O ministério do Velho Testamento é o da Jerusalém da terra e o ministério do Novo Testamento é o ministério da Jerusalém celestial. Paulo é quem ensina esta doutrina. Todos pensam que a Jerusalém da terra é figura da Jerusalém celestial, mas não é. A Jerusalém da terra foi construída pelos jebuseus, povo de Canaã (2 Sm.5:5-9). Falemos sobre ela, a Jerusalém da terra e do ministério terreno (Jz.19:10). Jebus era uma das sete cidades corruptas de Canaã. Então vamos fazer um histórico:
1) “Porque os filhos de Judá pelejaram contra Jerusalém, e a tomaram e a feriram a fio da espada, e à cidade puseram a fogo” (Jz.1:8). Jerusalém é a cidade das abominações: “Veio a mim a palavra de Jeová, dizendo: Filho do homem, houve duas mulheres, filhas de uma mesma mãe. Estas prostituiram-se no Egito, prostituíram-se na sua mocidade; ali foram apertados os seus peitos, e ali foram apalpados os seios da sua virgindade. E os seus nomes eram: Aolá, a mais velha, e Aolibá, sua irmã; e foram minhas, e tiveram filhos e filhas; e, quanto a seus nomes, Samaria é Aolá, e Jerusalém é Aolibá. E prostituiu-se Aolá, sendo minha; e enamorou-se dos seus amantes, dos assírios, seus vizinhos” (Ez.23:1-5). Jerusalém nunca foi santa.
2) Jerusalém, cidade sanguinária: “E veio a mim a palavra do Senhor Jeová, dizendo: Tu, pois, ó filho do homem, julgarás a cidade sanguinária? Faze-lhe conhecer, pois, todas as suas abominações, e dize: Assim diz o Senhor Jeová: Ai da cidade que derrama o sangue no meio dela, para que venha o seu tempo! Que faz ídolos contra si mesma, para se contaminar! Pelo teu sangue que derramaste te fizeste culpada, e pelos teus ídolos que fabricaste te contaminaste, e fizeste chegar os teus dias, e vistes o fim dos teus anos; por isso, eu te fiz o opróbrio das nações e o escárnio de todas as terras (Ez.22:1-4).
3) Jerusalém, cidade das prostituições: “Um cometeu abominação com a mulher do seu próximo, outro contaminou abominavelmente a sua nora, e outro humilhou no meio de ti a sua irmã, filha de seu pai. Presentes receberam no meio de ti para derramar sangue; usura e lucros tomastes, e usastes de avareza com o teu próximo, oprimindo-o; mas de mim te esqueceste, diz o Senhor Jeová” (Ez.22:11-12).
4) Jerusalém, cidade dos ídolos: “Então edificou Salomão um alto a Quemós, abominação dos moabitas, sobre o monte que está diante de Jerusalém, e a Moloque, abominação dos filhos de Amom. E assim fez para com todas as suas mulheres estrangeiras, as quais queimavam incenso e sacrificavam a seus deuses” (1 Rs.11:7-8).
5) Jerusalém, cidade saqueada: (1 Rs.14:25-27; 2 Rs.12:17-18; 14:11-14; 16:5-9; 18:13-16; 24:13-14).
6) Jerusalém, cidade maldita: (II Rs.21:12-14; 23:27).
No meio deste inferno (Jerusalém), Jeová habita: (Ed.2:68; Sl.135:21). Pela lógica é Satanás quem deveria habitar no meio do inferno.
No ministério do Novo Testamento, o artífice e construtor da Jerusalém celestial, foi o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo (Hb.11:8-10). A Jerusalém da terra tem fundamentos na terra e a Jerusalém celestial tem fundamentos no céu. A Jerusalém da terra foi destruída pelos homens muitas vezes. A Jerusalém do céu é eterna e inabalável. Por incrível que pareça Jeová habita na Jerusalém da terra. Jesus habita na Jerusalém do céu. A da terra tem noite e dia, a do céu “…não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem iluminado, e o Cordeiro é a sua lâmpada” (Ap.21:23). “E nela não entrará coisa alguma que contamine e cometa abominação e mentira, mas os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro” (Ap.21:27). A Jerusalém da terra é herança de Agar e seus filhos. Paulo nos revela que há dois concertos: um do monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é Agar. “Ora, esta Agar é Sinai, um monte da Arábia, que corresponde à Jerusalém que agora existe, pois é escrava com seus filhos. Mas a Jerusalém que é de cima é livre; a qual é mãe de todos nós” (Gl.4:25-26). A Jerusalém de cima é o concerto da graça: “Mas que diz a Escritura? Lança fora a escrava e seu filho, porque de modo algum o filho da escrava herdará com o filho da livre” (Gl.4:30). As duas Jerusaléns são duas heranças: uma para o concerto da lei e outra para o concerto da graça. O da terra pertence a Israel e a do céu pertence à Igreja, cuja cabeça é Cristo.
Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira