“Porquanto, o que era impossível à lei, visto que estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho, em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne” (Rm.8:3).
“Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna” (Gl.6:8). “Porque se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis” (Rm.8:13). “Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais, que combatem contra a alma” (1 Pd.2:11). “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas, não herdarão o Reino de Deus” (Gl.5:19-21). Pois Jesus veio em carne. É por isso que ele foi tentado como nós: “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hb.4:15).
Nos primeiros quatro séculos surgiram nove seitas por causa da carne que são:
1. Docetismo – Os docetas criam que Jesus teve carne aparente. Nasceu e morreu só na aparência.
2. Maniqueismo – Fundado por Manés. Misturou a Bíblia com o budismo. Admitia a coexistência eterna de dois princípios: Bem e Mal. Cristo era só humano. O diabo era só matéria (os albigenses adotaram essa doutrina).
3. Arrianos – Fundada por Arrio. Negavam a divindade de Cristo (300 DC).
4. Sabelianismo ou Monarquianismo – Fundado por Sabélio (260 DC). Criam que foi Deus que morreu na cruz, e não Cristo.
5. Macedonianismo – Nega-se a divindade do Espírito Santo.
6. Eutiques – Pregava que as duas naturezas estavam em Cristo, mas a divina deixou de existir por aniquilamento. Por isso é o pai dos monofisitas (ano 400).
7. Donatistas – Atribuíam a eficácia dos sacramentos ao ministrante. Eram os únicos santos (ano 400).
8. Pelágio – O homem se salvaria pelo esforço próprio. Sem auxílio da graça. Salvação pelas obras.
9. Nestorianismo – Cristo ao nascer era só homem. Não era Theotocos, mas tão só Cristotocos. Maria não era mãe de Deus, mas de um homem.
Todas estas teorias estão enquadradas em 1 Jo.4:1-3: “Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus; porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já está no mundo”.
1. Um Cristo divino que habitou na carne como um templo, não sofreu as contingências da carne.
2. O Cristo divino que habitou na carne, escolheu padecer na carne voluntariamente; sem lançar mão da natureza divina.
3. Um Cristo meio a meio – Meio Deus e meio homem. Em um momento padecia e era tratado como homem. Em outro se revelava como Deus.
4. Fez-se carne totalmente: “O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia” (Hb.5:7). “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus” (Fp.2:5-6). “Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, e sendo obediente até a morte, e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Fp.2:7-11).
5. Vamos sair das divagações e entrar na realidade. Cristo é Deus, e se faz carne no corpo do cristão. Há um momento em que o cristão morre e Cristo se apropria do seu corpo. O cristão morre estando vivo e Cristo passa a viver nele.
“Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória” (Cl.3:3-4).
Autoria: Pr. Olavo Silveira Pereira