Que é peste? É a doença febril, epidêmica e altamente contagiosa, que causa uma grande mortalidade. Os agentes transmissores das pestes são, em geral, os insetos hematófagos, que se alimentam de sangue; moscas, mosquitos, borrachudos, pernilongos, pulgas, percevejos, barbeiros, etc.
A peste bubônica, por exemplo, que dizimou quase toda população européia no século XIV, é produzida pelos ratos de esgoto. O rato, além da peste bubônica transmite o micróbio da disenteria amebiana, da tularemia, da salmonelose, da raiva, e de muitas outras, ao todo 35. Morreram 25 milhões de pessoas, que eram amontoadas em valas comuns, pois não havia tempo para enterrá-las. A peste negra, surgida em 1348, chamada peste atrocíssima, matava de mil a duas mil pessoas por dia. Surgiu no oriente, e por via terrestre invadiu o Turquestão, a Pérsia, a Arábia e a Ásia Menor, antes de chegar à Rússia e à Marselha, Constantinopla, e às cidades italianas de Messina, Siena e Florença. Só em Avinhão houve 150.000 mortos. Ao todo, 25 milhões.
A gripe espanhola de 1918, começava com dor de garganta, febre e fortes dores nas costas. No dia 7/9/1918 apareceu um soldado com a gripe. No dia 18 já haviam 600 e no dia 20 já 1.600 estavam contaminados com o vírus. Esta gripe causou a morte de 548.452 americanos, 500.000 mexicanos, 44.000 canadenses. Depois foi para a África, América do Sul, Labrador, Japão, etc.. Ao final, no mundo todo foram 21 milhões de pessoas.
Hoje, com o avanço da ciência, a descoberta da penicilina e outros medicamentos modernos, as pestes são controláveis. Antigamente, qualquer peste dizimava populações inteiras, homens, mulheres e crianças. Vamos enumerar uma lista de algumas doenças infecciosas:
AS CAUSADAS POR VÍRUS – resfriado, gripe, raiva, poliomielite, febre amarela, sarampo, varíola.
AS CAUSADAS POR BACTÉRIAS – gonorréia, difteria, tétano, febre tifóide, tuberculose, lepra, peste bubônica.
AS CAUSADAS POR PARASITAS – amebíase, malária, doença de chagas, doença do sono, teníase, cisticercose, esquistossomose, ancilostomose.
Estas foram algumas, pois existem às centenas. Pois bem. Lendo as páginas do Velho Testamento, encontramos a seguinte declaração de Jeová a Faraó, rei do Egito, por ocasião do êxodo: “Porque agora tenho estendido a minha mão, para te ferir a ti e ao teu povo com peste, para que sejas destruído da terra” (Ex. 9:15). E isto aconteceu porque Jeová elegeu Israel e rejeitou o Egito, dois povos iguais quanto a prática do mal, mas diferentes no coração de Jeová. Passados 40 anos de peregrinação sem rumo no deserto, tempo este, que Jeová confessa que usou para humilhar e tentar o seu povo, doze espias são mandados para espiar a terra prometida. Na volta, dez deles infamaram a terra (Nm. 13:31-33). O povo todo chorou e murmurou (Nm. 14:1-2), mas Jeová, cheio de ira, esqueceu as promessas feitas, e disse: “Com pestilência os ferirei, e os rejeitarei” (Nm. 14:12). Qual peste? Cóleras mortais? Peste negra? Peste bubônica? Habacuque, o profeta, declara que a peste é uma espécie de bandeira de Jeová: “Adiante dele, ia a peste, e raios de fogo sob seus pés” (Hc. 3:5). Davi enumerou o povo de Israel, incitado pelo próprio Jeová, segundo a narração de Samuel (2 Sm. 24:1). Mas no livro de 1 Crônicas 21:1, lemos que foi Satanás. Jeová condenou a atitude de Davi, que ele mesmo tinha ordenado, e mandou o vidente Gade dizer: Escolhe para ti: “Ou três anos de fome, ou três meses te consumas diante de teus adversários, e a espada de teus inimigos te alcance, ou que três dias a espada de Jeová, isto é, a peste na terra, e o anjo de Jeová destruam todos os termos de Israel” (1 Cr. 21:12). Incrível, a espada de Jesus Cristo é a palavra do Evangelho que cura e salva, mas a espada de Jeová é a peste que destrói e mata. E a peste matou setenta mil homens. “Mandou pois Jeová a peste a Israel; e caíram de Israel setenta mil homens” (1 Cr. 21:14). Setenta mil inocentes, segundo as palavras do mesmo Davi (1 Cr. 21:16-17).
O remédio de Jeová para o pecado de seu povo eram pestes e pragas, e não graça, amor e perdão. Entre as cinquenta maldições lançadas por Jeová, a da peste é uma delas. “Jeová te fará pegar a pestilência, até que te consuma da terra a que passa a possuir” (Dt. 28:21). Jeová era vidrado nas pestes, e vivia repetindo ameaças. “Porque trarei sobre vós a espada, que executará a vingança do concerto; e ajuntados estareis nas vossas cidades; então enviarei a peste entre vós, e sereis entregues na mão do inimigo” (Lv. 26:25).
Hoje, os homens se convertem olhando para a cruz, e veem ali o amor infinito de Deus, que entregou seu Filho unigênito para expiar os nossos pecados. Lá no Velho Testamento, Jeová mandava a peste para que o seu povo se convertesse. “Se eu cerrar os céus, e não houver chuva, ou se eu enviar os gafanhotos que consumam a terra, ou se eu enviar a peste entre meu povo; e, se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus caminhos maus, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2 Cr. 7:13-14).
Aquele pobre povo vivia perdido e confuso. Ou eram entregues na mão do inimigo em cativeiros para serem corrompidos pelos cananeus sodomitas (Jz. 2:14-15, 3:7-8, 3:12-14, 4:1-2, 6:1, 10:6-7, etc.), ou eram feridos com pestes. “Porque um fogo se acendeu na minha ira, e arderá até ao mais profundo do inferno, e consumirá a terra com a sua novidade, e abrasará os fundamentos dos montes. Males amontoarei sobre eles, as minhas setas esgotarei sobre eles. Exaustos serão de fome, comidos de carbúnculo e de peste amarga; e entre eles enviarei dentes de feras, com ardente peçonha de serpentes do pó” (Dt. 32:22-24). Além das pestes e pragas, Jeová mandava feras do campo. Quando Coré, Datã e Abirão conspiraram contra Moisés, Jeová fez abrir a terra, e desceram vivas ao sepulcro aquelas famílias, tanto mulheres como velhos e crianças inocentes. Era uma barbárie (Nm. 16:1-2, 27-33). Para os duzentos e cinquenta dos maiorais da congregação, saiu fogo de Jeová e os consumiu, porque seguiram Coré, Datã e Abirão. O povo então murmurou contra estas matanças impiedosas e injustas. Como resposta, Jeová mandou então uma praga que matou mais 14.700 (Nm. 16:41-50).
Entretanto, Deus, o Pai, revela o seu verdadeiro caráter: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3:16). Jesus disse: “O Pai é benigno até para com os ingratos e maus” (Lc. 6:35). O Pai amava os pecadores no tempo em que Jeová os destruía. “Porque Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm. 5:8).
Autoria: Pr. Olavo Silveira Pereira