O DEUS INVISÍVEL – 2
Como será Deus? Parecido com um anjo ou com um homem? É jovem ou um ancião de cabelos brancos e vestes talares? É preto ou branco? É alegre ou carrancudo? É Deus de paz ou de guerra? Como será a sua aparência? Ele se manifesta aos homens sentado num glorioso trono de ouro ou numa estrebaria coberto de panos velhos? Paulo responde esta indagação: “Ora, ao rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus seja honra e glória para todo o sempre. Amém” (I Tm. 1:15). Pelas palavras de Paulo, Deus não é alto ou baixo, velho ou moço, severo ou magnânimo, branco ou preto, homem ou mulher. DEUS É INVISÍVEL. E Paulo ainda diz mais: “Aquele que tem, ele só, a imortalidade, e habita na luz inacessível; A QUEM NENHUM DOS HOMENS VIU NEM PODE VER JAMAIS; ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém” (I Tm. 6:16). Nem Abraão viu (Gn. 17:1). Nem Moisés viu (Ex. 33:21-23). Nem Isaías viu (Is. 6:1-3). Nem Ezequiel viu (Ez. 8:2-4). DEUS É INVISÍVEL, POR ISSO NÃO PODE SER VISTO POR NINGUÉM, NEM ANJOS, NEM HOMENS, NEM PROFETAS.
Alguém vai perguntar: Em Ap. 22:4 está escrito que os salvos verão a face de Deus? O texto se refere a Jesus Cristo, e não ao Pai, É preciso ler os versos 2 e 3. Outro cristão vai citar At. 7:55. Este texto se refere à glória de Deus e não à sua forma.
O apóstolo João nos esclarece o assunto dizendo que Deus nunca foi visto por ninguém, e só pode ser conhecido através de Jesus (Jo. 1:18). Jesus mesmo, num diálogo com os fariseus, declarou: “Não me conheceis a mim, nem a meu Pai: se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai” (Jo. 8:19). Deus não pode ser visto ou conhecido a não ser através de Jesus. Qualquer anjo que aparecesse fazendo prodígios para enganar o povo de Israel seria falso, pois não foi Deus que desceu do céu para revelar o Filho aos homens, mas foi Jesus que desceu para revelar o Pai, seu amor e sua obra, por isso disse: “E o Pai, que me enviou, ele mesmo testificou de mim. Vós nunca ouvistes a sua voz, nem vistes o seu parecer” (Jo. 5:37). Como explicar que foi o Pai que enviou o Filho? Na carta aos Hebreus, lemos:“Olhando para Jesus, autor e consumador da fé” (Hb. 12:2). Isto quer dizer que o Filho é o autor do projeto, e o Pai concordou e o enviou.
Podemos agora entender as palavras do apóstolo Pedro, que declarou: “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (At. 4:12). Pedro está ensinando que Deus não salva ninguém. Não adianta invocar o nome de Deus, pois foi Cristo que morreu na cruz em lugar do pecador. Pedro mais uma vez esclarece o assunto:“Levando ele mesmo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas pisaduras fostes sarados” (I Pd. 2:24). E Paulo nos diz: “De forma que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou soberamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome: para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na Terra, e debaixo da Terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Fl. 2:5-11). Ninguém deve ajoelhar-se diante de Deus, pois isto de nada lhe valerá, pois Jesus declarou: “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo. 14:6). “E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho” (Jo. 14:13). Jesus é o caminho para o Pai (Jo. 14:6), Jesus é a porta para o Pai (Jo. 14:6, 9). É soberba querer chegar ao Pai diretamente. João nos ensina: “Qualquer que nega o Filho, também não tem o Pai; e aquele que confessa o Filho, tem também o Pai” (I Jo. 2:23). Se Deus fosse cabeça do homem, este poderia ir diretamente a Deus em oração, mas Deus é cabeça só de Jesus Cristo, e Jesus é cabeça de todo varão (I Co. 11:3).
Quando Jesus disse: “EU E O PAI SOMOS UM” (Jo. 10:30), Jesus está revelando que fora dele não há Deus. Quem vê a Cristo vê ao Pai. Quem ouve a Cristo, ouve o Pai; quem conhece a Cristo conhece o Pai. Deus, o Pai, está em Cristo, e não fora de Cristo. Quando Jesus disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida, Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo. 14:6), Filipe, assustado com estas palavras, falou a Jesus: “Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta” (Jo. 14:8). Jesus respondeu: “Estou a tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim, vê ao Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras, que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. Crede-me que eu estou no Pai, e o Pai está em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras” (Jo. 14:8-11). Deus, o Pai, não está no Velho Testamento, e nem no Novo Testamento; Deus está em Cristo. Conhecer a Cristo é conhecer o Pai. “Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto” (Jo. 14:7). Quem olha para Cristo vê o Pai (Jo. 14:9). Quem ama a Cristo, ama o Pai. “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada” (Jo. 14:23). Deus Pai é conhecido na graça de Cristo (II Co. 8:9). É conhecido no Espírito de Cristo (Rm. 8:9).
Deus é visível em Cristo, isto é, em Cristo, Deus deixou de ser invisível. “Dando graças ao Deus Pai que nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a redenção dos pecados; O QUAL É A IMAGEM DO DEUS INVISÍVEL, E PRIMOGÊNITO DE TODA A CRIAÇÃO” (Cl. 1:12-15). Na carta aos hebreus lemos. “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o resplendor de sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se a dextra da majestade nas alturas” (Hb. 1:1-3).
Autoria: Pastor Olavo S. Pereira