ÁRVORE MÁ 6
“Ó Deus, por que nos rejeitaste para sempre? Por que se acende a tua ira contra as ovelhas do teu pasto?” (Sl.74:1). O deus aqui referido é Jeová (Sl.74:18). O povo queria permanecer fiel, mas Jeová os obrigava a fazer o mal. O clamor do povo de Israel era assim: “Por que, ó Jeová, nos fazes desviar dos teus caminhos? Por que endureces o nosso coração para que te não temamos? Faze voltar, por amor dos teus servos, as tribos da tua herança” (Is.63:17 – maiúsculo nosso). Se Jeová obrigava seu povo a se desviar do bom caminho, era árvore má.
Jeová é árvore má porque declara que criou Israel para sua glória (Is.43:7). A Escritura Sagrada revela o zelo de Jeová pelas ovelhas: “Porque assim diz Jeová dos Exércitos: Eis que eu, eu mesmo, procurarei as minhas ovelhas, e as buscarei, como o pastor busca o seu rebanho” (Ez.34:11-12).Esse era o discurso, a realidade era outra. O primeiro cativeiro de Israel, depois que entrou na terra prometida, foi na mão de Cusã-Risataim, rei da Mesopotâmia (Jz.3:1-8). Durou oito anos esse cativeiro, mas a Mesopotâmia é a região entre os rios Tigre e Eufrates, onde ficava a Babilônia, e onde foi o último cativeiro. Nabucodonosor II, rei de Babilônia, levou o povo de Judá para o cativeiro. Lá sofreram todas as humilhações possíveis. As mães piedosas devoravam os filhos recém-nascidos (Lm.4:10). A água era comprada, a pele se enegreceu pelo ardor da fome, as mulheres e as virgens eram forçadas e violentadas (Lm.5:10-11). Os príncipes eram enforcados, os mancebos eram obrigados a moer, “caiu a coroa de nossa cabeça; ai de nós” (Lm.5:12-16). Os babilônicos adoravam Bell e Milita (o Sol e a Lua). Milita, a lua, era a deusa da fertilidade. O majestoso templo de Milita era dedicado à fertilidade, e todas as mulheres tinham, tanto solteiras como casadas, o direito de se tornar sacerdotisas por um ano. Nesse período ficavam expostas em frente ao templo, e se entregavam a quem passasse. Nabucodonosor é o autor dessas atrocidades? Não! Jeremias, o profeta, revela a autoria desses crimes, pela boca do próprio Jeová: “Eu fiz a terra, o homem, e os animais que estão sobre a face da terra, pelo meu grande poder, e com o meu braço estendido, e a dou àquele que me agrada em meus olhos. E agora eu entreguei todas estas terras na mão de Nabucodonosor, rei de Babilônia, meu servo; e todas as nações o servirão a ele, e a seu filho, e ao filho de seu filho; e, se alguma nação ou reino não servirem Ao mesmo Nabucodonosor, rei de Babilônia, e não puserem o seu pescoço debaixo do jugo do rei de Babilônia, visitarei com espada, e com fome, e com peste essa nação, diz Jeová, até que a consuma” (Jr.27:5-8 – grifo e maiúsculo nosso). E o profeta Jeremias disse ao rei de Judá: “falei com Zedequias, rei de Judá, conforme todas estas palavras, dizendo: Metei os vossos pescoços no jugo do rei de Babilônia, e servi-o, a ele e ao seu povo, e vivereis. Por que morrerias tu e o teu povo, à espada, e à fome, e de peste, como Jeová disse?” (Jr.17:12-14 – maiúsculo nosso).
Vejam vocês! Jeová, o pastor das ovelhas, entregou-as para o lobo, isto é, Nabucodonosor, rei de Babilônia, para que fossem devoradas; e foi o que aconteceu, porque Jeová é árvore má. Jesus, o bom pastor, deu a sua vida pelas ovelhas (Jo.10:11). Quais ovelhas? Ovelhas fiéis e salvas? Não! Jesus deu a vida pelas ovelhas perdidas. Paulo assim explica o amor de Deus pelo pecadores: “Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm.5:8 –maiúsculo nosso). E logo à frente Paulo confirma esta verdade, dizendo: “Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida” (Rm.5:10 – maiúsculo nosso).
Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira