(578) – DOIS MARIDOS

 

Paulo conheceu dois Cristos: Um segundo a carne e o outro segundo o Espírito.

O Cristo segundo a carne era o messias de Israel: “Varões irmãos seja-me lícito dizer-vos livremente acerca do patriarca Davi, que ele morreu e foi sepultado, e entre nós está até hoje a sua sepultura. Sendo, pois ele profeta, e sabendo que Deus lhe havia prometido com juramento que do fruto de seus lombos, segundo a carne, levantaria o Cristo, para o assentar sobre o seu trono” (At.2:29-30). 

Paulo faz a seguinte referência sobre Cristo segundo a carne: “Assim que daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne, e, ainda que também tenhamos conhecido a Cristo segundo a carne, contudo agora já o não conhecemos desse modo” (2 Co.5:16).

O Cristo segundo a carne era o Cristo que sentia fome e sede, e que temia a morte (Hb.5:7), era o Cristo que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado (Hb.4:15).

Pois este Cristo segundo a carne, que Paulo não conhece mais, foi o Cristo prometido a Israel por Jeová (Rm.9:4-5). Quando Paulo fala segundo a carne, ele fala do Israel segundo a carne, fala da descendência carnal de Davi: “Fiz um concerto com o meu escolhido; jurei a meu servo Davi: A sua descendência estabelecerei para sempre, e edificarei o teu trono de geração em geração” (Sl.89:3-4). Logo na frente, ele repete: “Conservarei para sempre a sua descendência, e o seu trono como os dias do céu” (Sl.89:29). E continua, dizendo: “Não quebrarei o meu concerto, não alterarei o que saiu dos meus lábios. Uma vez jurei por minha santidade que não mentirei a Davi. A sua descendência durará para sempre, e o seu trono será como o sol perante mim. Será estabelecido para sempre como a lua; e a testemunha no céu é fiel” (Sl.89:34-37).

Jesus é descendente direto de Davi (Mt.1:1-16). E Jesus deveria ter casado e gerado filhos para dar sequência à descendência real. Mas Jesus não casou e não teve descendência carnal. Em Jesus Cristo acabaram as promessas e concertos a Davi. Pois Lucas diz: “A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o reino de Deus, e todo homem emprega força para entrar nele” (Lc.16:16).

Jesus Cristo durante os 33 anos que viveu neste mundo em carne, foi espiritualmente casado com Israel e a lei, por isso João Batista disse: “Vós me sois testemunhas de que vos disse: Eu não sou o Cristo, mas sou enviado adiante dele. Aquele que tem a esposa é o esposo; mas o amigo do esposo, que lhe assiste e ouve, alegra-se muito com a voz do esposo. Assim, pois este meu gozo está cumprido. É necessário que ele cresça, e eu diminua” (Jo.3:28-30). 

Se Cristo casasse com a Igreja, sendo já casado com Israel como Messias, segundo a carne, seria bígamo, e uniria o corpo espiritual da Igreja, com o corpo carnal de Israel. Só a morte para desfazer a confusão.

Quando Cristo foi crucificado, morreu para a lei e o Velho Testamento, e Paulo diz alegoricamente: “Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que conhecem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive. Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei, mas morto o marido, está livre da lei do marido. De sorte que, vivendo o marido, será adúltera, se for de outro marido. Assim meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais dE outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos” (Rm.7:1-4). 

Conclusões a que chegamos:

1.  Ninguém que está debaixo da lei dá fruto para Deus, o Pai. Dá fruto para quem? Para a morte.

2.  Cristo morrendo na cruz nos livra da servidão da lei. Estamos livres.

3.  Não damos mais fruto para a morte (Rm.7:5). Para dar frutos para Deus, o Pai, temos que nos desvencilhar da lei de Jeová, pois ela é contra nós (Ne.9:34; Dt.31:26).

 

Autoria: Pr. Olavo Silveira Pereira

 

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