Perpétuo quer dizer: contínuo, constante, eterno, ininterrupto, inalterável, vitalício. Aquilo que sofre interrupção não é perpétuo, pois sofreu alteração.
1. Arão e seus filhos foram escolhidos por Jeová para ministrar o sacerdócio eternamente. “Farás também chegar Arão e seus filhos à porta da tenda da congregação, e os lavarás com água, e vestirás a Arão os vestidos santos, e o ungirás, e o santificarás, para que me administre o sacerdócio. Também farás chegar seus filhos, e lhes vestirás as túnicas, e os ungirás como ungiste a seu pai, para que me administrem o sacerdócio, E A SUA UNÇÃO LHES SERÁ POR SACERDÓCIO PERPÉTUO NAS SUAS GERAÇÕES” (Ex. 40:12-15). Aconteceu que o templo foi destruído a fogo no ano 70 D.C. Os sacerdotes morreram dentro do templo. O povo foi escorraçado de Jerusalém por dois mil anos. Cessaram os sacrifícios; cessou o sacerdócio Aarônico, pois acabou a linhagem. A promessa não se cumpriu. Os levitas foram escolhidos para o serviço do templo de Jeová eternamente (1 Cr. 15:2) e tudo acabou.
2. No santuário de Jeová, as sete lâmpadas do candelabro permaneceriam acesas eternamente (Lv. 24:1-4). Com a destruição do templo por Tito e Vespasiano foi interrompido o mandamento de Jeová.
3. Os pães da proposição deveriam estar sobre a mesa do santuário. Era concerto perpétuo e estatuto perpétuo. Tudo acabou (Lv. 24:5-9).
4. O sacrifício da paz ou sacrifício pacífico, feito com gado miúdo ou cordeiros sem mancha, era perpétuo (Lv. 3:6-7, 17). Tudo acabou.
5. Quem tocasse um morto ficava imundo sete dias. Ao terceiro dia se lavaria e ao sétimo seria purificado. Quem não se purificasse morria (Nm. 19:11-12, 20-22). Também os estrangeiros ou gentios eram todos imundos (Sl. 14:3). Era uma ordenança eterna. Jesus ordenou a Pedro que comesse animais imundos. Pedro se negou; então Jesus lhe mostrou que aqueles répteis imundos representavam os povos gentílicos imundos para Jeová, mas que deixaram de ser imundos pelo sacrifício da cruz (At. 10:9-15; 10:28-29). Para Jesus e o Pai não há imundos, mas perdidos que precisam de salvação. Se Jeová fosse Jesus, ou se fosse o Deus Pai do Novo Testamento, não afirmaria que os imundos seriam eternos, pois Deus não muda (Tg. 1:17).
6. Diariamente eram sacrificados a Jeová dois cordeiros, um pela manhã e outro a tarde. Este era o holocausto contínuo ou contínuo sacrifício (Nm. 28:1-6; Ex. 29:42). O profeta Daniel profetizou a cessação do contínuo sacrifício (Dn. 8:11-12). Logo, não seria contínuo nem perpétuo.
7. O fogo onde eram queimados os holocaustos arderia continuamente, mas foi apagado (Lv. 6:8-13).
8. O concerto da lei de Jeová seria eterno. “Mas a misericórdia de Jeová é de eternidade a eternidade sobre aqueles que o temem, e a sua justiça sobre os filhos dos filhos. Sobre aqueles que guardam o seu concerto, e sobre os que se lembram dos seus mandamentos para os cumprirem“ (Sl. 103:17-18). “Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto transgridem as leis, mudam os estatutos, e quebram a aliança eterna” (Is. 24:5). O incrível, é que Jesus mudou os mandamentos no sermão do monte e deu o mandamento novo que liquidou com a lei. “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis” (Jo. 13:34). No Velho Testamento o homem amava do jeito do homem, mas no Novo Testamento havemos de amar do jeito de Deus. A diferença do amor de Jeová e o do Pai, é que Jeová amava com desgraças, e o Pai ama com a graça. Jeová amava com pragas, pestes e cativeiros; o Pai ama com perdão, cura e libertação. No livro aos hebreus lemos que a lei de Jeová foi mudada. “Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz mudança da lei” (Hb. 7:12).
9. A justiça da lei seria eterna. “Atendei-me, povo meu, e nação minha, inclinai os ouvidos para mim; porque de mim sairá a lei, e o meu juízo se estabelecerá como a luz dos povos. Perto está a minha justiça …” (Is. 51:4-5). Os hebreus, baseados na palavra de Jeová tentaram a justiça da lei e falharam. “Que diremos pois? Que os gentios que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça? Sim, mas a justiça que é pela fé. Mas Israel, que buscava a lei da justiça, não chegou a lei da justiça” (Rm 9:30-31). ” Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê” (Rm. 10:4). Paulo está ensinando que quem crê em Jesus Cristo está desobrigado da lei, logo a lei não é eterna, nem a justiça da lei. Não foi verdade o que Jeová disse.
10. Jeová estabeleceu que os seus eleitos jamais bebessem vinho, para fazer diferença entre o santo e o profano, o imundo e o limpo (Lv. 10:9-10). Jesus, para afrontar Jeová, deu vinho aos seus discípulos na última ceia, e estabeleceu como um memorial eterno.
11. Jeová fez um concerto eterno com Davi (2 Sm. 23:5). Qual é esse concerto? “Não quebrarei o meu concerto, não alterarei o que saiu dos meus lábios. Uma vez jurei por minha santidade que não mentirei a Davi. A sua descendência durará para sempre, e o seu trono será como o sol perante mim. Será estabelecido para sempre” (Sl. 89:34-37). O próprio Jeová anuncia a quebra desse juramento, pela boca de Jeremias: “Assim diz Jeová: Eis que eu encherei de embriaguez a todos os habitantes desta terra, e aos reis da extirpe de Davi, e aos sacerdotes, e aos profetas, e a todos os habitantes de Jerusalém, e fá-los-ei em pedaços uns contra os outros, juntamente os pais com os filhos, diz Jeová, não perdoarei e nem pouparei, nem terei deles compaixão, para que os não destrua” (Jr. 13:13-14). A linhagem Davídica acabou no reinado de Joaquim, também chamado Jeoconias, que foi levado cativo para a Babilônia, e Nabucodonosor colocou o seu tio como rei em Judá (2 Rs. 24:8-17). Jeremias falou da morte dos filhos de Joaquim, sendo assim cortada a linhagem real de Davi (Jr. 22:30). O juramento de Jeová sobre a descendência de Davi não se cumpriu.
12. Israel foi restaurado em 1948, completando 50 anos em 1.999. Mas não é mais Reino, e sim República.
Autor: Pastor Olavo S. Pereira