(214) – DEUS BOM – II

DEUS BOM-2

   Deus, o  Pai do Senhor Jesus Cristo é bom (Mt. 19:16-17). O apóstolo Paulo, que conheceu a sua bondade de perto, o chama Pai das misericórdias e Deus de toda a consolação (II Co. 1:3). E Paulo diz também que Deus é pai de família. “Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, do qual toda a família no céu e na terra toma o nome” (Ef. 3:14-15). O texto do apóstolo é claro. Deus não é Deus somente das famílias cristãs, mas de todas. As cristãs, as muçulmanas, as budistas, as espíritas, as do candomblé, as idólatras, as atéias, enfim todas, pois Deus é Pai de família, e a respeito de Deus como Pai, Jesus assim expressa: “E qual dentre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas as vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhes pedirem?”  (Mt. 7:9-11). Deus, o Pai de Jesus, é bom! É claro que Jeová, afirmando que é o único deus (Is. 44:6; 45:21), deve revelar no seu caráter os traços de bondade infinita revelado no Novo Testamento. Vejamos.

Salomão, o maior sábio, declara o seguinte: “A casa e a fazenda são herança dos pais, mas de Jeová vem a mulher prudente” (Pv. 19:14). “O que acha uma mulher acha uma coisa boa e alcançou a benevolência de Jeová” (Pv. 18:22). Mas o mesmo Salomão, com a sabedoria de Jeová, fala, outra coisa: “Cova profunda é a boca das mulheres estranhas; aquele contra quem Jeová se irar, cairá nela” (Pv. 22:14). Incrível. Quando Jeová gosta de um, lhe dá uma boa esposa, mas quando não gosta, lhe dá um bagulho? E Jeová dá mulheres tão perversas, capazes de destruir a própria casa. “Toda mulher sábia edifica a sua casa, mas a tola derruba-a com as próprias mãos” (Pv. 14:1). E Salomão ainda diz: “Melhor é morar num canto de umas águas furtadas, do que com a mulher rixosa em casa ampla” (Pv. 21:9). “A mulher virtuosa é a coroa do seumarido, mas a que procede vergonhosamente é como apodrecimento nos seus ossos” (Pv. 12:4). Salomão falou  com muita razão, pois Jeová lhe deu mil mulheres estranhas e perversas, que o destruíram, e destruíram também o reino de Israel, pois se de Jeová vem a mulher prudente e a mulher perversa, não é difícil concluir que as mil perversas foram dadas por Jeová. Pela lei da probabilidade, entre mil mulheres temos forçosamente de achar pelo menos umas vinte ou trinta virtuosas. O texto diz assim: “O rei Salomão amou muitas mulheres estranhas, e isso além da filha de Faraó. Moabitas, Amonitas, edomitas, sidônias e hetéias” (I Rs. 11:1). “E tinha Salomão setecentas mulheres princesas e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração” (I Rs. 11:3).

Como diz Paulo em Ef. 3:14-15, o Pai de Jesus toma o nome de todas as famílias, tanto do céu como da terra, mas a de Salomão não pode ser, pois foi Jeová quem lhe deu as mil mulheres perversas. Se fosse o Pai que as desse, não seriam todas perversas, pois o Pai é bom e só dá boas coisas (Mt. 7: 9-11). Um deus que dá uma mulher boa para um, e outra má para outro não é bom, pois se dá a mulher má, dá com a intenção de que os filhos sejam também maus. Mas não foi só Salomão o premiado com mulheres más. Davi, seu pai, recebeu uma mulher infiel ao marido, de nome Urias, o heteu. Esta mulher adúltera obrigou Davi, sob juramento, que o filho nascido dessa união abominável reinasse sobre Israel, e esse filho é justamente Salomão, o culpado pela divisão do reino (II Sm. 11:1-17; I Rs. 1:17).

É óbvio que Deus, o Pai do Senhor Jesus Cristo, não pode patrocinar essas uniões prostituídas, mas Jeová patrocina, pois obrigou o profeta Oséias a casar com uma prostituta, e gerar dela três filhos de prostituição (Os. 1:2-3). É claro que Oséias não foi castigado por Jeová, porque se prostituiu em obediência a Jeová, mas outros que fizessem o mesmo morriam. O sacerdote não podia se unir à prostituta. “Ele tomará uma mulher na sua virgindade. Viuva ou repudiada, ou desonrada, ou prostituta, estas não tomará, mas virgem dos seus povos tomará por mulher. E não profanará a sua semente entre seus povos;  porque eu sou Jeová que o santifico” (Lv. 21:13-15). Sendo assim, os filhos de Oséias, o profeta, foram profanados pela prostituição dos pais, ou não foram? Como fica? Quando Jeová ordena é prostituição santa e sagrada, mas quando o homem faz por conta própria é maldito rejeitado e condenado? O deus que usa desses artifícios não é bom. Não foi bom para Oséias, não foi bom para três crianças, e não é bom o exemplo para nós, os cristãos de hoje. O Pai de Jesus jamais faria uma coisa grotesca dessas.

A coisa não fica por aí. Jeová destrói famílias. Quando se volta contra um homem, prostitui a esposa.“Desposar-te-ás com uma mulher, porém outro homem dormirá com ela” (Dt. 28:30). “Teus filhos e tuas filhas serão dados a outro povo, os teus olhos o verão, e após deles desfalecerão todo dia; porém não haverá poder na tua mão” (Dt. 28:32). “Filhos e filhas gerarás, porém não serão para ti; porque irão para o cativeiro” (Dt. 28:41). Jeová não tem piedade das crianças. Para se vingar do pecador destrói a família e corrompe os filhos. “Eis que vos corromperei a semente e espalharei esterco sobre os vossos rostos” ( Ml. 2:3; Is. 14:21).

Vejamos agora o matrimônio instituído por Jesus Cristo, de cujo nome o Deus Pai toma o nome no céu e na terra. “Disse-lhe um: É lícito ao homem repudiar a mulher por qualquer motivo? Jesus disse-lhe: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez? E disse: Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mt. 19:3-6). Este é o Deus bom, que só une e nunca separa, e que abençoa  e nunca amaldiçoa. E o apóstolo Paulo nos ensina dizendo: “Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a Igreja, e a si mesmo se entregou por ela” (Ef. 5:25). Não se trata de amor carnal. Não se trata de atração física. Cristo amou a Igreja com amor espiritual, e amou uma Igreja ainda imperfeita. Esse é o amor com que o Pai nos ama apesar de sermos imperfeitos. E quem não ama como Cristo amou, não conhece o Pai, porque Deus é amor (I Jo. 4:7-8). É uma questão de discernimento espiritual. Uns amam Jeová, o deus mau e vingativo, mas os que têm olhos, descobrem em Jesus Cristo o Deus bom, pois disse: “NINGUÉM VEM AO PAI SENÃO POR MIM” (Jo. 14:6).

Autoria Pastor Olavo S. Pereira

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