O Velho Testamento abrange sete pontos principais, a saber:
- A eleição da descendência de Abraão como povo eleito — “E farte-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção” (Gn.12:2). “Olha agora para os céus, e conta as estrelas, se as pode contar. E disse-lhe: Assim será a tua semente” (Gn.15:5).
- A terra de Canaã como herança eterna — “Te darei a ti, e a tua semente depois de ti, a terra das tuas peregrinações; toda a terra de Canaã em perpétua possessão, e ser-lhe-ei o seu deus” (Gn.17:8).
- A lei de Jeová, dada por Moisés, o mediador de Jeová (Gl.3:19) — No concerto da lei estavam incluídos, o sacerdócio levítico; os sacrifícios da lei; as tábuas da lei com os dez mandamentos, e os estatutos e juízos. E são cinco os livros da lei: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio — esses livros são chamados de Pentateuco e são a Torá do povo hebreu. Os sacerdotes ministravam a lei (Ml.2:4-7).
- O pacto da circuncisão carnal feito com Abraão — “Será circuncidado o nascido em tua casa, e o comprado por teu dinheiro; e estará o meu concerto na vossa carne por concerto perpétuo. E o macho com prepúcio, cuja carne do prepúcio não estiver circuncidada, aquela alma será extirpada dos seus povos; quebrantou o meu concerto” (Gn.17: 13-14).
- Uma linhagem real para assentar no trono do reino de Jeová — “E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo” (Ex. 19:6). “Não quebrarei o meu concerto, não alterarei o que saiu dos meus lábios. Uma vez jurei por minha santidade que não mentirei a Davi. A sua descendência durará para sempre, e o seu trono será como o céu perante mim” (Sl.89:34-36). Essa linhagem é carnal e não espiritual, pois Paulo diz: “Acerca de seu Filho, que nasceu da descendência segundo a carne, declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de Santificação, pela ressurreição dos mortos – JESUS CRISTO NOSSO SENHOR” (Rm.1:3-4).
- As bênçãos e as maldições — Bênçãos para os que guardam fielmente as leis e os estatutos de Jeová, e infinitas maldições para os que quebrantam a lei. Essas bênçãos e maldições são materiais e terrenas, e estão especificadas nos capítulos 27 e 28 do livro de Deuteronômio.
- A vingança do concerto — “Se andardes contrariamente para comigo eu também convosco andarei contrariamente, e eu, mesmo eu, vos ferirei sete vezes mais por causa dos vossos pecados, porque trarei sobre vós a espada, que executará a vingança do concerto; e ajuntados estareis nas vossas cidades; então enviarei a peste entre vós, e sereis entregues na mão do inimigo.” (Lv.26:23-25).
O Velho Testamento foi feito por Jeová com Israel, excluindo os outros povos (Dt.14:1-2; Am.3:2).
O Novo Testamento é completamente diferente do Velho, e inclui:
- O sacrifício de Jesus na cruz; sacrifício maldito (Dt.21:22-23) — Os sacrifícios do Velho Testamento agradavam a Jeová (Ex.20:24), mas não agradavam ao Pai de Jesus (Hb.10:4-10). O sacrifício de Jesus na cruz não foi o cumprimento dos sacrifícios da lei de Jeová, mas foi o sacrifício perfeito que anulou os imperfeitos, pois uma coisa imperfeita não pode ser figura de outra perfeita. Foram assim abolidos os sacrifícios do Velho Testamento. Em Hb.9:23, a figura não é o sacrifício, pois era imperfeito; a figura era o tabernáculo (Hb.9:21).
- Foi instituída por Jesus a sua Igreja — Mt.16:18.
- Foi abolida a circuncisão — “Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão nem a incircuncisão tem virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura” (Gl.6:15). Ora, a circuncisão obrigava a guardar toda a lei (Gl.5:1-3). E os tais caíam da graça ficando sem Jesus (Gl 5:4). Os Cristãos estavam desobrigados da lei de Jeová. “O pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça” (Rm.6:14; 7:6).
- Foi instituído um sacerdócio real, e uma nação santa — 1 Pd 2:9. Se o novo sacerdócio, dos gentios, era o real , o levítico não era real, mas ficção. Novela não é real; teatro não é real, mas fantasia, conto, aparência. Tudo o que não permanece não é real . “O homem, nascido de mulher, sai como a flor, e se seca; foge também como a sombra, e não permanece” (Jó 14:1-2). O homem é uma sombra que logo desaparece quando se vai a luz, por isso não é real. Se tiver vida eterna em Cristo, passa a ser real. O sacerdócio levítico foi mudado, logo não era real (Hb.7:12-14).
- A linhagem de Jeová era carnal, e a do Pai é espiritual — “Aquele que não nascer de novo, isto é, nascer da água e do Espírito, não entra no reino de Deus” (Jo.3:3-6). Jeová gerava os filhos carnalmente, por isso disse a Israel no deserto. “Não haverá alguma que aborte, nem estéril na tua terra” (Ex.23:26). Mas João, o apóstolo nos diz: “Mas, a todos os que o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” (Jo.1:12-13; Rm.9:6-8; Rm.5:5-9).
- A herança dos discípulos de Jesus não é na terra, nem em Canaã, mas no céu, por isso Paulo declarou: “O Senhor me livrará de toda a má obra, e guardar-me-á para o seu reino celestial” (2 Tm.4:18). Pedro afirma o mesmo, dizendo que os que ressuscitam com Cristo têm uma herança incorruptível, incontaminável, guardada nos céus para os santos (1 Pd.1:3-4).
- No Velho Testamento, o reino de Jeová era só para os Israelitas (Ex.19:6; Dt.14:1-2; Am.3:2). No Novo Testamento, o reino dos céus está aberto a todos os homens de todas as raças, por isso Jesus disse: “Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda a criatura. Quem crer e for batizado será salvo” (Mc.16:15-16).
CONCLUSÃO: Se o Velho Testamento é necessário para a salvação, os gentios, ignorantes do assunto, teriam de adotá-lo, mas foram desobrigados pelo Espírito Santo (At.15:1-29). Paulo não pregaria contra a circuncisão e a lei (At.21:21-28; Gl.6:15; Rm.6:14; 7:6).
A lei é tropeço para os que a guardam (Rm.9:30-33). A justiça da lei estabelecida por Jeová, não é a justiça do Pai. Se o Velho Testamento fosse útil no plano da salvação, não teria sido abolido por Cristo (2 Co.3:14). Paulo afirma que foi abolido. Jesus Cristo não é mediador do Velho Testamento (Hb.9:15). O mediador do Velho Testamento foi Moisés (Gl.3:19). Jesus não é o fiador do Velho
Concerto, pois este não era eterno (Hb.8:13; 7:22).
Os mandamentos da lei foram fracos e inúteis, e nada aperfeiçoaram (Hb.7:18-19). A lei de Jeová era enferma pela carne (Rm.8:3), e por isso só aproveita aos carnais (Rm.8:5-9). A lei ressuscita o pecado (Rm.7:9).
O Velho Testamento impõe escravidão aos adeptos (Gl.4:21-26).
Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira