AS PORTAS DO INFERNO
O destino final de todos os homens, antes de Jesus Cristo era a morte. “A alma que pecar morrerá” (Ez. 18:4). E Jeová declara que não há homem que não peque (Ec. 7:20). Sendo assim, o destino de todos é a morte. Biblicamente, o inferno é o lugar destinado ao suplício das almas dos perdidos (Sheol no Hebraico).
Jesus desceu a este mundo para destruir o poder do inferno, isto é, a condenação de todos os homens. O poder do inferno, que é o poder da morte, durou até Jesus Cristo. Paulo disse: “Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem abundância da graça, e o dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo” (Rm. 5:17). Com este texto fica provado que a morte reinou desde Adão até Jesus sobre todos os homens, bons e maus, justos e injustos, religiosos e ateus, Judeus ou gentios.
Jesus, então, faz uma declaração fantástica a Pedro, o apóstolo: “Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas dos inferno não prevalecerão contra ela” (Mt. 16:18). Em conseqüência Jesus fala a Pedro: “E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado no céu, e tudo o que desligares na terra será desligado no céu” (Mt. 16:19). Temos nestes dois textos do Evangelho de Mateus, duas grandes revelações:
1) Se as portas do inferno só não prevalecerão contra a futura Igreja de Jesus Cristo, prevaleceram contra o homem criado à imagem e semelhança de Eloin, pois este foi o nome do deus que criou o homem e a mulher em Gn. 1:26-27. As portas do inferno prevaleceram sobre os antediluvianos (Gn. 6:7)Prevaleceram também sobre o povo de Israel libertado por Jeová do Egito, pois todos morreram no deserto condenados ao inferno (Nm. 14:29), onde lemos: “Neste deserto cairão os vossos cadáveres, de vinte anos para cima, porque murmurastes contra mim”. Somente dois, Josué e Calebe, de uma multidão de mais de um milhão, Jeová deixou entrar em Canãa (Nm. 14:30). Na carta aos hebreus, lemos: “E a quem jurou que não entrariam no seu repouso, senão aos que foram desobedientes?” (Hb. 3:18). As portas do inferno prevaleceram contra o reino de Israel, pois foi rejeitado por Jeová, onde lemos o seguinte:“Pelo que Jeová rejeitou a toda a semente de Israel, e os oprimiu, e os deu nas mãos dos despojadores, até que os tirou de diante da sua presença” (II Rs. 17:20). O mesmo juízo de Jeová veio também sobre o reino de Judá. E disse Jeová: “Também a Judá hei de tirar de diante da minha face, como tirei a Israel, e rejeitarei esta cidade de Jerusalém que elegi, como também a casa de que disse: Estará ali o meu nome” (II Rs. 23:27)
Na lei está escrito: “Os meus juízos e os meus estatutos guardareis; os quais fazendo-os o homem, viverá por eles. Eu sou Jeová” (Lv. 18:5). Isto não é verdade, pois as portas do inferno prevaleciam de forma total. Só a Igreja do Senhor Jesus Cristo prevalece contra o inferno.
2) A Segunda coisa a ponderar é que as chaves do reino dos céus nunca esteve com Moisés ou alguns dos profetas. Essas chaves foram dadas a Pedro, isto é, a porta dos céus se abriu a partir do apóstolo Pedro. Todos os que viveram antes de Cristo estavam irremediavelmente perdidos, pois sem a ressurreição de Jesus ninguém se salvaria. É o apóstolo Paulo quem no-lo revela. “Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dos mortos, como dizem alguns dentre vós que não há ressurreição dos mortos? E, se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a vossa pregação, e também é vã a vossa fé. E assim somos também considerados como falsas testemunhas de Deus, pois testificamos de Deus, que ressuscitou a Cristo, ao qual, porém, não ressuscitou, se na verdade, os mortos não ressuscitam. Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e permaneceis nos vossos pecados. E também os que dormiram em Cristo estão perdoados” (I Co. 15:12-18). É preciso deixar claro que não é a morte de Jesus Cristo que nos justifica, mas a sua ressurreição. Paulo mais uma vez esclarece a doutrina, dizendo a respeito de Jesus:“O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação” (Rm. 4:25).
Queremos focalizar um terceiro ponto. O sacerdócio levítico, instituído por Jeová; era um sacerdócio falido, pois as portas do inferno prevaleceram contra esse sacerdócio da lei. Leiamos a carta aos hebreus: “Porque, tendo a lei sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se achegam. Doutra maneira, teriam deixado de se oferecer, porque, purificados uma vez os ministrantes, nunca mais teriam consciência do pecado. Nesses sacrifícios, porém, cada ano se faz comemoração do pecado, porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados” (Hb. 10:1-4). “Porque todo o sumo sacerdote, tomado dentre os homens, é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados; e possa compadecer-se ternamente dos ignorantes e errados; pois também ele mesmo está rodeado de fraqueza. E por esta causa, deve ele, tanto pelo povo como também por si mesmo, fazer sacrifícios pelos pecados” (Hb. 5:1-3). “E, na verdade, aqueles foram feitos em grande número, porque pela morte foram impedidos de permanecer. Mas Jesus, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo. Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se achegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hb. 7:23-25)..
O poder do inferno é a morte, pois Paulo nos diz: “Onde está, ó morte o teu aguilhão? Onde está, o inferno, a tua vitória? Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei” (I Co.15:55-56). Está provado de forma insofismável, que a morte, isto é, o inferno, prevalece sobre o sacerdócio mosaico, que é o sacerdócio de Jeová.
O último ponto, e o mais grave, é o reino de Jeová, que foi implantado no tempo em que o inferno prevalecia de forma total e absoluta. A impressão que temos é que Jeová queria vencer o poder do inferno, mas não conseguiu. Se foi esse o intuito, Jeová excluiu a Igreja e a graça, único poder capaz de dominar o inferno e suas portas. A morte e o inferno tiveram tal poder sobre o reino de Jeová, que se desfez há dois mil e seiscentos anos. O reino de Jeová, começou a três mil e seiscentos anos, e só durou mil anos. Quando o povo de Israel saiu do Egito e chegou ao pé do monte Sinai; ali, do monte fumegando em fogo, Jeová anunciou, dizendo: “Vós me sereis um reino sacerdotal” (Ex. 19:6). O inferno prevaleceu e tragou os dois. O reino e os sacerdotes. O que agrava essa derrota tenebrosa de Jeová para o inferno, foi dizer: “Porque Jeová dos exércitos determinou; quem pois o invalidará? E sua mão estendida está; quem pois a fará voltar atrás?” (Is. 14:27). “Ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; operando eu, quem impedirá?” (Is .43:13). O inferno impediu, e venceu!!!
Mas as portas do inferno não prevalecem contra a Igreja de Jesus Cristo, por pequena que seja, pois Jesus é a ressurreição e a vida (Jo. 11:25-26).
Autoria Pastor Olavo S. Pereira