(190) – AUTOR E CONSUMADOR DA FÉ 4

Autor e consumador é quem começou e concluiu tudo sem a participação de ninguém. É aquele que pratica e executa todos só ficam sabendo no fim, quando ninguém pode alterar o projeto, pois está consumado irreversivelmente. O apóstolo Paulo assim  se refere ao assunto: “A mim, o menor de todos os santos, me foi dada essa graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo, e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou; para que agora,  pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades do céu” (Ef. 3:8-10)Esta declaração de Paulo deixa claro que no céu ninguém sabia nada do plano secreto de Jesus para salvar os perdidos. O Pai soube quando Cristo lhe pediu para realizá-lo. O Pai conhece, mas Jesus é o autor e consumador, por isso disse: “Por isso o pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim  mesmo a dou; tenho poder para dar e para tornar a tomá-la” (Jo. 10:17-18). Sendo assim podemos propor algumas questões.

  1. As obras de Jesus Cristo são as obras de Deus. “Respondeu-lhes Jesus: tenho lhes mostrado muitas obras boas procedentes de meu Pai; por quais destas obras me apedrejais?” (Jo. 10:32). “Não crês tu que eu estou no Pai e o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai que está em mim, é quem faz as obras. Crede-me que eu estou no Pai e o Pai esta em mim. Crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras” (Jo. 14:10-11). “Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis. Mas se faço as obras, e não credes em mim, crede nas obras, para que conheçais e acrediteis que o pai está em mim e eu nele” (Jo. 10:37-38). A pergunta é: se Cristo veio para revelar e fazer as obras do Pai, e são essas obras que revelam o caráter amoroso do Pai, como Jeová veio antes de Cristo fazendo obras diferentes das do Filho, e tirando do Filho a autoria da obra de Deus? Se fizesse as obras do Pai, o Filho não seria o autor (Hb. 12:2). Mas fez obras maléficas. Colocou um espírito maligno em Saul (1 Sm. 16:14-15). Feriu Mirian, irmã de Moisés com lepra (Nm. 12:9-10). A bandeira de Jeová era a peste mortífera (Hab. 3:5). Seu furor era o furor do inferno (Dt. 32:22). Não dá para enumerar as idéias brilhantes de Jeová para assolar e afligir. Mas estas não são as obras do Pai, e sim de Satanás.
  2. Jesus disse: “Todas as coisas me foram entregues por meu pai; e ninguém conhece o Filho senão o Pai; e ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt. 11:27). Se ninguém conhece o Pai senão o Filho, e só o Filho tem a graça para revelar o Pai, porque Moisés revelou Jeová ao povo de Israel e ao Egito, tirando a principal função do Filho? Moisés se tornou o autor da revelação do Pai antes de Cristo, mas só Cristo pode revelar o Pai. Como as obras de Jeová não são semelhantes às obras de Cristo, nada tem do Pai. E também, se o Pai entregou tudo nas mãos do Filho, e Jeová veio antes do  Filho, e fazendo obras que o Filho nunca fez, Jeová não é o Pai, mas é um … Os escribas e fariseus, servos de Jeová, disseram a Jesus: “Onde está teu Pai? Jesus respondeu: Não me conheceis a mim nem a meu Pai; se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai” (Jo. 8:19). Quem conhece Jeová e não conhece a Jesus Cristo, não conhece o Pai.
  3. Deus, o Pai, nunca foi visto por ninguém (Jo. 1:18). Ninguém jamais viu a Deus (1 Jo. 4:12). Estas foram palavras de João. Ouçamos as de Paulo: “Aquele que tem, ele só, a imortalidade, e habita na luz inacessível, a quem nenhum dos homens viu nem pode ver” (1 Tim.6:16). A pergunta que fazemos é a seguinte: Se o Deus verdadeiro nunca foi visto pelo homem, como Jeová apareceu visivelmente antes do Filho de Deus descer a este mundo? Apareceu a Abrão afirmando que era o Todo Poderoso (Gn. 17:1). Os teólogos explicam que esse fenômeno foi uma teofania. Teofania é uma aparição irreal, como imagem da televisão, mas nós não afirmamos que não é uma teofania. Quem viu a teofania viu a Jeová. É como a fotografia do criminoso na televisão. Quem vê a imagem fica conhecendo o criminoso. No capítulo 18 de Gênesis, Jeová esteve com Abraão, e comeu uma boa vitela. Mas teofania não come vitelas (Gn. 18:1-8). Quem esteve com Abraão não foi o Pai, Jeová apareceu mais vezes (Ex. 24:9-11; 33:18-23).
  4. Jesus disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai a não ser por mim” (Jo. 14:6). Filipe pediu a Jesus que lhe mostrasse o Pai, dizendo: “Senhor, mostra-nos  o Pai, o que nos basta. Disse-lhes Jesus: Estou a tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido Felipe? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” (Jo. 14:8-9). Se só se chega ao Pai através de Jesus Cristo, e por isso Ele é a porta (Jo. 10:9), como no Velho Testamento os homens tinham acesso a deus diretamente, sem ser através de Cristo? Quem vai a deus  diretamente, encontra um impostor, pois o Deus verdadeiro só pode ser encontrado em Jesus Cristo, o autor e consumador da fé.
  5. O apóstolo João revela que Deus é luz, e não há nele trevas nenhumas (1 Jo. 1:5). Jesus, para revelar o Pai, disse: “Eu sou a luz que vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça em trevas” (Jo. 12:46). Vendo a luz, os homens creram em Deus. Que luz é essa? Das boas obras. Se o Pai é luz, e nele não há trevas, como Jeová veio antes de Jesus, e manifestando-se em trevas? “E Moisés se chegou às trevas, onde Jeová estava” (Ex. 20:21). Jeová estava no monte Sinai ditando a lei, e havia trevas, fogo, escuridão e tempestade (Hb. 12:18; Dt. 4:11-12; 5:22-24). Jeová, se fosse o Pai, deveria se manifestar em luz e não em trevas, o que não aconteceu, mas veio antes de Jesus para confundir e enganar. Por isso Israel estava em trevas (Is. 9:2; Sl. 107:10-11; Is. 59:9-10).
  6. A herança dos filhos de Deus não é na terra, mas no céu. “Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus” (2 Co. 5:1). “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para  uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável, e que se não pode murchar, guardada nos céus para vós” (1 Pd. 1:3-4). Paulo se refere ao assunto da seguinte forma. “E o Senhor me livrará de toda a má obra, e guardar-me-á para o seu reino celestial” (2 Tm. 4:18). Se a nossa herança não é na terra, mas no céu, porque Jeová nada falou no Velho Testamento sobre esse reino? Por que prometeu só coisas terrenas, como descendência carnal, ouro, prata, poder, vitória nas guerras, e por último um reino neste mundo? Se Jeová fosse o Pai, o seu povo teria dois destinos e duas heranças, e assim Deus teria duas promessas. Uma no abismo e outra no céu. A verdade é que para os de Jesus Cristo a herança não é  na Terra. A Terra é a herança dos que voltam ao pó como lemos  em Isaías 65:1725.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

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