Assim como existem dois Testamentos, existem duas escolas, pois os Testamentos são diferentes em promessas, em heranças e em estilo de vida, e também em leis. Por exemplo: No Velho Testamento, a lei ordenava: “O teu olho não poupará; vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé” (Dt. 19:21). Esta é a lei da vingança ordenada por Jeová a Moisés (Dt. 4:13-14). Jesus vai contra esta escola maligna, dizendo: “Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente. Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; E ao que quiser pleitear comigo, e tirar-te o vestido, larga-lhe também a capa” (Mt. 5:38-40). São duas escolas antagônicas.
Citamos o exemplo de Gideão, um dos heróis mais decantados do Velho Testamento. Todos falam de Gideão. Existe a sociedade dos Gideões internacionais. Pois bem, esse grande herói seguia de perto a lei do seu deus, do olho por olho e dente por dente. Esse varão valoroso, com seus trezentos homens, ia à guerra contra Zeba e Zalmuna, reis dos midianitas. Seus homens estavam cansados e famintos. Pediu então, aos habitantes de Sucote, pão para alimentá-los. Os príncipes de Sucote lhe disseram: “Estão Zeba e Zalmuna na tua mão, para que demos pão ao teu exército? Então disse Gideão: Pois quando Jeová der na minha mão Zeba e Zalmuna, trilharei a vossa carne com os espinhos do deserto” (Jz. 8:5-7). Em seguida Gideão foi para Penuel pedir pão para os soldados. Os homens de Penuel responderam como os príncipes de Sucote. Então disse Gideão: “Quando eu voltar em paz derrubarei esta torre” (Jz. 8:8-9).
Gideão e seus trezentos valentes obtiveram grande vitória sobre os exércitos de Zeba e Zalmuna, apesar de cansados. Voltou, pois Gideão, e trilhou a carne dos príncipes e dos anciãos de Sucote, com espinhos do deserto. Eram ao todo setenta e sete homens (Jz. 8:13-16). Em seguida se dirigiu a Penuel, derrubou a torre e matou os homens da cidade (Jz. 8:17). O grande líder Gideão não poderia ter perdoado? Se tivesse o Espírito de Cristo certamente perdoaria, mas tinha o espírito da vingança de Jeová e de sua lei, pois Jeová é o deus das vinganças (Na. 1:2). A vingança é sempre mais cruel e brutal do que a ofensa. Quem ofende a divindade? O homem, um simples gafanhoto (Js. 40:22). Quem se vinga cheio de ódio e furor? Aquele que se intitula o Deus criador do homem, cheio de misericórdia e piedade (Js. 42:5; Ex. 34:6).
Jesus nos deu o seguinte mandamento na oração do Pai nosso: “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores” (Mt. 6:12). O fato é que nas Igrejas é ensinada a história de Gideão para as crianças, e elas vão receber o espírito vingativo de Gideão.
Outra história que enche as revistas infantis da Igreja é a de Davi, o homem que tinha um coração igual ao de Jeová (At. 13:22). Davi, o pastor que cantava salmos durante as vigílias, ao se tornar rei, teve dezesseis mulheres, e ainda cometeu um adultério com a mulher do seu grande amigo, um dos trinta valentes. As criancinhas inocentes do povo cristão vão aprender nessa escola, que os homens que têm o coração como o de Deus, caem em adultério. A escola do Velho Testamento é a escola da sensualidade e da corrupção dos costumes para as crianças (2 Sm. 11 e 12). E Jesus diz: “Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela. Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti, pois te é melhor que se perca um dos teus membros, do que seja todo o teu corpo lançado no inferno” (Mt. 5:28-29). Davi seria reprovado na escola de Jesus. Se é assim, porque os cristãos promovem tanto a história de Davi? São cegos ou querem perverter os próprios filhos? Como todos tem certeza que Davi foi salvo, é inumerável a quantidade de pastores e presbíteros adúlteros.
O Velho Testamento é uma escola na qual o próprio deus Jeová ensina a matar. Quando o sacerdote Eli chamou a atenção dos seus dois filhos, o próprio Jeová fechou seus ouvidos para não ouvir, porque Jeová os queria matar (1 Sm. 2:25). Quando Israel estava entrando em Canaã, o próprio Jeová endurecia o coração dos povos, a fim de guerrearem contra Israel, pois Jeová os queria matar e destruir (Js. 11:20). O Velho Testamento é a escola da violência, de guerras injustas, onde morriam homens, mulheres, velhos e crianças, e o produto do sangue, isto é, a prata e o ouro, iam para os cofres de Jeová (Js. 6:18-21).
Jeová proibiu Samuel de ter dó de Saul, isto é, proibiu a caridade (1 Sm. 16:1). Jeová proibiu Jeremias de orar pelo seu povo para bem. “Disse-lhe mais Jeová: Não ores por este povo para bem” (Jr. 14:11). Jeová proibiu Jeremias de orar pelo povo porque estava forjando um mal contra Israel (Jr. 18:11). As crianças, ao ouvir a história de Jeremias, ou ler o seu livro, vão formar uma idéia errada do caráter de Deus, e vão aprender a forjar o mal contra os seus desafetos.
João e Tiago, formados pela escola do Velho Testamento, queriam ordenar que o fogo de Jeová descesse do céu para matar os moradores de uma aldeia de samaritanos que não deram pousada para Jesus. O Senhor Jesus então repreendeu-os dizendo: “Vós não sabeis de que espírito sois, porque o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salva-las” (Lc. 9:51-56). Neste texto Jesus ensina três coisas:
1- A Sua escola não é a mesma de Jeová.
2- Na escola de Jeová havia um espírito, e na de Jesus Cristo, outro.
3- Jeová destruía as almas dos homens, e Jesus só salva.
Jesus, o chefe da escola do Novo Testamento, declarou: “Vinde a mim, vós que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas” (Mt. 11:28-29). Em outra ocasião, quando João e Tiago queriam assentar-se a direita e a esquerda de Cristo no seu reino, Jesus lhes disse: “Entre vós, qualquer que quiser ser grande, será antes o servo de todos, porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate de muitos” (Mc. 10:36-45).
Paulo, o maior dos apóstolos, que seguiu à risca a escola do Novo Testamento, implantada por Jesus, disse: “Sede meus imitadores, como eu também sou de Cristo” (1 Co. 11:1). Ninguém segue Paulo, antes o criticam, e todos são vidrados na escola falida do Velho Testamento, enaltecendo Gideão, Davi, Salomão, Sansão, e outros. Nós, da ABIP, ficamos firmes na escola de Jesus, conforme o sermão da montanha, e procuraremos seguir os modelos de Paulo, Epafrodito, Dorcas, Aquila, Priscila, e tantos outros, cujos nomes são ofuscados pelos modelos falidos do Velho Testamento (Fp. 2:25-30; At. 9:36-43; Rm.16:3; At.19:24-26).
Autoria: Pr. Olavo Silveira Pereira