A unção capacita o homem para uma determinada função. Por exemplo: Jesus Cristo foi ungido para fazer o bem. “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com Espírito Santo e com virtude, o qual andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele” (At. 10:38).
Arão e seus filhos foram ungidos para administrar o sacerdócio levítico eternamente e serem mediadores entre Jeová e os pecadores eternamente (Ex. 40:13-16). Sacerdote vem da palavra sacrificador. O sacerdote é quem condenava à morte o transgressor, a conselho de Jeová. Era proibido na lei trabalhar no sábado. Um homem foi pego apanhando lenha no sábado. Foi levado diante dos sacerdotes, que consultaram a Jeová, que o condenou ao apedrejamento (Nm. 15:32-36).
Paulo, o grande apóstolo dos gentios, revelou que o Velho Testamento era o ministério da morte, porque Jeová era um deus matador, e os seus ungidos eram todos matadores. Vamos transcrever o texto que prova que os ungidos eram matadores. Elias, o profeta, ungia outros para matar impiedosamente. “E Jeová lhe disse: Vai, volta pelo teu caminho para o deserto de Damasco; e vem, e unge Hazael rei sobre a Síria. Também a Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei de Israel; e também a Eliseu, filho de Safate de Abel-Meola, ungirás profeta em teu lugar. E há de ser que o que escapar da espada de Hazael, matá-lo-á Jeú: e o que escapar da espada de Jeú matá-lo-á Eliseu (1 Rs. 19:15-17).
Era rei da Síria Bene-Hadade, e Hazael era seu servo. Estando Bene-Hadade muito doente, mandou Hazael consultar o profeta Eliseu se sararia daquela doença, ou não. O profeta mandou a resposta dizendo que Bene-Hadade morreria. E como morreu Bene-Hadade? Assassinado por Hazael (2 Rs. 8:7-15). É claro que tudo foi tramado por Jeová, que havia ungido Hazael para matar. E Hazael depois matou os israelitas (2 Rs. 13:3).
Jeú era capitão, e o profeta Eliseu ratificou a unção de Elias, o tisbita, mandando um dos filhos dos profetas ungi-lo novamente, e unção para matar e executar a vingança de Jeová, destruindo e matando toda a casa de Acabe, velhos, mulheres, crianças, enfim, todos inocentes ou não, pois a vingança é injusta (2 Rs. 9:1-10). E Eliseu era matador. “Subia Eliseu no caminho de Betel, e uns garotos pequenos saíram da cidade e zombaram dele dizendo: Sobe, calvo; sobe calvo! Eliseu os amaldiçoou e saíram do mato duas ursas que despedaçaram quarenta e dois deles (2 Rs. 2:23-25). Foi Eliseu que coordenou as matanças executadas por Jeú (2 Rs. 9:1-10).
A unção para matar era tenebrosa. Saul foi ungido, tinha de ser matador, e recebeu ordem para exterminar os amalequitas. Era a vingança de Jeová, que jurou eterna inimizade contra Amaleque, quinhentos anos antes (Ex. 17:16). Saul poupou Agague, rei dos amalequitas (1 Sm. 15:7-8). Por ter perdoado a vida de Agague foi rejeitado como rei de Israel (1 Sm. 15:26). E depois foi executada a vingança de Jeová matando Saul e três de seus filhos (1 Sm. 28:17-19).
Davi, que foi ungido em lugar de Saul, era matador. Matou tanto que Jeová o proibiu de edificar o templo. “Jeová me disse: Não edificarás casa ao meu nome, porque és homem de guerra, e derramaste muito sangue” (1 Cr. 28:3; 22:8).
Salomão, filho de Davi, era matador implacável. Logo que subiu ao trono de Israel, começou a matar. Matou Adonias, seu irmão, que era o herdeiro direto do trono. E matou para que Adonias não reinasse (1 Rs. 2:22-25). O segundo a morrer foi Joabe, general de Davi (1 Rs. 2:30-34). O terceiro foi Simei, que tinha amaldiçoado a Davi. Salomão dera ordem para que Simei não saísse da cidade, Simei saiu para buscar dois servos fujões, e Salomão o matou (1 Rs. 2:42-46). E o texto termina com as seguintes palavras: “E assim foi confirmado o reino na mão de Salomão” (1 Rs. 2:46). Sanção foi ungido desde o ventre para matar os filisteus. Todos conhecem a história desse fabuloso matador (Jz. 14 a 16). Os valentes de Davi, ao todo trinta e sete, eram os grandes matadores de Israel (2 Sm. 23:8-39).
O Velho Testamento foi chamado por Paulo de ministério da morte exatamente por isso, pois os que escaparam da espada dos ungidos, o próprio Jeová matava (2 Co. 3:6-9).
No Novo Testamento a unção era para ressuscitar os mortos. Os discípulos, ao todo cento e vinte, foram cheios do Espírito Santo, isto é, ungidos (At. 2:1-4). A mensagem de todos era a ressurreição. “E, estando eles falando ao povo, sobrevieram os sacerdotes, e o capitão do templo, e os saduceus, doendo-se muito de que anunciassem em Jesus, a ressurreição dos mortos” (At. 4:1-2). Uma cristã, de nome Dorcas, mulher caridosa e cheia de boas obras, morreu, e Pedro a ressuscitou. E porque ressuscitou? Porque o seu ministério era o da ressurreição (At. 9:36-42). Os discípulos ressuscitavam de duas maneiras: fisicamente os defuntos e espiritualmente os pecadores que criam em Jesus (1 Co. 3:1-3; 2:12).
Paulo pregava só a ressurreição. “E alguns dos filósofos epicureus e estóicos contendiam com ele; e uns diziam: Que quer dizer este paroleiro? E outros: Parece que é pregador de deuses estranhos. Porque lhes anunciava a Jesus e a ressurreição” (At. 17:18). Paulo pregava que sem ressurreição não há cristianismo. Dizia ele: “Se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou, e se Cristo não ressuscitou, então é vã a nossa pregação e vã a nossa fé” (1 Co. 15:14). Paulo pregava tanto sobre a ressurreição, que foi julgado pelos saduceus e outros, a ponto de ter a vida ameaçada de morte (At. 23:6-11). Em Troas, Paulo se estendeu na pregação até de madrugada, e um jovem, de nome Eutico, caiu de uma janela alta, tomado de profundo sono, e morreu. Houve tumulto, mas Paulo o ressuscitou em nome de Jesus (At. 20:6-12).
A mensagem do Velho Testamento era: MORTE A TODOS. A mensagem do Novo Testamento era e é: VIDA ETERNA PARA TODOS.
O que é um cristão? É um ungido. A palavra Cristo se traduz por ungido. E os ungidos do Novo Testamento tem a função de ressuscitar mortos, ao contrário dos ungidos do Velho Testamento.
Para terminar esta mensagem, vamos entender o que é ressurreição. Fisicamente, quando Jesus voltar, todos vão ressuscitar. Tanto maus como bons, salvos e perdidos (Jo. 5:28-29; At. 24:15). A ressurreição física é para juízo e não é acompanhada de glória e virtude. A ressurreição espiritual, que Paulo se refere em Cl. 2:12 e 3:1-3 é só para os que pela fé em Cristo são libertos do pecado. “E libertados dos pecados fostes feitos servos da justiça” (Rm. 6:18). Ora, a morte espiritual é o efeito do pecado (Ez. 18:4). Para ser ressuscitado, é só Cristo libertar do pecado, pois quem peca não conhece a Jesus Cristo (1 Jo. 3:5-6).
Autoria: Pr. Olavo Silveira Pereira