(049) – O MALIGNO

“Misericordioso e piedoso é Jeová; longânimo e grande em benignidade” (Sl. 103:8). “Piedoso e benigno é Jeová, sofredor e grande em misericórdia” (Sl. 145:8-9).

Que quer dizer benigno? Bondoso, benévolo, favorável, brando, não perigoso.

E o contrário, maligno, quer dizer: propenso ao mal, malicioso, nocivo, maléfico, maldoso, etc.

Os dois textos acima afirmam que Jeová é benigno e misericordioso. Misericórdia é compaixão, piedade, perdão. A benignidade é uma qualidade da alma que está sempre pronta a perdoar e a se compadecer.

Mas Jeová não esquece o pecado de alguém, e não pretende esquecer, logo não é benigno. “Pelo que, ainda que te laves com salitre, e amontoes sabão, a tua iniquidade estará gravada diante de mim, diz o Senhor Jeová” (Jr. 2:22). Jeová também não perdoa: “Portanto, tão certo como eu vivo, diz o Senhor Jeová; pois que profanaste o meu santuário com todas as tuas coisas detestáveis e com todas as tuas abominações, o meu olho te não perdoará” (Ez. 5:11). Logo, conclui-se que Jeová não é benigno. Jeová também não tem piedade: “Pelo que também eu procederei com furor; o meu olho não poupará; nem terei piedade. Ainda que me gritem aos ouvidos com grande voz, eu não os ouvirei” (Ez. 8:18). Se Jeová não está disposto a ouvir o clamor do povo, não é benigno. Também não aceitou a oração do profeta Jeremias em favor do povo: “Tu pois; não ores por este povo, nem levantes por ele oração ou clamor, nem me importunes, porque eu não te ouvirei” (Jr. 7:16). E Jeová declara ao profeta que não vai perdoar, mas vai matar os pais, e também os filhos. “E fa-los-ei em pedaços uns contra os outros, e juntamente os pais com os filhos, diz Jeová; não perdoarei nem pouparei; nem terei deles compaixão, para que os não destrua” (Jr. 13:14).

Quem está pronto para matar e despedaçar com furor não é benigno. Se Jeová está furioso e pronto para despedaçar; se não quer perdoar e nem quer se compadecer, não é Jesus e nem o Pai, pois o Pai estava tão ansioso para salvar os homens, que não poupou o seu unigênito Filho (Rm. 8:31-32). E o Pai quer que todos se salvem (1 Tm. 2:3-4). Jeová não estava forjando a salvação. “Assim diz Jeová dos Exércitos, Deus de Israel: Eis que eu ponho o meu rosto contra vós para mal, e para desarraigar todo Judá” (Jr. 44:11). “Fala agora aos homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém, dizendo: Eis que estou forjando mal contra vós, e projeto um plano contra voz” (Jr. 14:11-12). Quem faz projetos malignos não é benigno. Jeová jamais estaria pensando no plano de salvação. Sua idéia fixa era destruir e matar. “Disse-me Jeová: Ainda que Moisés e Samuel se pusessem diante de mim, não seria a minha alma com este povo; lança-os de diante da minha face, e saiam. E será que, quando disserem: Para onde iremos? dir-lhe-ás: ASSIM DIZ JEOVÁ: OS QUE PARA A MORTE, PARA A MORTE; OS QUE PARA A ESPADA, PARA A ESPADA; OS QUE PARA A FOME, PARA A FOME; E OS QUE PARA O CATIVEIRO, PARA O CATIVEIRO” (Jr. 15:1-3).

Se alguém ouviu falar, ou leu na Bíblia que Jeová é benigno, suas obras provam o contrário.

Jeová toma vingança dos adversários, cheio de furor, e guarda ira contra os seus inimigos, logo não é benigno, mas maligno (Na. 1:2,6). Jeová atormenta seu povo com enfermidades malignas. “Jeová te ferirá com úlceras malignas nos joelhos e nas pernas, de que não possas sarar, desde a planta do teu pé até ao alto da cabeça” (Dt. 28:35). “Jeová te ferirá com as úlceras do Egito, com hemorróidas, e com sarna, e com coceira, de que não possas curar-te” (Dt. 28:27). O Deus que faz estas coisas não é benigno, mas maligno, pois ao ferir com enfermidades más, se iguala a Satanás, que também é maligno (Lc. 13:10-16). Também Jeová fica inventando pragas e enfermidades que não estão escritas na lei (Dt. 28:61). Ora, quem se ocupa em inventar pragas e pestes malignas é maligno. Demais, essas pestes e essas pragas não tinham o objetivo de corrigir, mas de destruir. “Também Jeová fará vir sobre ti toda enfermidade e toda a praga que não está escrita no livro desta lei, até que sejas destruído” (Dt. 28:61). Quem se deleita em destruir seu próprio povo, é maligno (Dt. 28:63).

Não é benigno quem coloca espírito maligno em quem aborrece. “E o espírito de Jeová se retirou de Saul, e o atormentava um espírito maligno da parte de Jeová” (1 Sm. 16:14 – Bíblia Thompson). Quem é benigno não atormenta ninguém, mas Jeová atormentava. “Porei sobre vós o terror, a tísica e a febre ardente, que consumam os olhos e atormentem a alma” (Lv. 26:16).

O benigno não atira setas inflamadas contra o homem. “Se o homem se não converter, Jeová afiará a sua espada; já tem armado o seu arco, e já para ele preparou armas mortais, e porá em ação as suas setas inflamadas” (Sl. 7:12-13). Paulo, apóstolo, nos revela que essas setas inflamadas são do maligno. “Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar os dardos inflamados do maligno” (Ef. 6:16). Davi foi atingido pelos dardos de Jeová: “Jeová, não me repreendas na tua ira, nem me castigues no teu furor, porque as tuas frechas se cravaram em mim” (Sl. 38:1-2). Jó também. “Porque as frechas de El Shaday estão em mim, e o seu ardente veneno o bebe o meu espírito” (Jó 6:4).

Os salvos por Jesus podem vencer o maligno (1 Jo. 2:14). E é claro que o maligno não é o diabo, pois este foge dos cristãos. “Sujeitai-vos pois a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg. 4:7). Todo aquele que é gerado por Deus, o maligno não lhe toca. “Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca, mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo puro, e o maligno não lhe toca” (1 Jo. 5:18). E Jesus vigia para não sermos tocados. “Mas fiel é o Senhor, que vos confortará, e guardará do maligno” (2 Ts. 3:3).

 

Autoria: Pr. Olavo Silveira Pereira

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