(131) – CONHECENDO O PAI

 

João 1: 18

A missão de Jesus Cristo ao vir a este mundo foi revelar o Pai. Ele disse: “Eu sou o caminho, e a  verdade e a vida.. Ninguém vem ao Pai senão por mim”  (Jo.  14:6). Ao dizer “ninguém vem ao Pai senão por mim” Jesus estava afirmando que nenhum profeta do Velho Testamento revelou o Pai: Só Jesus pode revelar o Pai, pois só Ele conhece o Pai. Dialogando com os fariseus, Jesus lhes falou: “Não me conheceis a mim, nem a meu Pai; se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai”  (Jo. 8:19). Falando com Filipe, disse: “Quem me vê a mim, vê o Pai” (Jo. 14:9). Orando ao Pai em favor dos discípulos, assim se expressou: “Eu lhes fiz conhecer o teu nome” (Jo. 17:26). É impossível conhecer o Pai sem conhecer  a Jesus. Como Jesus não foi manifestado no Velho Testamento, o Pai também não foi (Jo. 8:19). Como Jesus não foi visto no Velho Testamento, também o Pai. Como as obras de Jesus não foram feitas no Velho Testamento, as obras do Pai também não foram feitas, pois Jesus declarou: “O Pai, que está em mim, é quem faz as obras” (Jo. 14:10). Em outra ocasião falou assim: “Tenho-vos mostrado muitas obras boas procedentes de meu Pai; por qual destas obras me apedrejais?” (Jo. 10:32). As obras do Pai, feitas através de Jesus, são as obras do amor, pois Deus é amor (Jo. 4:7-8). As obras vistas no Velho Testamento foram as da vingança, do furor, da ira, da destruição, das maldições, das mortes e condenações de pessoas e povos. Estas obras não são obras do amor, mas do ódio; as obras das trevas e não da luz. Um teólogo explicou que o Pai se revelou no Velho Testamento a Israel mas como eles não O conheceram porque estavam cegos, Jesus veio para lhes abrir os olhos, então O conheceram. O problema é que não conheceram e mataram a Jesus. “Falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para a nossa glória, a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu, porque, se a conhecesse nunca crucificariam o Senhor da glória” (1 Co. 2:7-8).

Vejamos qual é o Deus que Israel conheceu, e quais suas obras. Em primeiro lugar, está claro no Velho Testamento que Jeová fazia questão de ser conhecido, não só por Israel, mas por todas as nações. “E a mim clamarão: Deus meu! Nós, Israel, te conhecemos” (Os. 8:2)“Estende a tua benignidade sobre os que te conhecem” (Sl. 36:10). “Conhecido é Jeová em Judá, grande é o seu nome em Israel” (Sl. 76:1). “Jeová é conhecido nos seus palácios por um alto refúgio” (Sl. 48:3).

Vejamos o método usado por Jeová para ser conhecido. Ele os salvou por amor do seu nome, para fazer conhecido o seu poder. Repreendeu o mar Vermelho e este se secou. Livrou-os da mão daquele que os aborrecia. As águas cobriram o seu adversário; nenhum só deles ficou” (Sl. 106:8-11). Mas Jesus não usou o método das pragas do Egito, e as obras do Pai são as que Jesus fez. Jeová foi conhecido pelas pragas, e não pelo amor como o Pai. Josué, o sucessor de Moisés, declarou: “Jeová vosso Deus, fez secar as águas do mar Vermelho, até que passásseis, para que todos os povos da Terra conheçam a mão de Jeová, que é forte, para que o temais” (Js. 4:23-24)“A geração dos israelitas que entrou em Canaã passou, e a outra geração após deles se levantou, que não conhecia a Jeová; nem tampouco a obra que fizera em Israel” (Jz. 2:10). Fica subentendido que a geração que passou, conhecia a Jeová. A nova geração, que não conhecia o seu furor vingativo, pecou e não andou nos estatutos de Jeová, passando a servir Baal e Astarote, pelo que a ira de Jeová se acendeu contra Israel, e os deu na mão dos roubadores, e os roubaram; e os entregou nas mãos dos inimigos ao redor, e não puderam mais estar em pé diante dos inimigos. Por onde quer que saiam, a mão de Jeová era contra eles para mal (Jz. 2:11-15). Jesus não agiu assim sob a ordem do Pai, mas morreu na cruz para salvar a todos, e para que todos fiquem conhecendo o Pai através do amor de Jesus, e não nas vinganças  de Jeová.

Jeová era conhecido pelas terríveis e impiedosas vinganças. “Exercerei a minha vingança sobre Edom, pela mão do meu povo de Israel; e farão em Edom segundo a minha ira e segundo o meu furor; e conhecerão a minha vingança, diz Jeová” (Ez. 25:14). O Pai é conhecido pelo sacrifício de Cristo, obra do seu amor aos perdidos, e não pelo furor de Jeová. Paulo disse: “Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará com ele todas as coisas?” (Rm. 8:31-32). Se o Pai fosse o mesmo Jeová matador do Velho Testamento, seria injusto e teria duas caras. Jesus morreu na cruz não somente para salvar os perdidos, mas, acima de tudo, para não deixar dúvida alguma que o Pai é amor, um amor imenso, tão grande que excede nossa compreensão. Jeová foi conhecido pelo furor, mas o Pai pelo amor.

Jeová não só foi conhecido pelo seu povo, mas também por todas as nações: “O que fiz, porém, foi por amor do meu nome, para que não fosse profanado diante dos olhos das nações, no meio das quais eles estavam, A CUJOS OLHOS ME DEI A CONHECER A ELES, para os tirar da terra do Egito” (Ez. 20:9). Jeová falando contra Gogue, diz: “E contenderei com ele por meio da peste e do sangue; e uma chuva inundante e grandes pedras de saraiva, fogo, e enxofre farei cair sobre ele, e sobre as suas tropas e sobre muitos povos que estiverem com ele. Assim eu me engrandecerei e me santificarei, E ME FAREI CONHECER AOS OLHOS DE MUITAS NAÇÕES; E SABERÃO QUE EU SOU JEOVÁ” (Ez. 38:22-23). Se Jeová afirma que se deu a conhecer, mas os doutores da religião afirmam que não conheceram, Jeová mentiu ou falou e não conseguiu fazer o que falou. Por outro lado, se o próprio Jeová se fez conhecido sem o concurso de ninguém, e Jesus afirma que só ele pode tornar conhecido o Pai, um dos dois está errado, ou Jeová está comprometendo o Filho Jesus, que disse: “Ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt. 11:27).

Sem a mediação de Jesus, Jeová diz: “Dentre os que me conhecem, farei menção de Raabe e de Babilônia” (Sl. 87:4). Raabe e Babilônia conheciam Jeová quando Jesus ainda não havia revelado o Pai, logo Jeová não é o Pai.

Autoria: Pr. Olavo Silveira Pereira

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