OS DEFUNTOS
Para Jesus Cristo, a morte física tem menor valor que a morte espiritual. A morte física é a cessação da vida na carne. Morre um homem como morre um cão ou um gato. A morte espiritual é a morte da alma, isto é, da parte espiritual. Sendo assim, um homem, estando vivo neste mundo, pode estar espiritualmente morto. Essa morte espiritual, no campo religioso, é causada pelo mal do pecado, conforme ensino de todas as denominações cristãs. Transcrevemos uma frase de Jesus: “Outro de seus discípulos lhe disse: Senhor, permite-me que primeiramente vá sepultar o meu pai. Jesus, porém, disse-lhe: Segue-me, e deixa aos mortos sepultar os seus mortos” (Mt. 8:21-22). Para Jesus, as pessoas que acompanham o enterro do defunto também estão mortos. Há uma semelhança entre o defunto e os que o enterram: o defunto não sabe que está morto porque morreu, e os que o enterram não sabem que estão mortos porque pensam que são vivos.
Vamos ao assunto. Biblicamente a morte reinou sobre todos desde Adão até Jesus, pois Paulo declarou: “Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo” (Rm. 5:17). Cristo é a ressurreição e a vida, por isso declarou: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá” (Jo. 11:25-26). E continua o Senhor a falar: “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida” (Jo. 5:24).
Os mortos começaram em Adão, “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos são pecadores” (Rm. 5:12). Os vivos começaram em Jesus Cristo. “Assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo” (I Co. 15:22). Fica assim provado que antes de Jesus Cristo só havia defuntos, isto é, pessoas espiritualmente mortas, que mais cedo ou mais tarde iriam morrer fisicamente. Morriam os mortos.
O deus Jeová matava no Velho Testamento. Vejamos. “E disse Jeová: Destruirei de sobre a face da Terra, o homem que criei, desde o homem até o animal, até ao réptil, e até a ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito” (Gn. 6:7). E veio o dilúvio. Trezentos anos depois, os homens, descendentes de Noé, tinham-se multiplicado, e a sodomia se alastrou. Então Jeová destruiu Sodoma e Gomorra com fogo do céu. Só escapou Ló com suas duas filhas (Gn. 19:24-25). Os Assírios, chefiados por Senaqueribe, invadem Judá, cujo rei era Ezequias. Este rei era bom e Jeová se pôs à frente do exército de Ezequias, e mandou um anjo assassino, que de noite matou cento e oitenta e cinco mil assírios (II Rs. 19:35). No tempo do rei Davi, Jeová resolveu matar o próprio povo. Então incitou Davi a enumerar o povo. Davi, submisso, obedeceu cegamente. Jeová considerou esse ato de obediência de Davi, grave pecado, e para puni-lo enviou a peste que matou setenta mil homens (II Sm. 24:1; 24:15). O problema grave é que Jeová matava defuntos. As pessoas estavam espiritualmente mortas em delitos e pecados, e Jeová os matava fisicamente tirando-lhes qualquer chance de mudança de vida, ou de conversão; pois o Espírito de Cristo estava no Velho Testamento, revelando a obra futura (I Pd. 1:9-11).
Jeová matava defuntos. É espantoso e grotesco, porém real. Eram mortos por Jeová sem ter consciência. O mais estranho é que Jeová matava fisicamente aqueles que infalivelmente iam morrer, ou de velhice, ou por acidente, ou por doença. Jeová só adiantava a morte. O que intriga nossa mente é: Se Jeová matava quem já era morto, por que não lhes dava a chance de sair da morte? A resposta é simples. Jeová não tinha vida para dar, só morte, pois disse a Moisés, quando este pediu para ver a sua glória: “Não poderás ver a minha face, porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá” (Ex. 33:20). O que Jeová estava dizendo a Moisés é que, se Moisés olhasse para sua face, morreria. Mas Moisés era o maior profeta (Dt. 34:10). Era o mais manso (Nm. 11:17). Era o mais fiel (Nm. 12:7). Era cheio do espírito de Jeová (Nm. 11:17). Era o mediador do concerto de Jeová com Israel (Ex. 24:1-8). Moisés era posto como deus sobre o Egito (Ex. 7:1). O rosto de Moisés resplandecia (Ex. 34:29-35). E se Moisés olhasse a face de Jeová morreria? Moisés serviu a Jeová por quarenta anos, e sabe qual o prêmio que recebeu? Foi proibido de entrar no repouso de Jeová, isto é, Canaã. Josué e Calebe que foram inferiores a Moisés, entraram. Leiamos o texto: “Nenhum dos homens desta maligna geração verá esta boa terra que jurei dar a vossos pais, salvo Calebe, filho de Jefoné; ele a verá, e a terra que pisou darei a ele e a seus filhos, porquanto perseverou em seguir a Jeová. Também Jeová se indignou contra mim por causa de vós, dizendo: Também tu, lá não entrarás. Josué, filho de Num, que está em pé diante de ti, ele ali entrará” (Dt. 1:35-38).
A glória de Jeová consistia em matar. Destruiu a humanidade no dilúvio (Gn. 6:7). Destruiu a fogo quatro cidades pecaminosas (Dt. 29:23). Matou a todos os primogênitos do Egito (Ex. 12:23,29). Ao destruir no mar os exércitos egípcios, o próprio Jeová declara ser glorificado com essa matança (Ex. 14:4,17; 15:6).
Jesus Cristo tem um ministério oposto ao de Jeová, pois confere vida aos defuntos. “Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida (Jo. 5:24). Jesus não mata defuntos como Jeová fazia; Jesus ressuscita os defuntos. “Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão” (Jo. 5:25). A grande obra de Jesus sempre foi, e é, ressuscitar defuntos, e declarou: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim ainda que esteja morto viverá” (Jo. 11:25).
A Glória do Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo era dar-lhes a vida eterna, por isso Jesus declarou: “E a vida eterna é esta; que te conheçam a ti só como verdadeiro Deus, e a Jesus Cristo a quem enviaste (Jo. 17:3). E mais, Jesus declarou bem alto, dizendo: “ORA, DEUS NÃO É DEUS DE MORTOS, MAS DE VIVOS” (Lc. 20:38).
autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA