AS CONCUBINAS
O que é uma concubina? É uma mulher secundária na era patriarcal. Era uma escrava ou uma cativa: “E se alguém vender a sua filha por serva, não sairá como saem os servos. Se desagradar aos olhos de seu senhor, e não se desposar com ela, fará que se resgate; não poderá vendê-la a um povo estranho, usando deslealmente com ela. Mas se a desposar com seu filho, fará com ela conforme os direitos das filhas. Se lhe tomar outra, não diminuirá o mantimento desta, nem o seu vestido, nem a sua obrigação marital. E se lhe não fizer estas três coisas, sairá de graça, sem dar dinheiro” (Ex.21:7-11).
Com os cativos era diferente: “Quando saíres à peleja contra os teus inimigos, e Jeová teu deus os entregar na tua mão, e tu deles levares prisioneiros, e tu entre os presos vires uma mulher formosa à vista, e a cobiçares, e a queiras tomar por mulher, então a trarás para a tua casa; e ela rapará a cabeça e cortará as suas unhas, e despirá o vestido do seu cativeiro, e se assentará na tua casa, e chorará a seu pai e a sua mãe um mês inteiro; e depois entrarás a ela, e tu serás seu marido, e ela será tua mulher. E será que, se te não contentares dela, a deixarás ir à sua vontade; mas de sorte nenhuma a venderás por dinheiro, nem com ela mercadejarás, pois a tens humilhado” (Dt.21:10-14).
Por estes textos ficamos sabendo a diferença de uma serva ou escrava, e uma cativa. A serva foi comprada, e a cativa foi arrancada da família, goste ou não goste. Quando o reino de Judá foi para o cativeiro babilônico no ano 587 AC, forçaram as mulheres casadas e as virgens foram violadas, porque os cativos não têm direitos (Lm.5:11).
Jacó, aconselhado por Isaque, seu pai, e fugindo se seu irmão Esaú, que queria matá-lo por ter perdido a bênção da primogenitura, foi-se para a casa de Labão, em Padã-Arã (Gn.27:41; 28:1-3). Jacó serviu a Labão por sete anos por amor de Raquel (Gn.29:20). No dia das núpcias, Labão lhe deu Léia, sua filha mais velha, dizendo: Na nossa terra a mais velha casa primeiro. Cumpre os sete dias da mais velha, e depois toma a mais nova por mais sete anos. Para a mais velha, Labão deu a sua serva Zilpa, e pela mais nova, Raquel, deu Bila por serva (Gn.29:28-29). E Léia concebeu quatro vezes, e teve quatro filhos, Rubem, Simeão, Levi e Judá. Raquel, vendo que era estéril, deu sua serva Bila para Jacó, dizendo: Entra à minha serva Bila e assim terei filhos por ela (Gn.29:32-35; 30:3). Assim Bila, serva de Raquel, deu dois filhos a Jacó: Dã e Naftali (Gn.30:6-8).
Vendo Léia que cessava de gerar, deu também sua serva Zilpa a Jacó, e Zilpa concebeu, e deu a Jacó dois filhos de nomes Gade e Aser (Gn.30:11-13). Ora, todos sabemos que Jeová fecha e abre as madres quando quer (Gn.20:17). Sendo assim, quando Jeová fechou a madre de Léia, estava forçando Léia a entregar sua serva Zilpa para ser mulher de Jacó (Gn.30:9). Depois que Zilpa concebeu duas vezes, Jeová abriu novamente a sua madre para gerar filhos. Fica assim provado que Jeová não é a favor da monogamia, mas da poligamia. Da mesma maneira, a serva de Raquel, depois que deu à luz dois filhos a Jacó, Jeová abriu a madre de Raquel, que teve dois filhos, José e Benjamim (Gn.30:22-24; 35:16-19).
Depois destas coisas, aconteceu que Rubem, o primogênito de Jacó, deitou-se com Bila, concubina de seu pai, e Israel soube-o (Gn.35:22). Por este ato abominável, Rubem perdeu a primogenitura (I Cr.5:1-2).
O que é de espantar é que Sara morreu com 127 anos. Nessa altura, Abraão tinha 137 anos, e estava muito envelhecido já aos 100 anos (Rm.4:18-19). Logo depois que Sara morreu, Abraão casou de novo com Cetura, que lhe gerou seis filhos, fora os filhos das concubinas. É até engraçado que o maior patriarca das Escrituras, aos cento e setenta e cinco anos era carnal (Gn.25:1-7). Pudera, Jeová era o deus de toda carne (Jr.32:27).
Autoria: PASTOR OLAVO SILVEIRA PEREIRA