OS DOIS SENHORES
“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom” (Mt. 6:24). Com esta frase Jesus assegura que existem dois senhores. E o falso tem tanto poder como o verdadeiro, ou mais. Não se vê ninguém correndo atrás de Deus numa cidade, mas todos correm atrás do dinheiro. Existem grandes Igrejas, mas todas servindo a Mamom. E os cristãos cegos, aprendem nessas Igrejas a servir Mamom. Esse povo todo está servindo a dois senhores, pois vai à Igreja com o fim de ficar rico, e afirma que é salvo por Jesus Cristo. É óbvio que há Igrejas boas, e só Jesus sabe quais são.
Quando Paulo afirma que há um só Senhor, exclui Mamom. “UM SÓ SENHOR, UMA SÓ FÉ, UM SÓ BATISMO” (Ef. 4:5). Acontece que Jesus Cristo não era Senhor antes da crucificação, morte e ressurreição. Leiamos o texto de Paulo. “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz. Pelo que, Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Fl. 2:5-11). Jesus, antes da cruz, não era nem príncipe nem Salvador. Pedro declarou: “O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, ao qual vós matastes, suspendendo-o no madeiro. Deus, com a sua dextra o elevou a príncipe e salvador, para dar a Israel o arrependimento e remissão dos pecados” (At. 5:30-31). O mesmo Pedro afirma que Jesus, antes da cruz, não era Senhor nem Messias. “Saiba pois com certeza toda a casa de Israel que a este Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo (Messias)” (At. 2:36).
Jesus não era Senhor e Salvador no Velho Testamento, de acordo com os textos acima citados, mas Jeová era. “Eu sou Jeová, e fora de mim não há salvador” (Is. 43:11; 45:21). Jesus não era Juiz no tempo em que Jeová era. Leiamos o que o apóstolo Pedro escreveu: “A este, ressuscitou Deus ao terceiro dia, e fez que se manifestasse, não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus antes ordenara; a nós, que comemos e bebemos juntamente com ele, depois da ressurreição dos mortos. E nos mandou pregar ao povo, e testificar que ele é o que por Deus foi constituído Juiz dos vivos e dos mortos” (At. 10:40-42). Em referencia a Jeová citamos: Sl. 94:1-2; 75:7; 50:6; Gn. 18:23-25. Jeová não foi elevado ao cargo de juiz, mas declara que sempre foi. Se Jesus foi constituído, houve tempo em que não era, logo são dois personagens de dois cenários diferentes. O Velho e o Novo Testamento. Pois bem. O deus do ouro e da prata sempre foi Jeová, pois ele mesmo o declara. “Minha é a prata e meu é o ouro, disse Jeová dos exércitos” (Ag. 2:8).
A palavra Mamom quer dizer riqueza, no Grego. E foi Jeová que tirou de Labão, sogro de Jacó, as riquezas, e as deu a Jacó (Gn. 31:16). Moisés declara que é Jeová quem dá poder para se adquirir riqueza (Dt. 8:18). Jó declara que Jeová é o deus das riquezas materiais. “Se te converteres ao Todo Poderoso, serás edificado; afasta a iniquidade da tua tenda. Então amontoarás ouro como pó, e o ouro de ofir como pedras dos ribeiros. E até o Todo Poderoso te será por ouro, e por prata amontoada. Porque então te deleitarás no Todo Poderoso, e levantarás o teu rosto para Deus” (Jó. 22:23-26).
Jeová aprova o saque. Seu povo Israel guerreava com outros povos, e os saqueava com a bênção de Jeová. Josué falou ao povo, depois que entrou em Canaã: “Voltai-vos às vossas tendas com grandes riquezas, e com muitíssimo gado, com prata, e com ouro, e com metal, e com ferro, e com muitíssimos vestidos, reparti o despojo de vossos inimigos” (Js. 22:8). Davi, o grande rei, sobre este assunto, assim se expressou: “Riquezas e glória vêem de diante de ti” (I Cr. 29:12). Jeová confirmou o reino na mão de Jeosafá; e teve riquezas e glória em abundância (II Cr.17:5). De onde vinha a riqueza que Jeová deu a Jeosafá? Do saque. “E vieram Jeosafá e o seu povo para saquear os seus despojos, e acharam neles fazenda e cadáveres em abundância, assim como vasos preciosos, e tomaram para si tanto, que não podiam levar mais; e três dias saquearam o despojo, porque era muito” (II Cr. 20:25). E aquele lugar foi chamado, o vale de Beraca, cuja tradução é, vale da bênção (II Cr. 20:26).
Ana, mulher de Elcana cantou profeticamente, dizendo: “Jeová empobrece e enriquece, abaixa e também exalta” (I Sm. 2:7). Salomão declarou: “O rico e o pobre se encontraram; a todos os fez Jeová” (Pv. 22:2).
O deus das riquezas do Novo Testamento é Mamom, e o deus das riquezas do Velho Testamento é Jeová. Qualquer cego pode ver que Jeová e Mamom são a mesma pessoa, pois Mamom não existia no Velho Testamento, e Jeová afirma que não há outro deus agindo com ele (Dt. 32:39). Pela boca de Isaías Jeová afirma que fora dele não há deus (Is. 45:5). Mas Paulo declara que há um outro, dizendo:“O deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos” (II Co. 4:4).
O fato é que Jesus não está associado nem a Jeová e nem a Mamom, pois nasceu pobre, viveu pobre, e afirmou que o evangelho é para os pobres (Mt. 11:5). E mandou um rico que queria ir para o céu vender tudo o que tinha e distribuir entre os pobres (Mt. 19:16-24). Um outro que queria ficar muito rico, Jesus chamou de louco e condenou à morte (Lc. 12:16-21). Um outro rico que não teve caridade com um pobre, morreu e foi para o inferno, pois era adorador e servo de Mamom. Uma coisa é clara no Novo Testamento: Jesus não proíbe a riqueza, mas adverte que o seu veneno é mortal.
Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira