DOIS MINISTÉRIOS 25
O Velho Testamento é o ministério da injustiça, e o Novo Testamento é o ministério da justiça. Comecemos pelo ministério da injustiça, que é o ministério de Jeová e dos anjos. É obvio que está escrito que havia justiça no Velho Testamento. Leiamos: “A tua justiça é eterna, e a tua lei é a verdade” (Sl.119:142). “Ouvi-me, vós que conheceis a justiça, vós, povo, em cujo coração está a minha lei” (Is.51:7). Vamos ver se no ministério de Jeová havia justiça:
- Não é justo que o deus Jeová cobre dos filhos a maldade dos pais: “Preparai a matança para os filhos por causa da maldade de seus pais” (Is.14:21).
- “Moisés e Arão fizeram todas as maravilhas diante de Faraó, mas Jeová endureceu o coração de Faraó, que não deixou os filhos de Israel sair de sua terra” (Ex.11:10). Então Jeová mata a todos os primogênitos, desde o primogênito de Faraó, até os primogênitos dos cativos, e até os primogênitos dos animais (Ex.12:29). Isto é o cúmulo da injustiça. Jeová endurece o coração de Faraó, para que não deixasse o povo sair do Egito no capítulo onze de Números, e no capítulo dozemata os primogênitos do Egito, porque Faraó não deixou Israel sair do Egito? Ou melhor, Faraó queria deixar, mas Jeová, o deus sádico, endureceu o seu coração. Mas eu tenho um caso mais tenebroso:
- Quando Israel saiu do Egito pela mão de Moisés, os amalequitas fizeram guerra contra Israel. Quem era Amaleque? (Gn.36:12-16). Amaleque era um príncipe e neto de Esaú, filho de Isaque. Era, portanto, da linhagem de Abraão. Mas porque Amaleque fez guerra a Israel, Jeová se encheu de ódio eterno contra Amaleque, e disse: “Porquanto jurou Jeová, haverá guerra de Jeová contra Amaleque de geração em geração” (Ez.17:16). Quatrocentos e trinta anos mais tarde, quando Saul foi ungido rei sobre Israel, Jeová disse ao rei: “Eu me recordei do que fez Amaleque a Israel, como se lhe opôs no caminho, quando subia do Egito. Vai, pois, agora e fere a Amaleque, e destrói totalmente a tudo o que tiver, e não lhes perdoes; porém matarás desde o homem até a mulher, desde os meninos até aos de mama, desde os bois até às ovelhas, e desde os camelos até aos jumentos” (I Sm.15:2-3). No exército de Saul eram duzentos e dez mil soldados(I Sm.15:4). Foram mortos a fio de espada velhos, moços, mulheres e crianças, grávidas, milhares de bebês de mama, todos inocentes. Mas onde não há amor, não há justiça nem piedade.
- Mas as Escrituras Sagradas narram coisas mais horripilantes. Saul, rejeitado por Jeová, estava morto há mais de trinta anos, e Davi reinava em lugar dele. Saul devia estar no inferno, pois quem lançava no inferno era Jeová (Ez.31:16-17). O mais certo é que Saul está esperando a ressurreição do juízo, conforme Jo.5:28-29. O fato é que o cruel Jeová curtia um ódio mortal contra o defunto Saul. Então Jeová teve uma idéia genial: Fez vir sobre Israel uma fome de três anos, de ano em ano. Davi foi perguntar a Jeová sobre o assunto, e Jeová disse: É por causa de Saul, e da sua casa sanguinária; porque matou os gibeonitas. Ora, os gibeonitas não eram do povo de Israel, mas faziam parte dos amorreus e cananeus, e com enganos conseguiram se unir a Israel. Davi disse aos gibeonitas: Que quereis que eu vos faça para resolver esta questão? Eles disseram: Dá-nos sete filhos de Saul para que os enforquemos a Jeová, e estará tudo resolvido entre nós. Davi pegou sete filhos de Saul, e os deu na mão dos gibeonitas, os quais foram enforcados em sacrifício a Jeová (II Sm.21:4-9). Depois disso, Jeová se aplacou para com a terra. Fica assim provado que não havia justiça no Velho Testamento, pois sete inocentes foram enforcados a Jeová. Essa história toda da vingança de Jeová contra o defunto de Saul está no segundo livro de Samuel, capítulo 21:1 a 14.Os gibeonitas foram fantoches na mão de Jeová.
- Vejamos o ministério da justiça do Novo Testamento: “Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê” (Rm.10:4). Ora, Cristo não faz parte do sacerdócio levítico, que é o ministério da lei (Hb.7:8-14). Se o fim da lei é Cristo, para que haja justiça, a lei é o ministério da injustiça.
Autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA