O Deus Pai de Jesús Cristo nosso Senhor, olhando da eternidade e da luz inacessível, viu os homens condenados a morte inexorável, as viúvas sem ter como alimentar os órfãos ressequidos, vítimas inocentes do mal que reina neste abismo. O jugo, a escravidão, o vício, a corrupção, o crime, a exploração, as pestes, etc.. Deus quis que os homens soubessem que ele é Pai, e Pai de amor, e que sofria as desgraças dos homens, porque o amor tudo sofre (1 Co.13:4-7). Deus é amor! (1 Jo.4:8). Sofrendo Deus por ver os homens assolados por toda espécie de males, quis participar do sofrimento humano para provar o seu grande amor. Assim, o Filho, que é um com o Pai desceu ao abismo (Rm.10:7; Jo.1:14). Cristo padeceu nossas misérias. “Porque Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito;” (1 Pd.3:18). O amor era tanto, que permitiu a morte do Filho do seu amor na cruz. “Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm.5:8). “Que diremos pois a estas coisas? Se Deus é por nós quem será contra nós? Aquele que nem mesmo a seu Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará com ele todas as coisas?” (Rm.8:31-32).
Houve tempo em que Deus era diferente. Um homem justo e santo foi entregue a Satanás para ser torturado. “E vindo um dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante Jeová, veio também Satanás entre eles. Então Jeová disse a Satanás: Donde vens? E Satanás respondeu a Jeová, e disse: De rodear a terra e passear por ela. E disse Jeová a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero e reto, temente a Deus, e desviando-se do mal. Então respondeu Satanás a Jeová, e disse: Porventura teme Jó a Deus debalde? Porventura não o cercaste tu de bens a ele, e a sua casa, e a tudo quanto tem? A obra de sua mão abençoaste e o seu gado está aumentando na terra. Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema de ti na tua face! E disse Jeová a Satanás: Eis que tudo quanto tem está na tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão. E Satanás saiu da presença de Jeová.” Jó 1:6-12. Satã lhe tirou tudo e matou os filhos. “E sucedeu um dia, em que seus filhos e suas filhas comiam, e bebiam vinho na casa de seu irmão primogênito, que veio um mensageiro a Jó, e lhe disse: os bois lavravam, e as jumentas pasciam junto a eles; e eis que deram sobre eles os sabeus, e os tomaram, e aos moços feriram ao fio da espada; e eu somente escapei, para te trazer a nova” (Jó 1:13-15). Novamente Deus entregou Jó a Satanás, que o feriu de lepra. “Então Satanás respondeu a Jeová, e disse: Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida. Estende, porém, a tua mão, e toca-lhe nos ossos e na carne, e verás se não blasfema de ti na tua face! E disse Jeová a Satanás: Eis que ele está na tua mão; poupa, porém, a sua vida. Então saiu Satanás da presença de Jeová, e feriu a Jó duma chaga maligna, desde a planta do pé ate ao alto da cabeça” (Jó 2:4-7). O Deus que fez isso se chama Jeová. Então Jó começou a clamar. “Sabei agora que Deus é que me transtornou, e com a sua rede me cercou. Eis que clamo: Violência! Mas não sou ouvido; grito: Socorro! Mas não há justiça. O meu caminho ele entrincheirou, e não posso passar; e nas minhas veredas pôs trevas. Da minha honra me despojou, e tirou-me a coroa da minha cabeça” (Jó 19:6-9). Jó acusou Jeová de usar de violência, despojá-lo da honra, de cercá-lo de trevas. Chamava, gritava, mas não era ouvido. Se um justo é tratado desse modo, o que será dos injustos?
Jeová criou o mal, isto é, o ministério da violência. “Eu formo a luz, eu crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal, eu, Jeová, faço todas estas coisas” (Is.45:7). Pelo mal da violência libertou seu povo do Egito. Levou-os depois para o deserto, e queria obrigá-los a crer pela violência. “Ouvi pois isto, vós que vos esqueceis de Deus, para que vos não faça em pedaços, sem haver quem vos livre” (Sl.50:22). “Dai glória ao Senhor vosso Deus, antes que venha a escuridão e antes que tropecem vossos pés nos montes tenebrosos; antes que, esperando a luz, ele a mude em sombra da morte” (Jr.13:16). “Deus é um juiz justo, um Deus que se ira todos os dias. Se o homem se não converter, Deus afiará a sua espada, já tem armado o seu arco, e já para ele preparou armas mortíferas, e porá em ação as suas setas inflamadas, contra os perseguidores” (Sl.7:11-13). É A FÉ PELA VIOLÊNCIA. Ou você se converte ou eu te meto no inferno. “Os ímpios serão lançados no inferno, e todas as gentes que se esquecem de Deus” (Sl.9:17).
O método da violência não perdoa ninguém. Moisés serviu fielmente a Jeová por 40 anos carregando às costas uns dois milhões de patrícios. Padeceu injúrias e afrontas, mas Jeová arranjou um jeito de feri-lo: “Também Jeová se indignou contra mim, por causa das vossas palavras, e jurou que eu não passaria o Jordão, e que não entraria na boa terra que Jeová teu Deus te dá por herança” (Dt. 4:21).
Davi foi outra vitima da violência de Jeová. Cometeu um adultério e um homicídio, e Jeová lhe matou o filho de Bate-Seba, que nada tinha a ver com o pecado dos pais, depois matou Amnom, seu primogênito, pelas mãos de Absalão, e por último matou Absalão pelas mãos de Joabe. Tudo isto foi prometido por Jeová. “Agora pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me desprezaste, e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para que te seja por mulher. Assim diz Jeová: Eis que suscitarei da tua mesma casa o mal sobre ti, e tomarei tuas mulheres perante os teus olhos, e as darei ao teu próximo, o qual se deitará com tuas mulheres perante este sol” (2 Sm.12:10-11). Tudo foi feito por Jeová, que também usou de violência com Tamar, filha querida de Davi, que foi estuprada por Amnom, seu co-irmão. Que tinha a pobre Tamar com o caso? Tinha a ira violenta e cega de Jeová, que para violentar a alma de uma pessoa, violenta os seus filhos. Como dissemos acima, usou de violência contra o Egito para libertar Israel, depois usou de violência contra Israel no deserto, matando-os. “Assim eu vivo, diz Jeová, que, como falastes aos meus ouvidos, assim farei a vós outros. Neste deserto cairão os vossos cadáveres…” (Nm.14:28-29).
Quem usa de violência não tem compaixão. “E, se forem para o cativeiro diante dos seus inimigos, ali darei ordem a espada para que os mate; e eu porei os meus olhos sobre eles para mal, e não para bem” (Am.9:4). “E fa-los-ei em pedaços uns contra os outros, e juntamente os pais com os seus filhos, diz Jeová; não perdoarei nem pouparei, nem terei deles misericórdia, para que os não destrua” (Jr. 13:14).
A violência de Jeová não casa com a bondade do Pai. Jeová escraviza os seus adoradores pela violência e o temor, ou melhor dizendo: PAVOR. O Pai liberta os escravos do medo pelo amor.
Os servos de Jeová eram violentos, e continuam a sê-lo. Mandou Elias ungir três servos: “E Jeová lhe disse: Vai, volta pelo teu caminho ao deserto de Damasco; e vem, e unge Hazael rei sobre a Síria. Também a Jeú, filho de Ninsi; ungirás rei sobre Israel; e também a Eliseu, filho de Safate de Abel-Meolá; ungirás profeta em teu lugar” (1 Rs.19:15-17). Três matadores ungidos por Jeová. Um ímpio e dois israelitas, mas todos ungidos para a violência.
A espada de Jeová esta embriagada de sangue das suas criaturas: “Embriagarei as minhas setas de sangue, e a minha espada comerá carne; do sangue dos mortos e dos prisioneiros” (Dt.32:42).
O Deus Pai, na pessoa de seu Filho unigênito, Jesús Cristo, derramou o seu próprio sangue, pois Jesús e o Pai são um (Jo.10:30). E os homens estão embriagados do sangue do cordeiro, embriagados de perdão, embriagados da graça obtida na cruz, embriagados do sangue da ceia (Jo.6:54).
Os comportamentos de Jeová e Jesús são diferentes, por isso não são a mesma pessoa. Glória a Jesús Cristo por todos os séculos; pela sua mansidão, pelo seu amor, pela sua graça e pela sua real salvação.
Autoria Pastor Olavo S. Pereira