 profetas do templo (I Rs. 22:23). Em Isaías 19 lemos que Jeová pôs um espírito de perversidade no povo egípcio (Is. 19:13-14). Foi Jeová que pôs em Saul um espírito maligno que o atormentava (I Sm. 16:14-15). O tormento era tanto que só a harpa de Davi, quando tocada, trazia algum alívio (I Sm. 16:23). Como podiam os sacerdotes e fariseus ousar expulsar os maus espíritos que Jeová punha? Quando Jesus os expulsava era chamado de Belzebu, príncipe dos demônios (Mt. 12:22-24).
Outro ponto da doutrina de Jesus eram as curas. Quem mandava pragas, pestes, e enfermidades maligna era Jeová. Ao curar as pessoas, Jesus ia contra Jeová, pois ninguém ousava tamanha façanha(Dt. 28:21-22,27,35,59-63; Hc. 3:5; Lv. 26:16). Ao desfazer as coisas que Jeová estabelecia como castigo, era se tornar igual a Deus. Isso era blasfêmia para os Judeus (Jo. 10:33; 5:18). Todos seguiam a doutrina de Moisés e rejeitavam a Jesus dizendo que eram discípulos de Moisés. Um cego de nascença, curado por Jesus, começou a defendê-lo diante dos fariseus, e quando este jovem lhes perguntou: Quereis vós porventura fazer-vos também seus discípulos? Então eles o injuriaram, e disseram: Discípulo dele sejas tu; nós, porem, somos discípulos de Moisés (Jo. 9:27-28). Os sacerdotes nada sabiam da doutrina de Jesus Cristo. Quando Jesus foi preso, o Sumo sacerdote interrogou-o acerca dos seus discípulos e da sua doutrina (Jo. 18:19). Os pontos principais da nova doutrina, que chocavam com a vigente eram:
- A doutrina da piedade, que não existia o Velho Testamento (I Tm. 6:3). Jeová não tinha piedade dos pecadores (Jr. 13:14; Ez. 5:11; 8:18; 7: 8-9).
- A doutrina de Jeová, a da lei, era amar o próximo como a si mesmo (Lv. 19:18; Mt. 22:35-40). A doutrina de Jesus era amar como Jesus amou (Jo. 13:34).
- A de Moisés era a da Lei, e de Jesus é a da graça, pois a lei condena o pecador, mas a graça é o perdão de Deus (Tt. 2:11; Gl. 5:1-4).
- Segundo as palavra de Jesus, todos estavam mortos até Jesus (Mt. 8:21-22). Paulo também ensinava o mesmo (Rm. 5:17). João também (Jo. 5:24-25). Como Jeová reinava no Velho Testamento, era o deus dos mortos (Is. 43:15; Sl. 47:2, 7, 8). O Pai de Jesus é Deus dos vivos e não dos mortos (Lc. 20:38).
- Havia ressurreições no Velho Testamento, mas não para a vida eterna. Jesus pregava a ressurreição para a vida eterna (Jo. 11:25-26; 3:36). Jeová prometeu uma herança terrena por toda a eternidade (Gn. 17:7-8). Jesus pregava o reino dos céus para a eternidade. A doutrina de Jesus era tão nova e tão diferente, que foi condenado a morte como blasfemo (Mt. 26:63-68). Estas foram apenas algumas diferenças das doutrinas de Jeová e Jesus. Acontece que os príncipes da Igreja adotaram o Velho Testamento como verdade suprema, e fundiram as duas doutrinas. Só falta as Igrejas construírem altares de sacrifício. Qualquer um que tenha os olhos abertos pode ver que o que Jeová edificou caiu por terra pois não tem sustentação. Esse tal vai ser condenado como blasfemo como Jesus. A cena se repete.
autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA