(186) – OS BRUTOS – I

OS BRUTOS – I

 

 

Jeová era excessivamente severo com os povos da antigüidade. E não somente com os povos, mas também com os indivíduos. No êxodo de Israel, destruiu os exércitos de  Faraó no Mar Vermelho, e com essa façanha declarou que foi glorificado (Ex. 14:17). Essa forma de ser glorificado revela um certo prazer na destruição daqueles que ele próprio, com o seu poder divino os tornou maus (Sl. 105:23-25). Jeová era contra todos os povos para destruir. Era contra  os amonitas (Ez. 25:2-5). Contra os moabitas(Ez. 25:8-11). Contra os edomitas, descendentes de Esaú, filho de  Isaque (Ez. 25:12-14). Contra os filisteus (Ez. 25:15-17). Contra Tiro (Ez. 26 e 27). Contra Sidon (Ez. 28:21-23). Mil anos depois de Moisés, continuava contra o Egito (Ez. 29:1-9). Era contra os Assírios (Is. 14:24-27). Contra os Caldeus da Babilônia (Is. 21 e 13:17-22).Todas as profecias dirigidas aos povos antigos eram de destruição. Quem lê os três profetas maiores, Isaías, Jeremias e Ezequiel, fica espantado com a fúria destruidora de Jeová, e pergunta: Por que deus era tão duro com todos os povos? A resposta teológica é: Os homens eram brutos, cruéis, pecadores, maus, desobedientes, corruptos e assassinos. Deus não tinha outra forma para tratar.

Vejamos os Assírios, povo que surgiu logo após o dilúvio, e foi o povo que  destruiu o reino de Israel(II Rs. 17:20-21). Era uma nação que praticava a pirataria, pilhando outros povos. Eram cruéis e esfolavam vivos os seus prisioneiros, ou cortavam-lhes as mãos e os pés, o nariz e as orelhas, e vazavam-lhes os olhos. Também arrancavam-lhes as línguas. Degolavam os combatentes adversários e faziam montes de caveiras, tudo para inspirar terror. Os generais vencidos eram atrelados como animais, com um aro preso no lábio inferior. Os condenados à morte eram enforcados, ou decapitados, emparedados vivos ou esquartejados. Eram bárbaros os assírios, verdadeiras máquinas de matar. Eram realmente brutos. Pois saibam todos os cristãos e os não cristãos que os assírios eram usados por Jeová para matar, oprimir e destruir. Isaías o declara: “Eis que Jeová fará vir sobre eles as águas do rio, fortes e impetuosas, isto é, o rei da Assíria, com toda a sua glória; e subirá sobre os seus leitos e transbordará por todas as suas ribanceiras, e passará a Judá, inundando- o” (Is. 8:7-8). Os brutos eram servos de Jeová para o mal. E para que o rei da Assíria não se jactasse dos seus feitos gloriando-se das vitórias, Jeová disse: “Porventura gloriar-se-á o machado contra o que corta com ele? Ou presumirá a serra contra o que puxa por ela? (Is. 10:12-15). O bruto não era o rei da Assíria!

Vejamos o rei da Babilônia. Os babilônios eram mais bárbaros do que os Assírios, por isso mesmo os venceram e destruíram. Os judeus cativos na Babilônia declaram: “Aos egípcios estendemos as nossas mãos, e aos assírios, para nos fartarem de pão” (Lm. 5:6). Com esta declaração os judeus confessam que tanto o cativeiro egípcio como o assírio eram menos pesados. Na Babilônia, os escravos tinham domínio sobre os judeus (Lm. 5:8). Eles clamavam dizendo: “Nossa pele se enegreceu como um forno, por causa do ardor da fome. Forçaram as mulheres em Sião, as virgens nas cidades de Judá” (Lm. 5:10-11). Os babilônicos não tinham noção de moral. Milita era Deusa da Fecundidade, e as moças ofereciam a virgindade a essa deusa. A virgem ia ao templo, e lá ficava à disposição dos sacerdotes ou estranhos, que as possuíam mediante pagamento. Era a prostituição sagrada. Uma mulher casada podia ir ao templo por um período, e lá se entregava a qualquer que passando, lhe dissesse: Em nome de Milita, eu te desejo. Passado o período determinado, a mulher voltava ao lar. Também, cada família era obrigada a ceder para o templo no mínimo uma filha. E Nabucodonosor foi um dos reis da Babilônia, o mais cruel e poderoso conquistador.Os babilônicos ou caldeus eram cruéis e devassos. Pois Jeová disse que Nabucodonosor era seu servo, e por isso ia lhe entregar todas as nações da terra, afirmando, que esse bruto, o rei Nabucodonosor lhe agradava aos olhos (Jr. 27:5-6).

E mais, Jeová garantiu que, se alguma nação não pusesse o pescoço debaixo das leis de Nabucodonosor, rei de Babilônia, ele mesmo, Jeová, destruiria a tal nação pela espada, pela fome e pela peste (Jr. 27:8). O rei dos leões, o leão mais forte, e o rei e senhor dos brutos é mais bruto que os brutos.

Os babilônicos foram destruídos pelos medos. E os medos eram tão cruéis e brutos que Isaías diz:“Farei estremecer os céus, e a terra se moverá do seu lugar, por causa do furor de Jeová dos exércitos, e por causa do dia da sua ardente ira” (Is. 13:13). “Todo o que for achado será traspassado; e todo o que for apanhado, cairá à espada. E suas crianças serão despedaçadas perante os seus olhos; e suas casas serão saqueadas, e suas mulheres violadas. Eis que eu despertarei contra eles os medos, que não farão caso da prata, e nem do ouro. Os seus arcos despedaçarão os mancebos, e não se compadecerão do fruto do ventre; o seu olho não poupará os filhos, e Babilônia, o ornamento dos reinos, a glória e a soberba dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando Jeová as transtornou” (Is. 13:15-19). E sabem o que Jeová falou desses brutos, assassinos de crianças no colo das mães? “Já dei ordem aos meus santificados; sim, já chamei os meus valentes para a minha ira” (Is. 13:3). Os cruéis e destruidores medos, matadores de mães com criancinhas de peito, eram os santificados de Jeová quando matavam. E por que eram os santificados de Jeová? Porque eram usados por Jeová para destruir a Babilônia. Jeová usa os brutos, e assim é o autor das brutalidades, pois quando Davi ordenou a Joabe que levasse Urias para a frente da batalha, a fim de que morresse pelas mãos dos filhos de Amom, Jeová acusou Davi como matador de Urias. Assim também, ao usar aqueles reis brutos para destruir e matar, era Jeová que matava e destruía, e assim não eram eles os brutos, mas quem os conduzia.

Não cabe, portanto, a explicação de que Jeová era matador e destruidor dos brutos, porque não havia outro jeito. Os brutos, sendo servos de Jeová, eram cultivados por ele na brutalidade. Um dos mais brutos foi Ciro, fundador do Império Persa. Este rei matador, executava impiedosamente os adversários vencidos num verdadeiro rio de sangue. Numa guerra contra os messegetas, Ciro matou o filho da rainha Tomyris. E esta, por vingança organizou um exército com o qual derrotou Ciro, o Persa, degolando-o. O pintor Rubens, em 1622, retratou num quadro, um servo da rainha Tomyris dando um banho de sangue na cabeça de Ciro para cumprir a promessa de vingança por causa do filho morto. Pois este rei sanguinário declara que Jeová lhe deu todos os reinos da terra (II Cr. 36:23). E Jeová chama Ciro de pastor ungido, isto é, pastor e messias (Is. 44:28; 45:1). Graças a Deus, o Pai, nada teve a ver com aqueles brutos, como nos diz Paulo, o apóstolo em Atos 14:16.

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

 

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