DOIS MINISTÉRIOS 13
II Co.3:7-8
- No Velho Testamento, o ministério era o da acusação. Jesus disse: “Não cuideis que eu vos hei de acusar para com o Pai. Há um que vos acusa, Moisés, em quem vós esperais” (Jo.5:45).Moisés, acusador? Nunca! Moisés defendeu Israel, seu povo, até a morte. Enquanto Moisés estava com Jeová no cume do monte Sinai recebendo as leis para transmiti-las ao povo, este obrigou Arão, irmão de Moisés, a esculpir um bezerro de ouro, igual ao boi Apis, ídolo adorado no Egito, dizendo:“Estes são os teus deuses, ó Israel, que te tiraram da terra do Egito” (Ex.32:4 – maiúsculo nosso). Jeová, cheio de furor assassino, disse: “Deixa-me, agora, que o meu furor se acenda contra eles, e os consuma; e eu farei de ti uma grande nação” (Ex.32:10 – maiúsculo nosso). Moisés então pensou consigo mesmo: O que aconteceu com Jeová? Esqueceu o juramento feito a Abraão? “Então disse Jeová: Por mim mesmo jurei, diz Jeová, porquanto fizeste esta ação, e não me negaste o teu filho, o teu único, que deveras te abençoarei, e grandemente multiplicarei a tua semente como as estrelas do céu e como a areia que está na praia do mar; e a tua semente possuirá a porta dos teus inimigos” (Gn.22:16-17). Há diversas referências dos juramentos de Jeová. Um está no livro das Crônicas de Israel, que diz: “Lembrai-vos perpetuamente do seu concerto, e da palavra que prescreveu para mil gerações; Do concerto que fez com Abraão, e do seu juramento a Isaque, O qual também ratificou a Jacó por estatuto, e a Israel por concerto eterno” (I Cr.16:15-17 – maiúsculo nosso). Moisés, vendo a loucura de Jeová, que impelido pelo furor da ira, esqueceu os juramentos eternos feitos a Abraão, Isaque e Jacó, pois a ira e o furor tiram a razão, então disse em forma de súplica: “Senhor, por que se acende o teu furor contra o teu povo, que tu tiraste da terra do Egito com grande força e com forte mão? Por que hão de falar os egípcios, dizendo: Para mal os tirou, para matá-los nos montes, e para destruí-los da face da terra? Torna-te da ira do teu furor, e arrepende-te deste mal contra o teu povo. Lembra-te de Abraão, de Isaque, e de Jacó, teus servos, a quem fizeste juramentos eternos” (Ex.32:11-13). “Então Jeová se arrependeu do mal que pretendia fazer ao seu povo” (Ex.32:14). Nesta passagem, Jeová acusa o pecado de Israel, julga e condena à morte a todos, mas pela intercessão de Moisés reconhece que errou e volta atrás. Convém lembrar que Jeová acusou o pecado de Adão, acusou o pecado da humanidade (Gn.6:5-7), acusou o pecado de Saul (I Sm.15:10-11), acusou o pecado de Davi (II Sm.12:7-12) e etc.
- No Novo Testamento não há ministério da acusação, mas ministério da defesa. Jesus declara que não veio para acusar ninguém (Jo.5:45). João, no seu evangelho, declara que Deus, o Pai, enviou o seu Filho unigênito, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele(Jo.3:16-17). Jesus declara que não veio a este mundo para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las (Lc.9:51-56; II Rs.1:9-12). Jesus Cristo deu a sua vida para salvar os pecadores (I Tm.1:15). Quem destruía as almas era Jeová: Destruiu Sodoma e Gomorra (Gn.19:24-25), destruiu a humanidade no dilúvio (Gn.6:5-7).
No ministério do Novo Testamento ninguém é acusado ou destruído por Deus quando peca. Jesus Cristo, o Filho unigênito de Deus é advogado dos que caem no laço do pecado. Diz o apóstolo João: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo” (I Jo.2:1). E o acusador, que fim levou?
“E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora chegada está a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo; pois já o acusador de nossos irmãos é derribado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite” (Ap.12:10).
Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira