Nós, os humanos, somos feitos de três partes: corpo, alma e espírito. “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts.5:23). O corpo é feito de carne: “O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos disse são espírito e vida” (Jo.6:63). Isto foi o que Jesus disse.
A carne é inimiga da alma: “Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais, que combatem contra a alma” (1 Pe.2:11). A carne é imunda: “E salvai alguns, arrebatando-os do fogo; tende deles misericórdia com temor, aborrecendo até a roupa manchada de carne” (Jd.23). Paulo diz: “E, agora, digo isto, irmãos: Que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herda a incorrupção” (1 Co.15:50). Foi esta a carne que Cristo tomou: “Porquanto, o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne” (Rm.8:3). “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hb.4:15). Então, a carne, não ajudou Cristo em nada, só atrapalhou. O segundo componente que Cristo tinha, era a alma.
A alma, todos os animais irracionais têm: “Disse eu no meu coração: É por causa dos filhos dos homens, para que Deus possa prová-los, e eles possam ver que são em si mesmos como animais. Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais; a mesma coisa lhes sucede; como morre um, assim morre o outro, todos têm o mesmo fôlego; e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade. Todos vão para o um lugar; todos são pó, e todos ao pó tornarão. Quem adverte que o fôlego dos filhos dos homens sobe para cima, e que o fôlego dos animais desce para baixo da terra?” (Ec.3:18-21). Na alma estão as paixões, movimento da alma. A alma é cega. Ela se comunica com o exterior por meio dos sentidos. O outro componente, o espírito, é onde está o entendimento.
Com o espírito, Cristo venceu todas as tentações. Com o espírito, Cristo discerniu o certo do errado, este, é o Espírito de Cristo: “Vós porém não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (Rm.8:9). O espírito é a vocação. A pessoa se converte, e começa a compor hinos; outros se convertem e vão pregar na rua; outros se convertem e começam a ler desesperadamente a Bíblia e a decorá-la a fim de descobrir mistérios. É o espírito que faz estas coisas. Cristo, quando nasceu, tinha o espírito dele. Quando foi batizado, recebeu o Espírito Santo: “E João testificou, dizendo: Eu vi o Espírito descer do céu como pomba e repousar sobre ele. E eu não o conhecia, mas o que me mandou batizar com água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito, e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo” (Jo.1:32-33). Cristo venceu todas as batalhas com o Espírito dele. Depois, quando foi batizado, recebeu o Espírito Santo. Nós temos que ter o Espírito de Cristo para vencer as batalhas e tentações. Quando somos batizados com o Espírito Santo, a principal função dele é formar o Espírito de Cristo em nós. A diferença entre o Espírito Santo e o Espírito de Cristo, é que o Espírito de Cristo é formado em nós, e o Espírito Santo habita em nós. Quando o Espírito de Cristo é formado em nós, é Cristo habitando em nós. Daí podemos dizer como o apóstolo Paulo: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim” (Gl.2:20).
Autoria: Pr. Olavo Silveira Pereira