OS IMUNDOS II
Perguntas difíceis de responder:
- Por que as crianças têm faro aguçado pelas coisas erradas e resistem em fazer as coisas certas?
- Por que as crianças tendem com mais facilidade para o mal e não para o bem?
- Por que as crianças são em geral desobedientes?
- Por que as crianças escondem dos pais as coisas erradas que fazem?
- Porque os adultos são em geral, escravos do mal que aprenderam na infância?
Jeová exigia santidade na vida dos sacerdotes e também na vida do povo. “Santos sereis, porque eu, Jeová vosso deus, sou santo”(Lv. 19:2; 20:7, 26).
Se algum israelita pecasse qualquer pecado, ia ao sacerdote, no templo com os animais; um para sacrifício e outro, para holocausto. O sacerdote oferecia a Jeová os animais sobre o altar, e o pecado era perdoado (Lv. 4:27-35).
Quanto aos imundos, lemos na carta aos hebreus: “Porque, se o sangue dos touros e dos bodes, e a cinza de uma novilha espargida sobre os imundos, os santifica, quanto a purificação da carne” (Hb. 9:13). A imundícia estava mais fortemente ligada ao sexo. Em Lv. 15:16-17 lemos que a semente da cópula do homem é imunda. Também o sangue da menstruação da mulher era imundo (Lv. 12:1-4). A criança nascia imunda (Jó 15:14; 25:4). Era um “show” de imundícia (II Pd. 2:10).
Os israelitas, entretanto, eram santificados e purificados pelos sacrifícios da lei (Hb. 9:13). Se eram santificados e purificados através do sacrifício da expiação, e do holocausto, onde a vítima era totalmente queimada no altar, por que a cópula continuava imunda? Por que a semente da cópula do homem e ovulação menstrual da mulher continuam imundas? Por que, após o sacrifício para purificação as crianças nasciam imundas? A RESPOSTA É : Porque foram criados imundos. Toda a carne antes de Jesus Cristo, era imunda, pois era de natureza imunda. Paulo afirma que a carne e o sangue são corrupção em I Co. 15:50. Jesus declara que a carne, para nada serve em Jo. 6:63. Paulo também declara, que para pertencer a Cristo, a carne tem de ser crucificada. “Os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências” (Gl. 5:24). Todos, fora da cruz, são imundos. Quando Jesus dizia: “Quem quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me” (Mt. 16:24), estava esclarecendo aos discípulos, que a carne é imunda e podre, e inimiga da nossa alma. “Abstende-vos das concupiscências carnais, que combatem contra a alma” (I Pd. 2:11). Paulo confessou: “Porque também nós, em outro tempo, éramos insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros” (Tt. 3:3).
É preciso lembrar que nenhuma concupiscência vem do Pai. “Tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade do Pai permanece para sempre” (I Jo. 2:16-17). A vontade do Pai é outra: “No tempo, que vos resta na carne, não vivais mais segundo as concupiscências dos homens, mas segundo a vontade de Deus” (I Pd. 4:2).
Ora, Adão e Eva foram vestidos de carne pelas mãos de Jeová (Gn. 2:21-23). “De pele e de carne me vestiste, e de ossos e nervos me entreteces- te” (Jó 10:11). E a carne é tão imunda, que a roupa se torna imunda pelo contato com a carne (Jd. 23). Até a lei de Jeová ficou enferma por causa da carne (Rm. 8:3).
A obra de Jesus na cruz foi tão poderosa e gloriosa, o seu sacrifício foi tão eficaz, que foge a nossa percepção! Pedro, o apóstolo, confessou: “Vi o céu aberto, e descia um vaso, como se fosse um grande lençol atado pelas quatro pontas, e vindo para a terra, no qual havia de todos os animais, quadrúpedes e répteis da terra, e aves do céu. E foi-me dirigida uma voz: Levanta-te, Pedro, mata e come. Mas eu disse: De modo nenhum Senhor, porque nunca comi coisa alguma comum ou imunda. E segunda vez lhe disse a voz: Não faças tu comum o que Deus purificou” (At. 10:11-15). Pedro, em obediência, foi pregar o evangelho na casa do centurião Cornélio, o gentio romano, e ao chegar disse: “Vós bem sabeis que não é lícito a um varão judeu ajuntar-se ou achegar-se a um estrangeiro; mas Deus mostrou-me que a nenhum homem chame comum ou imundo” (At. 10:28). Os judeus se consideravam santos, e aos demais povos tinham por imundos; e Deus, pelo sacrifício de Cristo na cruz purificou todas as raças, e Pedro não tinha olhos para ver a obra de Jesus. “Jesus é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” (I Jo. 2:2). “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados” (II Co. 5:19). Para Deus, o Pai, não há mais imundos, nem partos imundos, nem crianças imundas.
Se não há mais partos imundos, por que Paulo afirma que há crianças imundas? “Se algum cristão tem mulher descrente, e ela consente em habitar com ele, não a deixe, e se alguma mulher cristã tem marido descrente e ele consente em habitar com ela, não o deixe, porque o marido descrente é santificado pela mulher crente, e a mulher descrente é santificada pelo marido crente; doutra maneira vossos filhos seriam imundos; mas agora são santos” (I Co. 7:12-14). Paulo, nesta passagem ensina que, quando o descrente consente em habitar com o crente, apoia a fé do crente em Cristo. Quando não consente, é porque não crê, e neste caso anula a obra de Cristo na cruz, e assim permanecem todos imundos dentro do Velho Testamento de Jeová.
Cabe, neste assunto, uma tremenda reflexão. O esperma de homem é naturalmente imundo (Lv. 15:16; 22:4). A menstruação da mulher é também imunda (Lv. 15:19). A cópula honesta é imunda (Lv. 15:18). A criança nasce imunda (Lv. 12:1-7). Note-se que o homem fica imundo quando sai a semente de cópula. A mulher também. O filhinho tem de ser circundado para deixar de ser imundo. Se o homem foi criado com semente imunda, se a carne da qual o homem foi feito é imunda (II Pd. 2:10), pode um ser imundo ser criado à imagem e semelhança de um deus santo? Mas no Novo Testamento, o sacrifício de Cristo santificou os homens, e o leito fica sem mácula (Hb. 13:4). Agora o homem pode ser à imagem do Deus Pai (Cl. 3:8-10).
Autoria: Pastor Olavo S. Pereira