DOIS MINISTÉRIOS 12
A lei foi dada por Jeová no monte Sinai ao povo de Israel, e por 1650 anos até o advento de Jesus Cristo, era: “Olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe” (Ex.21:24-25). Era a implacável lei da vingança. Se um trabalhador no campo cegava a vista do seu próximo, os juízes o cegavam também. Se, num momento de ira, dava um soco no próximo, e lhe quebrava um dente, os juízes da cidade, em praça pública, quebravam-lhe um dente. Esta lei foi mudada por Jesus Cristo, que disse: “Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente. Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra. E ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te o vestido, larga-lhe também a capa” (Mt.5:38-40).
Se os homens todos tivessem índole boa, o dente por dente acabava diante dos juízes, mas quando um tem índole má, cheio de ódio, aguarda a chance de matar. Em Israel havia tantos crimes, que o estado teve de edificar seis cidades de refúgio, para que o jurado de morte pudesse escapar com vida(Nm.35:9-34). O ministério de Jeová, regido pela lei, gerava todo tipo de contendas e mortes; é por isso que Paulo diz: “A lei opera a ira” (Rm.4:15). E diz mais: “O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei” (I Co.15:56). Vamos ilustrar o assunto: Na ilha de Córsega, no Mediterrâneo, habitavam os corsos, um povo hostil e beligerante. Havia entre eles a VENDETA, palavra italiana que quer dizer VINGANÇA. Esta ilha pertencia aos genoveses. Quando um membro da família era assassinado, a família ofendida declarava a vendeta, e um membro da família culpada era morta. Por séculos houve o ódio entre dois clãs, que acabaram se exterminando. A única forma dos genoveses se livrarem do ódio exterminador dos corsos, foi doar a ilha para a França em 1768. Era a lei do olho por olho, dente por dente, etc.
Jesus invalidou o mandamento do olho por olho de Jeová, e estabeleceu a lei do amor em João 13:34.
Vou contar um caso acontecido comigo em 1980. O trabalho com as crianças era feito com comunicação visual e retro-projetor. Na hora de começar o trabalho, notaram a falta do retro-projetor. Fui buscá-lo em casa em alta velocidade. Ao atravessar a Avenida Domingos de Moraes quase dei uma trombada. O chofer do outro carro saiu gritando do carro, e dizendo: “Você quase acabou com meu carro”. Eu lhe disse: “Meu amigo, se eu o abalroasse, lhe daria um carro zero quilômetro”. A fisionomia dele mudou, e disse: “Você me daria um carro novo?” Eu confirmei. Ele então sorriu, e disse: “Então me dá um abraço”. Que maravilha, o ministério de Cristo produz luz, enquanto o ministério de Jeová é executado em trevas(Mt.5:14-16; Dt.4:10-14, 5:22-24). O ministério de Jeová se desenvolve debaixo de maldições, o ministério de Cristo se desenvolve debaixo de bênçãos incontáveis, pois o apóstolo Paulo diz: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Ef.1:3). O ministério de Jeová é regido por uma servidão pior que a servidão dos reinos deste mundo (II Cr.12:7-8). O ministério de Cristo é regido pela liberdade do Espírito Santo (II Co.3:17). São, portanto, dois ministérios opostos. O de Jeová é para os cegos, e o de Cristo são para os que têm os olhos do entendimento abertos (Ef.1:17-18).
Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira