(185) – O MUNDO

O MUNDO

 

O que é o mundo? Mundo é o gênero humano. Mundo são as gentes. Mundo são as coisas que os homens pensam, sentem e realizam. Mundo são os sonhos, anseios, vaidade e paixões dos homens e das mulheres. Mundo é o que a maioria pensa e vive. Mundo é o que um povo vive, independentemente, apesar da lei. Mundo é o conjunto de princípios e fenômenos, considerados como um todo; o mundo da fantasia. A vida secular.

O Novo Testamento condena o mundo. “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo” (I Jo. 2:15-16). O apóstolo João fala da parte de Deus Pai, e cheio do Espírito Santo, dizendo que o amor com que os homens amam o mundo não vem do Pai. Em outras palavras, se alguém tem o amor do Pai, não ama o mundo. Amar o mundo é ser seduzido por três coisas: concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e soberba da vida.

Tiago, na sua epístola universal, exorta aos que admiram este mundo, dizendo; “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade deste mundo é inimizade contra Deus? Portanto qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tg. 4:4). Tiago está esclarecendo que este mundo é contrário e inimigo de Deus, e é nocivo para o homem. O sistema que rege este mundo é mau e perverso. João declara que este mundo está no maligno. A tradução melhor é, jaz no maligno, isto é, está caído, subjugado, morto (I Jo. 5:19).

Agora vejamos o que Jesus diz sobre este mundo: “O mundo não vos pode aborrecer, mas ele me aborrece a mim, portanto dele testifico que as suas obras são más” (Jo. 7:7). E Jesus faz uma terrível declaração para os Judeus. “Vós sois de baixo, eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo” (Jo. 8:23). Com esta declaração Jesus revela que nada tem a ver com este mundo, isto é, o mundo é estranho para ele, e também para o pai, pois ambos são um, isto é, o que um diz, o outro também diz. O que um faz o outro também faz. Como dissemos, o mundo é estranho para Jesus e o Pai, mas não o é para Satanás, que, seguro de si, falou a Jesus, tentando-o, ao lhe mostrar num momento de tempo todos os reinos do mundo, e dizendo: “Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua gloria, porque a mim me foi entregue, e dou a quem quero; portanto, se tu me adorares, tudo será teu” (Lc. 4:6-7). Jesus não desmentiu Satanás, e assim fica provado que este mundo com seus reinos, suas glórias, sua ciência, seus deleites, suas riquezas, enfim, tudo vem do dono, isto é, de Satanás.

Quando Jesus foi preso, e levado a Pilatos, este lhe perguntou: “Tu és rei dos Judeus?” (Jo. 18:33).Jesus, respondendo, declarou: “O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos Judeus” (Jo. 18:36). Fica assim bem claro que para Jesus e o Pai, este mundo é totalmente estranho. Jesus nada tem a ver com este mundo, e como veio para fazer a vontade do Pai, o mundo é totalmente estranho também para o Pai. Este mundo só não é estranho para Satanás e para Jeová. Leiamos a Escritura Sagrada.

  1. “De Jeová é a terra e a sua plenitude; o mundo e aqueles que nele habitam” (Sl. 24:1). Tiago diz que amar o mundo é uma forma de adultério (Tg. 4:4). João fala que quem ama o mundo afasta-se de Deus (I Jo. 2:15-16), e Davi afirma  que o mundo e todos os seus habitantes são de Jeová? As coisas não casam.
  2. Jesus tira os discípulos do mundo. “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os aborreceu, porque não são do mundo, assim eu não sou do mundo” (Jo. 17:14). O mesmo Jesus afirma que as obras do mundo são más (Jo. 7:7); e  Jeová põe o mundo no coração dos homens? “Tudo fez formoso ao seu tempo; também pôs o mundo no coração deles” (Ecl. 3:11). Jeová põe no coração dos homens as coisas de Satanás? Jeová está com Jesus ou com Satanás?!
  3. 3)   Jesus respondeu a Pilatos que o seu reino não é deste mundo, mas Jeová é o rei deste mundo. “Jeová é o rei de toda a terra; cantai louvores com, inteligência. Jeová reina sobre as nações” (Sl. 47:7-8).
  4. 4)   O apóstolo João afirma que este mundo vai passar, com suas concupiscências (I Jo. 2:17). E Jeová reina sobre as nações, e declara que o mundo se firmará para que não se abale (Sl. 96:10). No Salmo 93:1 lemos: “Jeová reina; está vestido de majestade. Jeová se revestiu e cingiu de fortaleza; o mundo também está firmado e não poderá vacilar”. E continua: “Trema perante ele, trema toda a terra; pois o mundo se firmará, para que não se abale” (I Cr. 16:16-30). “Dos homens, com a tua  mão, Jeová, dos homens do mundo, cuja porção está nesta vida, e cujo ventre enches do teu tesouro oculto; seus filhos estão fartos, e estes dão os seus sobejos as suas crianças” (Sl. 17:14). Este Salmo deixa claro que os filhos deste mundo são de Jeová, e abençoados fartamente. Jeová prometeu libertar seu povo setenta anos depois do cativeiro babilônico (Jr. 29:10). Passados os setenta anos, Jeová levantou o Messias. Quem era o Messias levantado por Jeová, e que garantiu a reconstrução de templo de Jerusalém, e o reparo da cidade e dos muros para o retorno do povo, coisa que não aconteceu? O messias foi Ciro, o rei dos persas, povo de religião mazdeista, a religião de Zoroastro, ou zaratustra, a religião dos magos. Ciro foi un rei sanguinário, sem parentesco nenhum com o povo Judeu. Isaías assim falou da parte de Jeová: “Sou eu quem confirma a palavra do seu servo, e cumpre o conselho dos seus mensageiros; quem diz a Jerusalém: Tu serás habitada, e as cidades de Judá: Sereis reedificadas, e eu levantarei as suas ruínas; quem diz a profundeza: Seca-te, e eu secarei os teus rios; Quem diz a Ciro: É meu pastor, e cumprirá tudo o que me apraz; dizendo também a Jerusalém: Sê edificada; e ao templo: Funda-te” (Is. 44:26-28). “Assim diz Jeová ao seu Messias, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as nações, diante de sua face; eu soltarei o lombo dos reis, para abrir diante deles as portas” (Is. 45:1). Ciro declara que quem lhe deu todos os reinos da terra foi  Jeová, e também o encarregou de edificar o templo (II Cr. 36:22-23). Quarenta anos antes, Jeová tinha entregado todos os reinos do mundo na mão de Nabucodonosor, seu servo, que lhe agradava aos olhos (Jr. 27:5-8). E declarou que se alguma nação não pusesse o pescoço debaixo do jugo do rei da Babilônia, o próprio Jeová destruiria o tal povo pela fome, pela espada, e pela peste. Isto aconteceu no ano 587  A. C. Menos de setenta anos depois, Jeová entregou todos os reinos do mundo a Ciro, o persa. Depois deu para os Gregos, e depois para os romanos. O problema de Jeová, é que ele é o rei deste mundo, como mostramos acima. E, se é o rei deste mundo, é também o deus deste mundo, que cega o entendimento dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do Evangelho da glória de Cristo (II Co. 4:4). Isto não é novidade, pois foi  Jeová que cegou  Israel para que se não convertesse e assim ser sarado (Is. 6:10). E Jesus declara que  Jeová cegou Israel para que não crer no Evangelho. “E, ainda que tinha feito tantos sinais diante deles, não creram nele; para que se cumprisse a palavra do profeta Isaias que diz: Senhor, quem creu na nossa pregação? E a quem foi revelado o braço de Senhor? Por isso não podiam crer, pelo que Isaías disse outra vez: Cegou-lhes os olhos, e endureceu-lhes o coração, afim de que não vejam com os olhos, e compreendam no coração, e se convertam, e eu os cure” (Jo. 12:37-40).  Isaías disse isto quando viu a sua glória, e falou dele (Jo. 12:37-41).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

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